Cristódulo de Atenas
Cristódulo de Atenas | |
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Nascimento | Χρήστος 17 de janeiro de 1939 Xanti |
Morte | 28 de janeiro de 2008 Atenas |
Sepultamento | Primeiro Cemitério de Atenas |
Cidadania | Grécia |
Alma mater |
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Ocupação | ministro, teólogo, metropolita |
Distinções |
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Religião | cristianismo ortodoxo |
Causa da morte | câncer de fígado |
Assinatura | |
Cristódulo de Atenas (Xanti, 17 de janeiro de 1939 - Atenas, 28 de janeiro de 2008) (grego: Χριστόδουλος, nascido Christos Paraskevaidis, Χρήστος Παρασκευαΐδης) foi Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia e, como tal, o primaz da Igreja Ortodoxa Autocéfala da Grécia.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascido na região da Trácia, Christos Paraskevaidis passou seus primeiros anos em Xanti, na fronteira nordeste da Grécia com a Turquia. Durante a guerra civil, seu pai, um importador de alimentos por atacado, enviou Christos, sua mãe e seu irmão para Atenas. Tornou-se monge em 1961, tomando o nome Christodoulos (“Escravo de Cristo”); formou-se em Direito na Universidade de Atenas e foi ordenado como diácono em 1962; no ano seguinte se matriculou na escola teológica. Ao se formar, em 1967, Cristódulo já havia sido aceito no sacerdócio desde 1965. Recebeu um doutorado em teologia pela Universidade de Atenas, e doutorados honoris causa da Universidade de Craiova e da Universidade de Iaşi.[1][2][3]
Após ordenado, Cristódulo dirigiu uma igreja em Palaio Faliro, na Atenas Meridional, por nove anos. Em 1967, foi nomeado secretário-chefe do Santo Sínodo da Igreja Grega, indicado por um bispo próximo dos militares que deram o golpe de Estado de 21 de abril. Permaneceu nessa posição até 1974, após o fim da Ditadura dos coronéis, quando foi eleito Metropolita de Dimitriados e Almirou, com sé em Vólos, por sugestão de seu predecessor igualmente conservador e novo arcebispo, Serafim. Permaneceu nessa posição até sua eleição como arcebispo em 1998.[1][2][3]
Ao ser entronizado na Catedral Metropolitana de Atenas como chefe da Igreja da Grécia, com 59 anos, era o arcebispo mais jovem da história da igreja grega.[3][4]
Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia
[editar | editar código-fonte]Suas ideias nacionalistas e religiosas levantavam grande polêmica na sociedade grega, esmagadoramente ortodoxa. Incitou os fiéis a protestar contra os bombardeios da Otan na Sérvia e criticou toda negociação sobre a manutenção da palavra “macedônia” pelo novo estado ex-iugoslavo da Macedônia. Também foi contra “as regras da União Europeia”, que considerava o centro de decisões contra os interesses gregos e se expressava também contra a entrada da Turquia no bloco. Em 2000, Cristódulo voltou às manchetes com a convocação de manifestações nas principais cidades gregas, reunindo 300 mil ativistas em Atenas, contra a decisão do então Executivo socialista de suprimir a indicação de “religião” nas novas células de identidade nacional. Defensor do helenismo e da importância da Ortodoxia para a história do país, inclusive da tradição cristã da Europa, criticou livros de História para crianças, denunciando tentativas de afastar a Igreja da Grécia da identidade e da política da nação.[3][5][6][7][8][9] Reconhecido por sua oratória e modernização da mídia da igreja, era criticado por impulsar uma agenda abertamente de direita e conservadora, atuar para preservar a posição privilegiada do clero ortodoxo no país e pela abordagem a uma série de escândalos financeiros e sexuais envolvendo vários clérigos seniores. Apesar dos pedidos a que renunciasse, o arcebispo conseguiu contornar a situação e contar com apoio para sua permanência.[1][3]
Cristódulo atuou em prol das relações com a Igreja Católica. Em maio de 2001, recebeu a primeira visita de um pontífice católico à Grécia após o grande Cisma de 1054, na qual o Papa João Paulo II pediu perdão por todos os pecados cometidos por católicos contra ortodoxos. Em dezembro 2006, o arcebispo visitou o Papa Bento XVI, no Vaticano, quando assinaram uma declaração sobre seu compromisso para a unidade cristã.[1][6][10][11][12][13] Suas relações com outros líderes ortodoxos, no entanto, não foram isentas de conflitos.[1]
O Arcebispo lutou contra um câncer de fígado e intestino por um ano. Após uma tentativa frustrada de transplante em outubro de 2007 em uma clínica de Miami, pediu para não ser mais hospitalizado e se encontrava em estado muito grave. Cristódulo faleceu aos 69 anos, em sua casa em Atenas.[14][15] Suas exéquias aconteceram na Catedral Metropolitana de Atenas, presididas pelo Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, com lideranças ortodoxas, representantes do Vaticano e governamentais.[6][16] Foi sucedido por Jerônimo II de Atenas.
