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Canal de Suez: diferenças entre revisões

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O '''Canal de Suez''' ([[Língua árabe|árabe]], '''قناة السويس''', ''Qanā al-Suways'') é um [[canal]] que liga [[Porto Said]], porto egípcio no [[Mar Mediterrâneo]], a [[Suez]], no [[Mar Vermelho]].


Com a extensão de 163 quilômetros, permite que embarcações naveguem da [[Europa]] à [[Ásia]] sem terem que contornar a [[África]] pelo [[cabo da Boa Esperança]]. Antes da sua construção, as mercadorias tinham que ser transportadas por terra entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho.
Com a extensão de 163 quilômetros, permite que embarcações naveguem da [[Europa]] à [[Ásia]] sem terem que contornar a [[África]] pelo [[cabo da Boa Esperança]]. Antes da sua construção, as mercadorias tinham que ser transportadas por terra entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho.

Revisão das 20h36min de 5 de agosto de 2012

[[Ficheiro:SuezCanal-EO.JPG|thumb|300px|Foto de H4CK3R

Com a extensão de 163 quilômetros, permite que embarcações naveguem da Europa à Ásia sem terem que contornar a África pelo cabo da Boa Esperança. Antes da sua construção, as mercadorias tinham que ser transportadas por terra entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho.

História

Antiguidade

Possivelmente no começo da XII Dinastia o faraó Senuseret III (1878 a.C. - 1839 a.C.) deve ter construído um canal oeste-leste escavado através do Wadi Tumilat, unindo o Rio Nilo ao Mar Vermelho, para o comércio direto com Punt. Evidências indicam sua existência pelo menos no século XIII a.C. durante o reinado de Ramsés II.[1][2][3][4][5] Mais tarde entrou em decadência, e de acordo com a História do historiador grego Heródoto, o canal foi re-escavado por volta de 600 a.C. por Necho II, embora Necho II não tenha completado seu projeto.

O canal foi finalmente completado em cerca de 500 a.C. pelo rei Dario I, o conquistador persa do Egito. Dario comemorou seu feito com inúmeras estelas de granito que ele ergue às margens do Nilo, incluindo uma próximo a Kabret, a 130 km de Suez, onde se lê:

Diz o rei Dario: Eu sou um persa. Partindo da Pérsia, conquistei o Egito. Eu ordenei que esse canal fosse escavado a partir do rio chamado Nilo que corre no Egito, até o mar que começa na Pérsia. Quando o canal foi escavado como eu ordenei, navios vieram do Egito através deste canal para a Pérsia, como era a minha intenção.

O canal foi novamente restaurado por Ptolomeu II Filadelfo por volta de 250 a.C. Nos 1000 anos seguintes ele seria sucessivamente modificado, destruído, e reconstruído, até ter sido totalmente abandonado no século VIII pelo califa abássida Al-Mansur.[6][7]

O moderno Canal de Suez

Ferdinand de Lesseps, construtor do canal.
Litografia retratando a construção do Canal de Suez.

A companhia Suez de Ferdinand de Lesseps construiu o canal entre 1859 e 1869. No final dos trabalhos, o Egito e a França eram os proprietários do canal.

Estima-se que 1,5 milhão de egípcios tenham participado da construção do canal e que 125 000 morreram, principalmente de cólera.

Em 17 de fevereiro de 1867, o primeiro navio atravessou o canal, mas a inauguração oficial foi em 17 de novembro de 1869. O imperador da França Napoleão III, não estava presente, estando enfermo, sendo representado pela sua esposa a Imperatriz Eugenia, sobrinha do próprio Lesseps. Ao contrário da crença popular, a ópera Aida não foi encomendada ao compositor italiano Verdi para ser apresentada na inauguração, que só foi concluída e apresentada dois anos depois. Também presente como jornalista convidado, o escritor português Eça de Queiroz escreveu uma reportagem para o Diário de Notícias de Lisboa [8].

A dívida externa do Egito obrigou o país a vender sua parte do canal ao Reino Unido, que garantia assim sua rota para as Índias. Essa compra, conduzida pelo primeiro-ministro Disraeli, foi financiada por um empréstimo do banco Rotschild. As tropas britânicas instalaram-se às margens do canal para protegê-lo em 1882.

A Convenção de Constantinopla (1888) estabeleceu a neutralidade do Canal que, mesmo em tempos de guerra, deveria servir a qualquer nação.

Mais tarde, durante a Primeira Guerra Mundial, os britânicos negociaram o Acordo Sykes-Picot, que dividia o Oriente Médio de modo a afastar a influência francesa do canal.

