Constituição Francesa de 1852

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Constituição Francesa de 1852
País França
Tipo de documento constituição
Autor(es) Eugène Rouher, Raymond-Théodore Troplong, Victor de Persigny, Charles de Flahaut, Jacques-André Mesnard

A Constituição Francesa de 1852 foi promulgada em 14 de janeiro de 1852 por Luís Bonaparte (futuro Napoleão III), em substituição à Constituição de 1848. Ligeiramente modificada no final daquele mesmo ano, em 25 de dezembro, a Constituição tornou-se a base para a criação do Segundo Império Francês.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Luís Bonaparte, então Presidente da França, pôs fim à Segunda República Francesa através do golpe de Estado de 2 de dezembro de 1851. No mesmo dia proclamou ao povo francês o seu desejo de restaurar o "sistema criado pelo Primeiro Cônsul" - seu tio e inspiração Napoleão Bonaparte.

Seu golpe foi ratificado por plebiscito em 22 e 23 de dezembro de 1851, em uma votação considerada amplamente fraudada, cujo resultado deu uma vitória de 92% ao projeto bonapartista. A constituição recém-aprovada foi, então, modificada pelo Senado francês em 7 de novembro de 1852 para permitir o restabelecimento do Império sob a dinastia Bonaparte. A alteração foi aprovada por outro plebiscito, com 97% de votos favoráveis.[1]

A Constituição de 1852 foi anulada após a queda de Napoleão III, no contexto da Guerra Franco-Prussiana.

Princípios[editar | editar código-fonte]

A Constituição de 1852 rejeitou o Antigo Regime e o sufrágio censitário. Referia-se diretamente à Revolução Francesa, proclamando o reconhecimento e a garantia dos princípios proclamados em 1789 e, especialmente, durante o Primeiro Império Francês.

Napoleão III estava convencido de que a democracia precisava ser encarnada por um homem e a nova constituição foi um regresso ao chamado “cesarismo” de seu tio Napoleão Bonaparte. O regime caracterizou-se por um forte poder pessoal apoiado pelo sufrágio universal, tendo o povo francês permanecido como "soberano", ao menos na letra da lei. O Senado francês, principal órgão legislativo, era composto por 150 membros nomeados vitaliciamente pelo Presidente/Imperador e tinha o direito de emitir decretos, modificar instituições e verificar a constitucionalidade das leis.[2]

Era um documento essencialmente autoritário e centralizador, embora o Imperador francês fizesse acenos a um parlamentarismo mais liberal no decorrer da década de 1860.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • PEIXINHO, Manoel Messias. Os direitos fundamentais nas Constituições Francesas. XXI Congresso Nacional do CONPEDI. Florianópolis: CONPEDI, 2012, pp. 10-11.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «1851-1870 - Le Second Empire et la France épanouie - Herodote.net». www.herodote.net. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  2. «The Constitution of 14 January 1852 and its modifications». elysee.fr (em inglês). 16 de novembro de 2012. Consultado em 22 de janeiro de 2024 

Ver também[editar | editar código-fonte]