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Ao final da [[década de 50]], desafiou o [[coronelismo]] na região de Cabaceiras-PB. Nessa época, criou o Ginásio Félix Araújo e a Cooperativa de Crédito Agrícola de Cabaceiras, uma das pioneiras da Paraíba, da qual foi o seu primeiro presidente. Nesse período, tomou parte na fundação das [[Ligas Camponesas]] ao lado de Gregório Bezerra, Francisco Julião e João Pedro Teixeira. Em [[1962]], como Deputado Estatual foi autor do requerimento visando à constituição de uma [[Comissão Parlamentar de Inquérito]] (CPI) a fim de apurar os autores do assassinato de João Pedro Teixeira. Fundou, no ano de [[1961]], a [[Faculdade de Ciências Econômicas]] de Campina Grande na [[Universidade Federal da Paraíba]] com o apoio de Darcy Ribeiro. |
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[[Ficheiro:Agassiz Almeida - João Pessoa.png|thumb|216x216px|1964, 1 de abril. João Pessoa.]] |
[[Ficheiro:Agassiz Almeida - João Pessoa.png|thumb|216x216px|1964, 1 de abril. João Pessoa. Agassiz Almeida discursa contra o golpe militar.]] |
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== Golpe Militar de 64 e a prisão na ilha de Fernando de Noronha == |
== Golpe Militar de 64 e a prisão na ilha de Fernando de Noronha == |
Revisão das 19h02min de 1 de março de 2016
Agassiz Almeida | |
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Agassiz Almeida, escritor brasileiro | |
Nascimento | 25 de setembro de 1935 (88 anos) |
Nacionalidade | ![]() |
Ocupação | escritor, promotor de justiça, ativista dos direitos humanos e professor universitário |
Agassiz Almeida (Campina Grande, 25 de setembro de 1935) é um escritor brasileiro e ativista dos direitos humanos.
Biografia
Filho de Antônio Pereira de Almeida, ex-prefeito de Campina Grande e ex-deputado estadual e de Josita de Amorim Almeida.
De sua mãe ele recebeu forte influência na sua formação cultural e política. Aprendeu as primeiras letras com as professoras Francisquinha Leite e Dalva Medeiros. Em 1946 ingressou no Colégio Pio XI, Campina Grande-PB, onde concluiu o ginásio. Parte da sua infância e adolescência ele viveu nos Cariris de Barra de Santana, Boa Vista e Cabaceiras, onde conheceu as comunidades dos quilombolas e a discriminação que elas sofriam, fato este que começou a marcar a sua visão de mundo.
Em 1950, Agassiz Almeida vai estudar no colégio Lyceu Paraibano, no qual inicia o curso clássico, vindo a terminá-lo no colégio Carneiro Leão, em Recife. Formou-se em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito da Paraíba, em 1958. No ano de 1954 foi eleito vereador de Campina Grande pelo Partido Socialista Brasileiro, e, por esse mesmo partido, em 1962, foi eleito deputado estadual.
Ao final da década de 50, desafiou o coronelismo na região de Cabaceiras-PB. Nessa época, criou o Ginásio Félix Araújo e a Cooperativa de Crédito Agrícola de Cabaceiras, uma das pioneiras da Paraíba, da qual foi o seu primeiro presidente. Nesse período, tomou parte na fundação das Ligas Camponesas ao lado de Gregório Bezerra, Francisco Julião e João Pedro Teixeira. Em 1962, como Deputado Estatual foi autor do requerimento visando à constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a fim de apurar os autores do assassinato de João Pedro Teixeira. Fundou, no ano de 1961, a Faculdade de Ciências Econômicas de Campina Grande na Universidade Federal da Paraíba com o apoio de Darcy Ribeiro.
Golpe Militar de 64 e a prisão na ilha de Fernando de Noronha
No ano de 1964 foi cassado pelo Regime Militar (1964–1985) do mandato de deputado e demitido dos cargos de Promotor de Justiça e de professor universitário da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), tendo sido desterrado aos cárceres da Ilha de Fernando de Noronha. Em 1965, foi um dos descobridores do minério bentonita em terras do seu genitor, município de Boa Vista-PB, após resultado da analise do Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP). Nesse mesmo ano, após reunião no Palácio da Redenção com o ministro das Minas e Energia, Mauro Thibau e o governador João Agripino, Agassiz Almeida defende a nacionalização das jazidas de bentonita de Boa Vista-PB.
