Divino (Minas Gerais)

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Divino

Divino

  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Divino
Bandeira
Brasão de armas de Divino
Brasão de armas
Hino
Lema Decus et Labore
"Honra e Trabalho"
Gentílico divinense
Localização
Localização de Divino em Minas Gerais
Localização de Divino em Minas Gerais
Localização de Divino em Minas Gerais
Divino está localizado em: Brasil
Divino
Localização de Divino no Brasil
Mapa
Mapa de Divino
Coordenadas 20° 36' 50" S 42° 08' 56" O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Municípios limítrofes Alto Jequitibá, Caparaó, Carangola, Espera Feliz, Fervedouro, Luisburgo, Orizânia, Pedra Bonita, Santa Margarida e São João do Manhuaçu.
Distância até a capital 350 km
História
Fundação 25 de janeiro de 1939 (85 anos)
Emancipação 1938
Administração
Prefeito(a) Mauri Ventura do Carmo (PT, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [2] 337,776 km²
População total (Estimativa IBGE/2020[3]) 19 976 hab.
Densidade 59,1 hab./km²
Clima Tropical de altitude
Altitude 650 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 36820-000 a 36827-999[1]
Indicadores
IDH (PNUD/2000[4]) 0,692 médio
PIB (IBGE/2008[5]) R$ 116 173,595 mil
PIB per capita (IBGE/2008[5]) R$ 5 820,61
Sítio https://www.divino.mg.gov.br (Prefeitura)
www.camaradivino.mg.gov.br (Câmara)

Divino é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais. Sua população estimada em 2020 era de 19 976 habitantes.[3] Divino está a 320 km de Belo Horizonte.

História[editar | editar código-fonte]

Com a criação da Capitania de Minas Gerais, no início do século XVIII, e a fundação das três primeiras vilas – para constituir o centro de 3 grandes jurisdições territoriais, a Vila do Ribeirão do Carmo, atual Mariana, ficou abrangendo a área constituída pelos sertões dos rios Pomba, Doce, até o Cuieté, o que incluía toda a Zona da Mata. Portanto, primitivamente, a região onde se situa Divino pertenceu à Mariana.

A Zona da Mata foi pouco explorada até o limiar do século XIX. Concorreram para isso, de um lado, causas naturais, como o relevo – um sério obstáculo à sua penetração, já que a maior parte do território está em terreno ondulado ou montanhoso – e, por outro lado, causas políticas, que proibiam terminantemente seu desbravamento, com o objetivo de impedir o contrabando de ouro. Havia, ainda, uma forte resistência à colonização dos índios puris, primeiros habitantes da região.

Segundo informações encontradas nos arquivos da cidade, a região onde hoje se localiza o município de Divino foi desbravada, em 1831, por pioneiros, chefiados pelo Tenente-Coronel José Batista da Cunha e Castro, que buscavam terras férteis para agricultura, descendo o ribeirão São João do Norte, até alcançar o rio Carangola, onde, após longa exploração, fincaram uma bandeira do Divino Espírito Santo. Em 1833, as terras que hoje fazem parte de Divino foram vendidas ao Major José Luiz da Silva Viana, que mandou para esta localidade um familiar seu, o Sr. Antônio Luiz da Silva Viana, que se tornou o primeiro habitante de Divino. O Major José Luiz da Silva Viana vendeu estas terras para aqueles que seriam os primeiros colonizadores: Geraldo Gomes Pereira, Antônio José Soares, Antônio de Souza Barros, Manoel Moreira da Silva Sampaio, entre outros. Construíram, neste local, uma capela que daria origem a um povoado.

Em 23 de setembro de 1882, pela Lei Provincial nº 2.905, o povoado foi elevado a distrito com a denominação de Divino Espírito Santo, confirmado em 14 de setembro de 1891 pela Lei Estadual nº 2. Passa a se chamar Divino de Carangola em 7 de setembro de 1923, pela Lei Estadual nº 843, por estar submetido a este município, e, em 17 de dezembro de 1938, pelo Decreto Lei Estadual nº 148, desmembrado de Carangola, passa a Divino.

A versão mais aceita para o nome da localidade, teria sido um fato – do qual encontra-se relato do Sr. José Anacleto Rodrigues, nos arquivos da Prefeitura – ocorrido durante a primeira missa, celebrada pelo padre missionário italiano José Cassaleta, na qual um pombo (que na simbologia cristã representa o Espírito Santo), pertencente a um dos fiéis, teria se soltado e pousado em cima do altar, permanecendo lá por alguns minutos, o que levou ao padre a pedir que o nome do povoado ficasse Divino Espírito Santo.

Os primeiros prefeitos eram nomeados, forma que perdurou até a primeira gestão de Genserico Nunes de Oliveira, entre 20 de janeiro de 1945 e 31 de dezembro de 1946, quando convocou-se eleições diretas para a prefeitura e para a instalação da Câmara Municipal (efetivada em 08 de dezembro de 1947), tendo o prefeito desligado-se do cargo e concorrido no pleito, bastante turbulento, fato bastante compreensível no período que se seguiu à deposição de Getúlio Vargas.

Sua gestão, porém durou pouco mais de um mês, tendo sido assassinado em 15 de janeiro de 1948, evento que ocorreu, segundo o Sr. Ziba Alves de Assis (em artigo publicado no periódico “Divino em revista”, de outubro de 1996), devido a motivações políticas. Desde então, o prefeito assassinado tornou-se referência pública na cidade, tendo sido a praça principal batizada com seu nome. Ali foi erguida uma estátua em sua homenagem.

Desde então, o núcleo urbano se expandiu, a partir da Rua José Vítor de Oliveira, conhecida como “rua nova”, conformando 3 bairros: Centro, Soraya e Givisiez.

A Praça Principal da Cidade, que, segundo o Sr. Afonso Tranin, de 82 anos, não passava de um charco para criação de porcos, foi urbanizada ainda em 1939, recebendo um projeto paisagístico inspirado no estilo neoclássico francês (desenho que foi alterado em 2004, sem qualquer critério técnico) possuindo atualmente um traçado orgânico, que recebeu vegetação de origem tropical, mas mantendo algumas árvores de maior porte e um pergolado sustentado por colunas dóricas (remanescentes do traçado original) por exigência da população, que se mostrou insatisfeita com a alteração.

A igreja, que forma um conjunto paisagístico com a praça, foi construída em 1944, em estilo neogótico,no mesmo lugar da original. Ligando as duas, em 1960, foi construída uma escadaria, ladeada por amplo gramado.

Nas décadas subsequentes, as ruas receberam canalização de água e esgoto. Em 1998, o distrito de Orizânia se emancipa, diminuindo a população do município em quase 5.000 habitantes.

A cidade se encontra numa região montanhosa, na serra da Mantiqueira, o que faz com que haja grande número de quedas d’água e serras, aproveitadas pelos habitantes e por visitantes para lazer.

Sua economia é basicamente agrária, baseada em pequenas propriedades (não há qualquer uma com área acima de 1000 ha), tendo o café como principal cultura – em torno da qual gira a economia do município. Há, ainda, agricultura de subsistência e plantio de cana-de-açúcar, que possui importância não só econômica mas, também, cultural – sustentando toda uma produção artesanal tradicional de aguardente e de rapadura. Essa estruturação econômica é razoavelmente homogênea nos dois distritos.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Rodovias[editar | editar código-fonte]

Administração[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2019 
  2. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dez. 2010 
  3. a b «Divino». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 4 de janeiro de 2021 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  5. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. 2010 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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