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Batalha de Thatta

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Batalha de Thatta
Data 1557
Local Thatta, Sinde
Desfecho Vitória Portuguesa
Beligerantes
Império Português Dinastia Arghun
Comandantes
Pedro Barreto Rolim Maomé Isa Tarkhun
Forças
28 navios[1]
700 soldados[1]
Desconhecido
Baixas
Nenhumas baixas. 8000 mortos.[1]

A Batalha de Thatta foi um confronto armado ocorrido na cidade de Thatta, onde é hoje o Paquistão, entre as forças do Império Português e a da dinastia de Arghun, who por então governavam o Sinde. Saldou-se numa vitória portuguesa e Thatta foi saqueada, tendo os portugueses capturado um dos mais valiosos saques que alguma vez tomaram na Ásia.[1]

Contexto[editar | editar código-fonte]

Os portugueses descreveram Thatta como uma das mais ricas na Ásia e na cidade produzia-se couro de búfalo a que os portugueses chamavam "couro do Sinde" e finos têxteis, produzidos em mais de 2000 teares, que eram exportados para todo o continente asiático e até para Portugal.[2][3] Em 1555 o governador da Índia Francisco Barreto comandou uma armada de 150 navios para a costa do Guzerate, na Índia, a fim de inspecionar as fortalezas portuguesas que existiam na região. Conquistou a fortaleza de Asserim por via de subornos oferecidos ao seu comandante e ali foram instalados 60 portugueses; 120 soldados foram também instalados em Manori.[1] Em Baçaim deparou-se com alguns embaixadores do rei Maomé Isa Tarkhun da dinastia de Arghun, que por então encontrava-se envolvido numa guerra civil e pretendia apoio portugueses.[1] O governador enviou em seu auxílio o capitão-mor Pedro Barreto Rolim com 28 navios e 700 soldados.[1]

A batalha[editar | editar código-fonte]

Ao chegarem a Thatta em princípios de 1557, os portugueses descobriram que Maomé Isa Tarkhun já havia resolvido o conflito em que se vira envolvido.[3][1] Recusou-se portanto a recompensar os portugueses tal como prometido pelos embaixadores e pressionou-os a partir. O capitão-mor Pedro Barreto Rolim mandou desembarcar e os seus homens saquearam a cidade, matando na acção mais de 8000 pessoas, destruído bens cujo valor se estimava em mais de 2,000,000 cruzados de ouro e capturando uma das mais ricas presas alguma vez capturadas pelos portugueses na Ásia.[1]

Aguarela portuguesa quinhentista de Sindes, retirada do Códice Casanatense.

Rescaldo[editar | editar código-fonte]

O capitão-mor Barreto Rolim manteve-se na região por oito dias com as suas forças, pondo tudo a ferro e fogo de ambas as margens do Rio Indo.[1] A fortaleza de Lahori Bandar foi tomada e arrasada..[1] Os portugueses retiraram-se depois para Chaul, na Índia.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l Frederick Charles Danvers: The Portuguese in India, Volume I, A. D. 1498-1571, W. H. Allen & Co. Limited, 1894, London, p. 508.
  2. João de Deus Ramos: "Thatta and Lhari Bandar: Portuguese Presence in Two Commercial Entrepots of Sind in the Sixteenth and Seventeenth Centuries" in Maritime Asia: Profit Maximisation, ethics and Trade Structure c. 1300-1800, 1994, Harrassowitz Verlag - Wiesbaden p.116.
  3. a b Sanjay Subrahmanyam: "THE PORTUGUESE, THATTA AND THE EXTERNAL TRADE OF SIND, 1515-1635" in Revista de Cultura do Instituto Cultural de Macau, pp. 48-58.