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Clube Recreativo de Paderne

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Clube Recreativo de Paderne
Clube Recreativo de Paderne
Vista da Rua Miguel Bombarda, em 2015. O edifício em causa está no lado direito, pintado em tons encarnados.
Informações gerais
Tipo edifício histórico
Construção Século XIX
Geografia
País Portugal Portugal
Localização Paderne, Albufeira
Coordenadas 37° 10′ 35,76″ N, 8° 12′ 06,72″ O
Clube Recreativo de Paderne está localizado em: Faro
Clube Recreativo de Paderne
Localização do edifício
Mapa
Localização em mapa dinâmico

O Clube Recreativo de Paderne é um edifício histórico na aldeia de Paderne, no Município de Albufeira, em Portugal. Está programada a sua conversão num pólo museológico, o Museu do Barrocal.

Descrição e história

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O edifício está situado no centro da aldeia de Paderne.[1]

Foi construido no século XIX, tendo passado por várias utilizações, como uma mercearia, uma farmácia, uma alfaitaria e uma fábrica de chapéus.[1] Durante o período da Primeira República Portuguesa, funcionou ali uma loja maçónica.[1] Foi a sede do Clube Padernense durante cerca de cinquenta anos, servindo de casa para uma banda filarmónica.[1]

Entre 2004 e 2005, iniciou-se o planeamento para a instalação de um museu no edifício,[2] Durante as IX Jornadas do Património do Algarve, em 2006, o investigador António Nabais, do Museu Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim Manso, apresentou a comunicação O Museu do Barrocal e o Património Industrial.[3]

Em Julho de 2009, a Câmara Municipal de Albufeira entregou a empreitada para a elaboração do projecto do museu ao conceituado arquitecto Siza Vieira, tendo este sido provavelmente o primeiro trabalho que iria fazer na zona Sul do país.[4] O programa para o edifício foi concebido pelo museólogo António Nabais, enquanto que a pesquisa e os estudos para a exposição do museu deveria ser feita pela Universidade do Algarve.[4] Segundo o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, Desidério Jorge da Silva, o edifício onde iria ser instalado o museu foi escolhido devido à sua importância «no contexto urbano de Paderne e do Barrocal», tendo afirmado igualmente que o imóvel iria ser totalmente preservado.[4] A finalidade do museu seria a conservação e a divulgação do património do Barrocal algarvio, nas suas vertentes cultural, natural e oral, tendo Desidério Silva informado que os conteúdos do museu iriam incluir «recursos económicos, técnicas rurais dos trabalhos agrícolas e de construções de habitações e transportes, hábitos alimentares, festas e tradições, religiosidade, fauna e flora, actividades artesanais em desuso, geologia, hidrografia e arqueologia.».[4]

Para a instalação do museu iria ser recuperada uma área com cerca de 730 m², enquanto que a parte nova de construção iria ter cerca de 1040 m², que deveria ter quatro pisos.[5] O complexo, que iria ocupar cerca de 90% do quarteirão, seria composto por salas de exposições permanentes e temporárias, um núcleo de documentação e uma biblioteca, um auditório com cerca de cem lugares, uma loja de produtos artesanais, e espaços especializados para o restauro e conservação das peças.[5] As obras de recuperação do antigo edifício iriam abrangir principalmente a fachada, onde iriam ser restauradas as caixilharias em madeira e as cantarias.[6] Previa-se que o museu iria dinamizar a freguesia de Paderne, e constituísse um pólo turístico local, na região interior do concelho.[4] Segundo Desidério Silva, este empreendimento iria igualmente valorizar o edifício histórico do Clube Recreativo de Paderne, que considerou como um elemento caracterizador daquela freguesia, devendo ser preservado e devolvido à comunidade.[6]

O custo total previsto era de cerca de 2,4 milhões de Euros,[5] incluindo 260 mil para a encomenda do projecto a Siza Vieira.[4] Segundo o autarca, a instalação do museu inseriu-se num conjunto de iniciativas do município para a preservação e promoção do património, que incluiu o restauro de várias igrejas, a abertura ao público do Castelo de Paderne, e a manutenção do Museu Municipal de Arqueologia.[7] O planeamento para a instalação do museu inseriu-se no âmbito de um programa de valorização das povoações rurais do Algarve, tendo-se dado um especial destaque às regiões serrana e do Barrocal.[8] Este programa fez parte do Plano Estratégico para as Áreas de baixa Densidade do Algarve, que foi lançado em 2002 pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve.[8]

