Diodo orgânico emissor de luz

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Camadas de uma tela OLED

Um diodo orgânico emissor de luz (sigla OLED, em inglês: organic light-emitting diode) é um diodo emissor de luz (LED) em que a camada de emissão eletroluminescente é um filme orgânico que emite luz em resposta a uma corrente eléctrica. Esta camada de semicondutor orgânico fica situada entre dois eletrodos. Geralmente, pelo menos um destes eletrodos é transparente. Os OLEDs são usados em telas digitais de dispositivos como televisores, monitores de computador, sistemas portáteis, como telefones celulares, consoles de jogos portáteis e PDAs. A principal área de pesquisa é o desenvolvimento de dispositivos OLED brancos para uso em aplicações de iluminação de estado sólido.[1][2][3]

História[editar | editar código-fonte]

As primeiras observações de eletroluminescência em materiais orgânicos foram no início de 1950 por André Bernanose e colegas de trabalho na Nancy-Université, na França. Eles aplicaram alta tensão (AC) no ar para materiais como a acridina laranja, seja depositada em dissolvida em filmes finos de celulose ou celofane. O mecanismo proposto era a excitação direta das moléculas do corante ou a excitação de seus elétrons.[4][5][6][7]

Em 1960, Martin Pope e colaboradores da Universidade de Nova York desenvolveram eletrodos injetáveis óhmicos de contato a partir de cristais orgânicos.[8][9][10] Eles descreveram ainda os requisitos energéticos necessários (funções trabalho) para os eletrodos de contato injetados. Esses contatos são a base da injeção de carga em todos os dispositivos OLED modernos. O grupo de Pope também observou pela primeira vez eletroluminescência de corrente contínua (DC) sob vácuo em um único cristal puro de antraceno e em cristais de antraceno embebidos com tetraceno em 1963[11] usando uma pequena área de eletrodo de prata em 400 V.

iOLED[editar | editar código-fonte]

Para melhorar problemas em relação ao tempo de vida útil das telas OLED que podem perder o brilho em 100 dias por ficarem expostas ao ar, a Corporação Nacional de Radiodifusão do Japão (NHK) desenvolve telas com o recurso iOLED,[12] a inicial “i” vem de inversão.

Para este recurso é utilizada uma solução simples, são invertidas as camadas tradicionais de ânodos e cátodos desses dispositivos. Além disso, é colocado um revestimento extra sobre o cátodo, causando o retimento do brilho da tela mesmo quando não vedada.[13][14]

Lançamento[editar | editar código-fonte]

A LG foi a primeira a produzir e vender uma TV com esta tecnologia no Brasil, com seu lançamento ocorrido em novembro de 2013.[15] A Samsung lançou sua primeira linha de TVs OLED no mercado brasileiro no final de 2013, mas trazendo também a resolução 4K. Ambas as empresas foram criticadas pelos altos valores cobrados pelos produtos[16]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Kamtekar, K. T.; Monkman, A. P.; Bryce, M. R. (2010). «Recent Advances in White Organic Light-Emitting Materials and Devices (WOLEDs)». Advanced Materials. 22 (5): 572. doi:10.1002/adma.200902148 
  2. D'Andrade, B. W.; Forrest, S. R. (2004). «White Organic Light-Emitting Devices for Solid-State Lighting». Advanced Materials. 16 (18): 1585. doi:10.1002/adma.200400684 
  3. Chang, Yi-Lu; Lu, Zheng-Hong (2013). «White Organic Light-Emitting Diodes for Solid-State Lighting». Journal of Display Technology. PP (99): 1. Bibcode:2013JDisT...9..459C. doi:10.1109/JDT.2013.2248698 
  4. A. Bernanose, M. Comte, P. Vouaux, J. Chim. Phys. 1953, 50, 64.
  5. A. Bernanose, P. Vouaux, J. Chim. Phys. 1953, 50, 261.
  6. A. Bernanose, J. Chim. Phys. 1955, 52, 396.
  7. A. Bernanose, P. Vouaux, J. Chim. Phys. 1955, 52, 509.
  8. Kallmann, H.; Pope, M. (1960). «Positive Hole Injection into Organic Crystals». The Journal of Chemical Physics. 32: 300. Bibcode:1960JChPh..32..300K. doi:10.1063/1.1700925 
  9. Kallmann, H.; Pope, M. (1960). «Bulk Conductivity in Organic Crystals». Nature. 186 (4718): 31. Bibcode:1960Natur.186...31K. doi:10.1038/186031a0 
  10. Mark, Peter; Helfrich, Wolfgang (1962). «Space-Charge-Limited Currents in Organic Crystals». Journal of Applied Physics. 33: 205. Bibcode:1962JAP....33..205M. doi:10.1063/1.1728487 
  11. Pope, M.; Kallmann, H. P.; Magnante, P. (1963). «Electroluminescence in Organic Crystals». The Journal of Chemical Physics. 38 (8): 2042. Bibcode:1963JChPh..38.2042P. doi:10.1063/1.1733929 
  12. «iOLED: NHK and Nippon developed a new OLED structure that offers better oxygen and moisture resistance» (em inglês). Consultado em 4 de janeiro de 2014 
  13. «"iOLED": nova tecnologia promete dar mais longevidade aos displays OLED». Consultado em 4 de janeiro de 2014 
  14. «NHK has a theoretical fix for OLED's theoretical longevity problem» (em inglês). Consultado em 4 de janeiro de 2014 
  15. Rodrigo Bastos (17 de outubro de 2013). «LG lança primeira TV OLED curvada no Brasil por preço 'assustador'». TechTudo. Consultado em 25 de janeiro de 2016 
  16. Daniel Junqueira (26 de novembro de 2013). «Samsung lança TVs 4K e OLED curva a preços altíssimos no Brasil». Gizmodo. Uol. Consultado em 25 de janeiro de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]