Elias António Lopes

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Elias António Lopes
Nascimento 1770
Porto
Morte 7 de outubro de 1815
Cidadania Reino de Portugal
Ocupação político, traficante de escravos
Prêmios
  • Comendador da Ordem de Cristo

Elias Antônio Lopes (Porto, 1756 - Rio de Janeiro, 1815) foi político e traficante de escravizados luso-brasileiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Elias Antônio Lopes teria nascido na cidade do Porto, por volta de 1756. Sua família era de origem libanesa, justamente por isso seu nome original era Elie Antun Lubbus[1]. Era filho do capitão Antônio Lopes Guimarães e de Maria Antônia[2]. Emigrou para o Brasil em 1771, já iniciado no comércio de grosso trato - importação e exportação. Entre as décadas de 1780 e 1790 enriqueceu consideravelmente com o tráfico de africanos para a escravização, a ponto de ser descrito pelo Conde de Resende, em 1799, como um dos mais ricos negociantes do Vice-Reino do Brasil[3].

Possuia diversas embarcações que não faziam apenas o negócio negreiro, também exportando textêis das colônias portuguesas na Asia. Entre seus navios podemos citar os bergatins Pequete Infante, Diligente, São João Americano, Europa e outros. No Brasil também tinha lojas na Rua Direita do Rio de Janeiro e chacarás nas zonas rurais. Possuia um plantel de 100 cativos[3].

Palácio de São Cristóvão, conhecido como Quinta da Boa Vista. Um presente de Elias Antônio Lopes. Gravura de Debret, cerca de 1817.

Com a chegada da família real ao Brasil, em 1808, Lopes presenteou o principe D. João com um palácio, a futura Quinta da Boa Vista, que se tornou morada oficial do monarca. Também ingressou na lista de custeadores da corte no Rio de Janeiro. Por seus investimentos foi feito conselheiro real, agraciado com o título de comendador da Ordem de Cristo e recebeu o cargo de tabelião e escrivão de Paraty. Em 1810 recebeu o título de cavaleiro da Casa Real e alcaide-mor e senhor perpétuo de São José del-Rei[4].

Também se envolveu na captação fiscal, uma das atividades mais lucrativas da colônia[3]. Foi nomeado corretor e provedor da Casa de Seguros da Corte. Ademais, foi deputado, a partir de 1810, da Real Junta de Comércio, Industria, Agricultura e Navegação do Rio de Janeiro[5].

Elias Antônio Lopes faleceu em 1815, aos 59 anos de idade. Não deixou testamento, e nem teve filhos[4]. A sua riqueza gerou uma grande briga entre seus herdeiros: seus irmãos e seus sobrinhos[2]. Seu empreendimento continuou funcionando até 1816, realizando mais quatro expedições[2].

Referências

  1. «Palácio». Arquivo Nacional - RJ. Consultado em 17 de julho de 2023 
  2. a b c Braga, Nilza Lícia Xavier Silveira (2013). «Entre negócios e vassalagem na corte Joanina: a trajetória do homem de negócio, comendador da Ordem de Cristo e deputado da Real Junta de Comércio Elias Antônio Lopes (c.1770-1815)». Consultado em 18 de julho de 2023 
  3. a b c Braga, Nilza Licia Xavier Silveira (2012). «Tráfico negreiro e fazendas têxteis: Uma breve trajetória do negociante e conselheiro Elias Antonio Lopes nos negócios africanos e indianos (fins do século XVIII e primeiras décadas do século XIX)» (PDF). ANPUH-RJ. Anais do XV encontro regional de História da ANPUH-RJ (XV): 1-11. Consultado em 17 de julho de 2023 
  4. a b Côrtes, Celina (4 de maio de 2023). «Gênese da corrupção no Brasil». Rio. Consultado em 18 de julho de 2023 
  5. Antunes, Luís Frederico Dias (11 de junho de 2018). «A vida social das Colchas e outros bens indo-portugueses: seus usos e valor para lá do comércio (séculos XVI-XVIII)». Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material: e05d1. ISSN 0101-4714. doi:10.1590/1982-02672018v26e05d1. Consultado em 18 de julho de 2023