1968. O STF concede habeas corpus a Agassiz Almeida. Crise Institucional
Denunciado pela 7.a Auditoria Militar do Recife, em 1965, por crimes contra a segurança do país, Agassiz Almeida impetra habeas corpus no STF, que concede a ordem em 1968. Em face desta decisão e de outras em favor de líderes políticos como Miguel Arraes, Seixas Dória, Clodomir Morais, Francisco Julião, Gregório Bezerra, Agassiz Almeida, Almino Afonso, Mário Covas, o governo militar edita o Ato Institucional n° 5, em 13 de dezembro de 1968, agravando a crise institucional no país, com dezenas de cassações de mandatos parlamentares, prisões e desaparecimento de presos políticos. Nesta época, as ditaduras militares do Brasil, Uruguai e Argentina começaram a articular a formação da Operação Condor, organização política militar com ilimitados poderes de perseguir os seus opositores, inclusive desconhecendo as próprias fronteiras nacionais.
No final da década de 60, participou da fundação do MDB, juntamente com Ulisses Guimarães, Mário Covas e Humberto Lucena. Ao lado de Álvaro Cunhal e Mário Soares, em 1969, toma parte em congresso, em París, contra a ditadura de Oliveira Salazar, em Portugal.
Com a lei de anistia de 1979, retornou às suas funções de Promotor de Justiça e professor universitário. No ano de 1980, ao pleitear o mandado de Deputado Federal pelo PMDB, ficou com a primeira suplência, vindo a assumir este mandato, no exercício do qual denunciou os responsáveis pelo assassinato e desaparecimento, em 1964, de Pedro Inácio de Araújo ( Pedro Fazendeiro) e João Alfredo, e através de requerimento convoca o ministro da Educação, Eduardo Portela a fim de prestar esclarecimentos acerca da crise na universidade brasileira.
Em 1986 é eleito Deputado Federal constituinte, aprovando 67 emendas inseridas na atual Constituição da República Federativa do Brasil, recebendo do DIAP alta distinção por sua atuação parlamentar. Ao lado de Fernando Gasparian, Carlos Dupré e Sérgio Paez, participou, em 1987, da Assembleia Internacional Parlamentar, em Santiago, Chile, contra a ditadura de Augusto Pinochet.
O Ensaísta
Após 1990, deixa a vida pública e dedica-se exclusivamente a estudos e pesquisas, tendo publicado uma obra aclamada em todo o Brasil, na qual faz crítica feroz às elites e ao intelectualismo, destacando-se estes livros: ''Em Brasília, lutei''; ''A luta na constituinte''; ''500 anos do povo brasileiro''; ''A República das Elites'' e ''A Ditadura dos Generais''
Em setembro de 2010, Agassiz Almeida recebe homenagem no IV Seminário Latino-Americano de Anistia e Direitos Humanos realizado em Brasília, nos dias 16 a 19. Nesse mesmo ano a Agência Nacional do Cinema (Ancine) aprovou o filme "Cães e Homens", baseado no seu livro "A ditadura dos generais".
Por sua história em defesa dos direitos humanos e por sua obra literária, e também como um dos criadores do Memorial do Araguaia e do Memorial das Ligas Camponesas, Agassiz Almeida recebeu o reconhecimento de vultos como José Saramago, Ernesto Sabato, Pedro Simon, José Comblin, Cristovam Buarque e de parlamentares da Câmara dos Deputados, dentre os quais, Jô Moraes, Edmilson Valentim, Perpétua Almeida, Luiz Couto, José Airton e Rômulo Gouveia.
Em 12 de agosto de 2011, participa, em Recife, da campanha pela criação da Comissão Nacional de Memória, Verdade e Justiça, ocasião em que pronuncia enérgico discurso contra os torturadores e criminosos de lesa-humanidade da Ditadura Militar.
Em 2011, Agassiz Almeida foi homenageado, em Recife, pelo Ministério Público de Pernambuco por sua história de resistência à Ditadura Militar de 64. Em novembro de 2011, a Assembleia Legislativa da Paraíba homenageou Agassiz Almeida como um opositor da Ditadura Militar e defensor dos direitos humanos.
Em outubro de 2012, o Ministério Público de Pernambuco presta homenagem a vultos históricos que foram presos pela Ditadura Militar, entre eles, Miguel Arraes, Francisco Julião, Gregório Bezerra, Agassiz Almeida e Abelardo de Hora, com placa alusiva no seu Centro de Direitos Humanos.
Em dezembro de 2013, o Ministério Público da Paraíba celebra os 25 anos da Constituição Federal, com homenagem aos constituintes de 1988. Em nome deles, agradeceu Agassiz Almeida.
Em janeiro de 2013, Agassiz Almeida, após quatro anos de pesquisas, lança o livro O Fenômeno Humano. Reais objetivos da viagem de Charles Darwin no navio HMS Beagle. Esta obra, na conceituação de Mauricio Azedo, Presidente da Associação Brasileira de Imprensa(ABI) afronta um mito universal. Pela extensão das matérias abordadas esta obra é considerada uma das mais desafiadoras da Literatura Brasileira. Em fevereiro de 2013, por proposição do deputado Wilson Braga, a Assembléia Legislativa da Paraíba presta homenagem a obra de Agassiz Almeida, destacando o livro "O Fenômeno Humano".
