Confederação Brasílica
Confederação Brasílica | |||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
| |||||||||
Região | África Central | ||||||||
Capital | Benguela | ||||||||
Países atuais | Angola | ||||||||
Línguas oficiais | Português | ||||||||
Religião | Catolicismo | ||||||||
Período histórico | |||||||||
|
A Confederação Brasílica foi uma confederação de vilas e cidades, de curtíssima duração, que existiu entre 1822 e 1823, durante o período Colonial Angolano. Seus integrantes eram basicamente as localidades de Benguela (centro separatista e capital de facto), Quicombo, Sumbe, Porto Amboim e Luanda.[1][2] A confederação era uma proposta do oficialato luso-angolano, que fundou uma filial do "Partido Brasileiro", que aglutinava lusitanos, angolanos e brasileiros.[3]
Embora dominasse exclusivamente cidades litorâneas do centro e norte angolano, a Confederação pretendia juntar a si todo o território angolano à época, do Cabo de Santa Maria a Cabinda (litoral), passando por Massangano, Malanje e Caconda (até então os marcos máximos do interior). Havia ainda a proposta de incluir São Tomé e Príncipe, Moçambique, Cabo Verde e Guiné-Bissau. Todos esses territórios, após unificados, deveriam ser juntados em uma grande confederação com o recém-independente Império do Brasil. Na verdade houve enorme expectativa entre os nacionalistas destes territórios de que a proposta fosse adiante.[4]
A Confederação Brasílica, porém, nunca foi reconhecida por nenhum Estado independente, nem mesmo o Império do Brasil, ao qual depositavam esperanças, assim não conseguindo apoio diplomático numa investida militar contra o Reino de Portugal. Mesmo assim, alguns setores da sociedade brasileira chegaram a reclamar a necessidade de uma união brasileira com Angola e as outras colónias lusitanas.[5][6]
Por fim, em 1823, tropas navais portuguesas estacionadas em São Tomé foram destacadas para combater a Confederação, que foi vencida sem dificuldades.[2]
Referências
- ↑ Freudenthal, Aida (2013). «Republicanismo em Angola: os "filhos do país" perante a Era Nova (1870-1912).» (PDF). São Paulo. Via Atlântica (23)
- ↑ a b Pereira, Eduardo Adilson Camilo (2014). «Cabo Verde: entre uma civilização agrícola e uma civilização industrial e comercial (1822-1841)». Lisboa: Universidade Nova de Lisboa. Sankofa. Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana (14)
- ↑ Cosme, Leonel (2015). «A literatura e as guerras em Angola. No Princípio Era o Verbo». Lisboa: Universidade Nova de Lisboa. Cultura - Revista de História e Teoria das Ideias. 34
- ↑ Montezinho, J. (15 de setembro de 2018). «Cabo Verde precisa de libertar-se dos libertadores». Expresso das Ilhas
- ↑ O Observador Constitucional (30 de janeiro de 1823). «Correspondência». Rio de Janeiro: Imprensa Nacional. Diário Oficial do Império do Brazil
- ↑ «Workshop: Fontes para estudo da África Ocidental (A constituição de uma "Confederação Brasílica")». Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais — Diretoria de Relações Internacionais. 24 de abril de 2018