Este não foi o primeiro museu em Paderne, uma vez que o jornal A Avezinha organizou uma biblioteca-museu naquela aldeia, tendo-se chegado a ponderar a transferência do seu espólio para o Museu do Barrocal, quando aquele fosse inaugurado.[9]

Em Fevereiro de 2010, Idalina Nobre apresentou o livro Um olhar sobre o Museu do Barrocal, onde descreveu a instalação e o espólio do futuro pólo museológico.[10] Em Outubro desse ano, o Museu do Barrocal foi uma das iniciativas apresentadas pela Câmara Municipal durante o Salão Imobiliário de Portugal.[5] Desidério Silva admitiu que as condições financeiras não eram muito favoráveis a este tipo de iniciativas, mas considerou necessário «dar continuidade aos projetos, para que avancem quando houver condições. Como são ambos estruturantes no âmbito do PROT, têm condições para concorrerem a fundos comunitários». [5] Assim, previa-se que até aos finais daquele ano iria ser feita uma candidatura áquelas verbas, para financiar a instalação do Museu do Barrocal.[5]

Em Setembro de 2011, Valério Brito, do Partido Social Democrata, apresentou a Lista Candidata à freguesia de Paderne, tendo nessa altura informado que a autarquia estava em litígio com o autor do projecto para o Museu do Barrocal, situação que estava a caminho de ser resolvida.[11]

Em 2017, o programa de Carlos Silva e Sousa, que foi eleito para presidente da Câmara Municipal de Albufeira, incluía a continuação do processo para a instalação do Museu do Barrocal, como parte de um grupo de medidas a implementar na freguesia de Paderne.[12] Porém, Carlos Silva e Sousa faleceu em 22 de Fevereiro de 2018, antes de terminar o seu mandato.[13] O seu sucessor, Carlos Rolo, afirmou ao jornal Correio da Manhã em Julho de 2018 que ainda estava prevista a construção do Museu do Barrocal, como parte de um plano de requalificação do imóvel.[14]

Referências

  1. a b c d LEMOS, Pedro (27 de Maio de 2021). «Albufeira quer criar Museu do Barrocal, Hotel Rural, parque verde e muito mais em Paderne». Sul Informação. Consultado em 28 de Julho de 2024 
  2. FERNANDES e JANEIRO, 2005:135
  3. «Património industrial centra atenções nas IX Jornadas do Património do Algarve». Barlavento. 27 de Outubro de 2006. Consultado em 19 de Dezembro de 2020 
  4. a b c d e f «Barrocal vai ter museu». Correio da Manhã. 17 de Novembro de 2009. Consultado em 19 de Dezembro de 2020 
  5. a b c d e f «Albufeira mostrou Auditório e Museu do Barrocal no SIL». Barlavento. 3 de Novembro de 2010. Consultado em 19 de Dezembro de 2020 
  6. a b «Projeto do Museu do Barrocal recupera edifício do antigo clube de Paderne». Jornal do Algarve. Ano LV (2828). Vila Real de Santo António: Viprensa - Sociedade Editora do Algarve. 9 de Junho de 2011. Consultado em 19 de Dezembro de 2020 – via Issuu 
  7. «Castelo de Paderne abre ao público». Folha do Domingo. 26 de Fevereiro de 2011. Consultado em 19 de Dezembro de 2020 
  8. a b FERNANDES e JANEIRO, 2008:116-117
  9. SANTOS, Rui Pires (20 de Outubro de 2017). «Biblioteca-Museu de 'A Avezinha' é ponto de referência em Paderne». Algarve Vivo. Consultado em 19 de Dezembro de 2020 
  10. «Livro antecipa visita ao Museu do Barrocal de Paderne». Barlavento. 11 de Fevereiro de 2010. Consultado em 19 de Dezembro de 2020 
  11. «Valério Brito encabeça lista candidata A Paderne». A Voz do Algarve. 11 de Setembro de 2011. Consultado em 19 de Dezembro de 2020 
  12. EUSÉBIO, Jorge (6 de Outubro de 2017). «As promessas de Carlos Silva e Sousa para o próximo mandato». Algarve Marafado. Consultado em 19 de Dezembro de 2020 
  13. RODRIGUES, Elisabete (23 de Fevereiro de 2018). «Morreu Carlos Silva e Sousa, presidente da Câmara de Albufeira». Sul Informação. Consultado em 19 de Dezembro de 2020 
  14. GOMEZ, Diana Santos (16 de Julho de 2018). «Pó de estacionamento em terra batida invade casas em Albufeira». Correio da Manhã. Consultado em 19 de Dezembro de 2020 


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