Emir Sader

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Emir Simão Sader (São Paulo, 13 de julho de 1943) é um sociólogo brasileiro.

De origem libanesa, é graduado em Filosofia pela Universidade de São Paulo, mestre em filosofia política e doutor em ciência política por essa mesma instituição. Nessa mesma universidade, trabalhou ainda como professor, inicialmente de filosofia e posteriormente de ciência política. Trabalhou também como pesquisador do Centro de Estudos Sócio Econômicos da Universidade do Chile e foi professor de Política na Unicamp. Atualmente, é professor aposentado da Universidade de São Paulo e dirige o Laboratório de Políticas Públicas (LPP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde é professor de sociologia. É autor de "A Vingança da História", entre outros livros.

Pensador de orientação marxista, Sader colabora com publicações nacionais e estrangeiras e é membro do conselho editorial do periódico inglês New Left Review. Presidiu a Associação Latino-Americana de Sociologia (ALAS, 1997-1999) e é um dos organizadores do Fórum Social Mundial.

Condenação pela Justiça

Emir Sader foi condenado à prisão em novembro de 2006, em regime aberto, além da perda da função pública por calúnia ao senador Jorge Bornhausen (PFL de Santa Catarina).

Após a declaração do presidente do PFL, há cerca de um ano, de que o Brasil precisava "livrar-se dessa raça", em referência ao Partido dos Trabalhadores e aos petistas, Emir Sader atribuiu a ele, em artigo no site Carta Maior [1], no dia 28 de agosto de 2005, a prática de “racismo”. Sader imputou ao senador discriminação aos "negros, pobres, sujos e brutos", intitulando-o de fascista.

Em primeira instância Sader foi condenado por injúria “à pena de um ano de detenção, em regime inicial aberto, substituída nos termos do artigo 44 do Código Penal por pena restritiva de direitos, consistente em prestação de serviços à comunidade ou entidade pública, pelo mesmo prazo de um ano, em jornadas semanais não inferiores a oito horas, a ser individualizada em posterior fase de execução.”

Diz ainda a sentença: “Pelo disposto nos artigos 48 da Lei nº 5.250/67 e 92, inciso I, do Código Penal, considerando que o querelante valeu-se da condição de professor de universidade pública deste Estado para praticar o crime, como expressamente faz constar no texto publicado, inequivocamente violou dever para com a Administração Pública, segundo os preceitos dos artigos 3º e 241, XIV, da Lei 10.261/68, motivo pelo qual aplico como efeito secundário da sentença a perda do cargo ou função pública e determino a comunicação ao respectivo órgão público em que estiver lotado e condenado, ao trânsito em julgado.”

Em outro trecho, a sentença afirma que: “ao adjetivar um Senador da República de racista, esqueceu-se o réu de todos os honrados cidadãos catarinenses que através do exercício democrático do voto o elegeram como legítimo representante em nossa República Federativa. Trata-se, pois, de conduta gravíssima, que de modo algum haveria de passar despercebida, principalmente porque partiu de alguém que, como profissional vinculado a uma universidade pública, jamais poderia se valer de um meio de comunicação de grande alcance na universidade em que atua para divulgar ilícito penal.”


Solidariedade

Em resposta à condenação judicial, que ainda não é definitiva, cabendo recurso, intelectuais encabeçados por Antônio Cândido fazem circular um abaixo assinado contra a sentença, já com centenas de assinaturas.

Sustenta o manifesto que a decisão judicial afronta a liberdade de expressão, intimidando e criminalizando o pensamento crítico, e a autonomia universitária. A sentença, continua o manifesto, transforma o agressor em vítima e em criminoso o defensor dos agredidos. O manifesto pode ser lido na íntegra na página Consciência.net [2].

Outros afirmam que a liberdade de expressão é um direito que traz deveres consigo. A punição judicial diz respeito a manifestações caluniosas por parte de Emir Sader. Como meio de situar-se melhor na discussão, faz-se interessante ver, além do que vesa sobre Emir Sader,a participação política de Jorge Bornhausen [3] e sua participação ativa em votações nominais. [4]

Bibliografia

  • Século XX - Uma biografia não-autorizada. Ed. Fundação Perseu Abramo, 2000.
  • O Anjo Torto (Esquerda e Direita no Brasil). Ed. Brasiliense, 1995
  • Estado e Política em Marx (Ed. Cortez)
  • A transição no Brasil: da ditadura à democracia?' (Ed. Atual)
  • Cuba, Chile e Nicarágua: o socialismo na América Latina (Ed. Atual)
  • Que Brasil é este? (Ed. Atual)
  • O poder, cadê o poder? (Ed. Boitempo)
  • A Revolução Cubana (Ed. Scritta)
  • Democracia e Ditadura no Chile (Ed. Brasiliense)
  • Governar para todos (Ed. Scritta)
  • Da independência à redemocratização (Ed. Brasiliense)
  • Fidel Castro (seleção e introdução) - Ed. Atica - São Paulo - 1986
  • Fogo no Pavilhão - Ed. Brasiliense - São Paulo - 1987
  • Movimentos sociais na transição democrática (org.) - Cortez Editora - São Paulo - 1987
  • Constituinte e democracia no Brasil hoje (org.) - Ed. Brasiliense - São Paulo - 1985
  • E agora, PT? (org.) - Ed. Brasiliense - São Paulo - 1987
  • O socialismo humanista do Che (org. e introdução) - Ed. Vozes - Petrópolis - 1990
  • Gramsci: poder, política e partido - (org. e introdução) - Ed. Brasiliense - São Paulo - 1990
  • Without Fear of Being Happy - Ed Verso - Londres - 1991
  • Chile (1818-1990) - Da independência à redemocratização - Ed. Brasiliense - São Paulo - 1991
  • Por que Cuba? (org.) - Ed. Revan - Rio de Janeiro - 1992
  • Idéias para uma alternativa de esquerda à crise brasileira (org). Ed. Relume-Dumará - Rio de Janeiro - 1993
  • Pós-neoliberalismo - As políticas sociais no Brasil - Ed. Paz e Terra - São Paulo - 1995
  • O mundo depois da queda (org.) - Ed. Paz e Terra - São Paulo - 1995
  • Karl Marx - Bibliografia (org.) - Programa de Pós-graduação do Departamento de Sociologia - FFLCH - USP - São Paulo - 1995
  • Vozes do Século (org.) - Ed. Paz e Terra - São Paulo - 1997
  • Cartas a Che Guevara - O mundo trinta anos depois - Ed. Paz e Terra - São Paulo - 1997
  • Nelson Mandela (org) - Ed. Revan - 1998
  • A opção brasileira - (co-autor) - Ed. Contraponto - Rio de Janeiro - 1998
  • Sem perder a ternura – O livro de pensamentos de Che Guevara – organizador – Ed. Record - 1999
  • Contraversões – com Frei Betto – Ed. Boitempo – São Paulo - 1999

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