Referências
- ↑ a b c d e f Frassetto, Michael. «Christodoulos». Britannica (em inglês). Consultado em 21 de agosto de 2024
- ↑ a b «THE CHURCH OF GREECE - Archbishop». web.archive.org. 15 de junho de 2006. Consultado em 21 de agosto de 2024
- ↑ a b c d e Smith, Helena (30 de janeiro de 2008). «Archbishop Christodoulos». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 21 de agosto de 2024
- ↑ «BBC News | Despatches | New Greek Orthodox archbishop enthroned». news.bbc.co.uk. Consultado em 21 de agosto de 2024
- ↑ «Επιμένει στην αναφορά περί χριστιανικής Ευρώπης στο Σύνταγμα της ΕΕ ο Χριστόδουλος». web.archive.org. 22 de agosto de 2003. Consultado em 21 de agosto de 2024
- ↑ a b c «MORRE O ARCEBISPO CHRISTODOULOS DE ATENAS E TODA GRÉCIA». ECCLESIA NEWS. 30 de janeiro de 2008. Consultado em 21 de agosto de 2024
- ↑ «Greek archbishop brands Turks 'barbarians'». BBC NEWS. 18 de junho de 2006. Consultado em 21 de agosto de 2024
- ↑ «Προσπάθεια «υποδούλωσης» των μαθητών βλέπει ο Αρχιεπίσκοπος στο νέο βιβλίο Ιστορίας». web.archive.org. 11 de março de 2007. Consultado em 21 de agosto de 2024
- ↑ «Ανησυχία για τα εθνικά θέματα εκφράζει ο αρχιεπίσκοπος Χριστόδουλος». web.archive.org. 8 de julho de 2006. Consultado em 21 de agosto de 2024
- ↑ «Pope breaks new ground» (em inglês). 3 de maio de 2001. Consultado em 21 de agosto de 2024
- ↑ «2001 Dichiarazione comune di Giovanni Paolo II e Christodoulos» (PDF). Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos. 4 de maio de 2001. Consultado em 20 de agosto de 2024
- ↑ «Encontro com Sua Beatitude Christodoulos, Arcebispo de Atenas e de toda a Grécia (14 de dezembro de 2006) | Bento XVI». www.vatican.va. Consultado em 21 de agosto de 2024
- ↑ «Sua Beatitude Christodoulos promoveu «uma nova era de cordial cooperação» com os católicos». Maristas. 15 de fevereiro de 2008. Consultado em 20 de agosto de 2024
- ↑ «Transplant surgery on Christodoulos fails». web.archive.org. 5 de julho de 2007. Consultado em 21 de agosto de 2024
- ↑ «Morre Christodoulos, arcebispo ortodoxo de Atenas e primaz da Grécia». g1.globo.com. 28 de janeiro de 2008. Consultado em 21 de agosto de 2024
- ↑ «ATENAS DESPEDE-SE DE S. B. CHRISTODOULOS – ECCLESIA NEWS». 2 de fevereiro de 2008. Consultado em 21 de agosto de 2024