Em 26 de julho de 1956, Gamal Abdel Nasser nacionaliza a companhia do canal com o intuito de financiar a construção da Barragem de Assuã, após a recusa dos Estados Unidos de fornecer os fundos necessários. Em represália, os bens egípcios foram congelados e a ajuda alimentar suprimida. Os principais acionários do canal eram, então, os britânicos e os franceses. Além disso, Nasser denuncia a presença colonial do Reino Unido no Oriente Médio e apoia os nacionalistas na Guerra da Argélia. O Reino Unido, a França e Israel se lançam então numa operação militar, batizada operação mosqueteiro, em 29 de outubro de 1956. A Crise do canal de Suez durou uma semana. A ONU confirmou a legitimidade egípcia e condenou a expedição franco-israelo-britânica com uma resolução.

Com a Guerra dos Seis Dias em 1967, o canal permaneceu fechado até 1975, com uma força de manutenção da paz da ONU, a qual permaneceu lá estacionada até 1974. Quando por ocasião da Guerra do Yom Kipur em 1973 foi recuperado o canal, bem como foram destruidas as fortificações do exército israelense ao longo do canal.

Características

Navio ancorado em El Ballah.

O canal não possui eclusas, pois todo o trajeto está ao nível do mar, contrariamente ao canal do Panamá. Seu traçado apóia-se em três planos d'água, os lagos Manzala, Timsah e Lagos Amargos.

O canal permite a passagem de navios de 15 m de calado, mas trabalhos são previstos a fim de permitir a passagem de supertankers com até 22 m até 2010. Atualmente, esses enormes navios devem distribuir parte da carga em outro tipo de transporte pertencente à administração do canal a fim de diminuir o calado e atravessar o canal.

A largura média do canal é de 365 metros, dos quais 190 m são navegáveis. Inicialmente, esses dois valores eram de 52 e 44 m. Situados dos dois lados do canal, os canais de derivação levam o comprimento total da obra a 195 km.

Aproximadamente 15 000 navios por ano atravessam o canal, representando 14% do transporte mundial de mercadorias. Uma travessia demora de 11 a 16 horas.

Zona do Canal de Suez

  • 25 de abril 1859 - início da construção do canal.
  • 16 de novembro de 1869 - o Canal de Suez é aberto; operado e pertencente à Companhia do Canal de Suez (Compagnie Universelle du Canal Maritime de Suez).
  • 25 de novembro de 1875 - o Reino Unido torna-se acionista majoritário do Canal de Suez (172 602 ações de um total de 400 000 ações ordinárias).
  • 25 de agosto de 1882 - os britânicos tomam o controle do canal.
  • 14 de novembro de 1936 - a Zona do Canal de Suez é estabelecida, sob controle britânico.
  • 13 de junho de 1956 - a Zona do Canal de Suez é devolvida ao Egito.
  • 26 de julho de 1956 - o Egito nacionaliza o Canal de Suez.
  • 5 de novembro de 1956 - 22 de novembro de 1956 - forças francesas, britânicas e israelenses ocupam a Zona do Canal de Suez.
  • 22 de dezembro de 1956 - o canal é novamente devolvido ao Egito.
  • 10 de abril de 1957 - o canal é reaberto.
  • 5 de junho de 1967 - 5 de junho de 1975 - o canal é fechado e bloqueado pelo Egito.
Presidentes do Canal de Suez
Vices-Cônsules britânicos em Port Suez
  • 1922 - 1924 - G.E.A.C. Monck-Mason
  • 1924 - 1925 - G.C. Pierides (interino)
  • 1925 - 1926 - Thomas Cecil Rapp
  • 1926 - 1927 - Abbas Barry (interino)
  • 1927 - 1931 - E.H.L. Hadwen (interino até 1930)
  • 1931 - 1934 - A.N. Williamson-Napier
  • 1934 - 1936 - H.M. Eyres
  • 1936 - 1940 - D.J.M. Irving
  • 1940 - 1941 - R.G. Dundas
Cônsules
  • 1941 - 1942 - R.G. Dundas
  • 1942 - 1944 - H.G. Jakins
  • 1944 - 1946 - W.B.C.W. Forester
  • 1946 - 1947 - Frederick Herbert Gamble
  • 1947 - 1948 - E.M.M. Brett (interino)
  • 1948 - 1954 - C.H. Page
  • 1954 - 1955 - F.J. Pelly
  • 1955 - 1956 - J.A.D. Stewart-Robinson (interino)
  • 1956 - J.Y. Mulvenny
Governadores da Zona do Canal de Suez
Comandante Aliado Supremo

Referências