Batalha de Ugentana

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Batalha de Ugentana (1526)
Data 1536
Local Ugentana, Península da Malásia
Desfecho
  • Vitória Portuguesa
Beligerantes
Império Português Sultanato de Jor
Comandantes
D. Estevão da Gama Alauddin Riayat II de Jor
Forças
1 nau, navios de remo[1]
400 soldados portugueses[1]
400 auxiliares malaios.[1]
Certa quantidade de "escravos-de-peleja".
5000 homens[1]
40 navios.[1]
Baixas
3 mortos[1] 500 mortos.[1]

A Segunda Batalha de Ugentana, foi uma operação militar que ocorreu em 1536, entre forças portuguesas e as do sultão Alauddin Riayat Shah II de Jor.

A Batalha[editar | editar código-fonte]

Em 1535, o capitão de Malaca D. Estevão da Gama atacara a cidade de Ugentana, então capital do sultão de Jor. Ainda que tenha logrado queimar a povoação, o sultão evitou a destruição total das suas forças evacuando a cidade e o seu exército para a selva, ao passo que a maior parte da sua frota também se encontrava fora àquela data.[1] Logo, assim que os portugueses partiram, pôde o sultão reconstruir a sua cidade e continuar a atacar a navegação de Malaca, pelo que D. Estevão viu-se obrigado a tentar destruir Ugentana uma vez mais.[1] Partiu de Malaca com uma nau, vários navios ligeiros a remo, 400 soldados portugueses, 400 auxiliares e um número não registado de "escravos-de-peleja" arcabuzeiros.[1][2]

Uma tempestade abateu-se sobre os portugueses quando a frota atravessava o estreito de Singapura, e galé de D. Estevão afundou-se. Tendo navegado pelo Rio de Jor acima, os portugueses descobriram que o sultão construíra uma nova paliçada guarnecida por 5.000 homens, onde antes existira um forte de pedra destruído no ataque anterior, a curta distância da sua capital.[1] No entanto, as forças dos sultão encontravam-se bastante enfraquecidas porque os portugueses haviam capturado muita artilharia sua no ano anterior.[1] D. Estevão desembarcou com um destacamento de homens e atacou a paliçada por terra; os marinheiros portugueses, os auxiliares malaios e os escravos lançaram bombas de fogo, em argila, que pegaram fogo às defesas em madeira e semearam o caos entre os defensores.[1][3] Mediante o grito de guerra de Santiago! os soldados lançaram-se ao ataque, e capturaram a estacada após um breve combate.[1]

Os portugueses capturaram naquele sítio a frota do sultão, totalizando esta 40 lancharas.[1] Toda a batalha foi testemunhada pelo sultão de cima de um elefante e uma vez mais tentou este evacuar os seus súbditos para a selva, mas sofreu uma revolta e o seu trem de bagagem, no qual transportava o seu tesouro foi atacado a meio da retirada pelos seus próprios guerreiros em fuga.[1] Nestas condições, pretendeu assinar pazes com os portugueses, porém D. Estevão só aceitou assinar um tratado de paz depois de lhe ter o sultão fornecido o seu tio como refém, de forma a garantir que de futuro respeitaria o tratado de paz.[1][3]

Com a captura da frota de Jor, a navegação no estreito de Singapura tornou-se muito mais segura e o comércio aumentou.[1][4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r Saturnino Monteiro: Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa 1139-1975, 1991, Livraria Sá da Costa Editora, p.267-269.
  2. %20ugentana&pg=PA722 Colecção de monumentos inéditos para a história das conquistas dos Portugueses, em África, Ásia e América Typ. da Academia Real das Ciências, 1862, p.722.
  3. a b books?id=pq605bauIJkC&dq=estev%C3%A3o%20da%20gama%20ugentana&pg=PA629 Colecção de monumentos ineditos, 1862, p.724.
  4. M. AP Meilink-Roelofsz: Comércio Asiático e Influência Europeia: No Arquipélago Indonésio entre 1500 e cerca de 1630, Springer Science & Business Media, 2013, p.141