Em 10 de abril de 2013, Agassiz Almeida, junto com outros líderes, instala o Memorial das Ligas Camponesas do Brasil Francisco Julião, na localidade Galileia, Vitória de Santo Antão, Pernambuco, ocasião em que pronuncia a célebre frase: "Aqui, na Galileia, naquele longínquo ano de 1955, os condenados da Terra deram o seu grito de libertação: nós não seremos mais escravos de ninguém." Em maio de 2015, a Câmara de Vereadores de Itabaiana/PB instituiu a Medalha dos Direitos Humanos Agassiz Almeida.
O Ativista dos Direitos Humanos
A partir de março de 2014, Agassiz Almeida encaminha mensagens ao presidente do S.T.F., ministro Joaquim Barbosa contra o estado de subcondição humana de milhares de prisioneiros do país, inclusive dos conhecidos como, "os réus do mensalão", como também, denunciou ao Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o genocídio praticado pela ditador da Síria, Bashar al-Assad contra o povo sírio.
Em 7 de janeiro de 2014, o presidente da União Brasileira de Escritores, Joaquim Maria, o convida a integrar os quadros desta instituição, em reconhecimento por sua obra literária e a sua atuação como ativista dos direitos humanos. Declinou do convite mesmo reconhecendo a importância desta instituição.
Em maio de 2014, a fundação João Mangabeira e o escritor Evaldo Costa, no livro "Palavra Acesa", ressaltaram a importância de personalidades das lutas camponesas, entre eles, Miguel Arraes, Elizabeth Teixeira, Fransciso Julião e Agassiz Almeida.
Anistia. Mensagens aos comandantes militares
Participando da frente de resistência às ditaduras militares no Brasil e em outros países, e assumindo a defesa pela punição aos torturadores e genocidas da Ditadura Militar, o escritor Agassiz Almeida empenhou-se como ativista dos direitos humanos pela criação da Comissão Nacional da Memória, Verdade e Justiça, instituída pela lei 15.258 de novembro de 2011.
Após exaustivo trabalho por dois anos e sete meses, esta Comissão apontou os monstruosos crimes ocorridos nas instalações das Forças Armadas e os seus autores, durante o regime militar de 1964.
Em face do silêncio destas instituições, e representando entidades defensoras dos direitos humanos, Agassiz Almeida encaminhou estas mensagens aos comandantes militares: "Peçam desculpas à nação e Quo usque tandem generais".
Livros
- ALMEIDA, Agassiz. 500 anos do povo brasileiro, ed. Paz e Terra, 2001
- ALMEIDA, Agassiz. A república das elites, ed. Bertrand Brasi, 2004
- ALMEIDA, Agassiz. Ditadura dos Generais, ed. Bertrand Brasil, 2007
- ALMEIDA, Agassiz. O Fenomêno Humano, ed. Contexto, 2012
- Livro O fenômeno humano e a Folha de S.Paulo, 2012
- A Ditadura dos Generais, de Agassiz Almeida, é lançado em Brasília, 2007
Ensaios e outros textos
- Que justiça é esta, 2010
- Mensagem a Pilar Del Rio,viúva de Saramago, 2010[1]
- Abram-se os arquivos da ditadura, 2011
- Mensagem à presidente Cristina Kirchner, da Argentina, 2011[2]
- Mensagem ao Embaixador Kofi Annan, 2012[3]
- Mensagens ao presidente do S.T.F. Joaquim Barbosa, 2013
- Mensagem ao presidente do Uruguai, Jose Mujica, 2013
- Ariano Suassuna e a condição humana, 2014
- Peçam desculpas à nação, 2014
- Quo usque tandem generais, 2014
Referências
- ↑ «Agassiz escreve à viúva de Saramago». 2 de agosto de 2010. Consultado em 20 de fevereiro de 2015
- ↑ «Mensagem do escritor Agassiz Almeida à Presidente Cristina Kirchner:». 2011. Consultado em 20 de fevereiro de 2015
- ↑ «Ao embaixador Kofi Annan, dignatário da ONU». 12 de junho de 2012. Consultado em 20 de fevereiro de 2015
- Nascidos em 1935
- Professores da Universidade Federal da Paraíba
- Vereadores de Campina Grande
- Deputados estaduais da Paraíba
- Deputados federais da Paraíba
- Membros do Partido Socialista Brasileiro
- Membros do Movimento Democrático Brasileiro
- Deputados federais da Assembleia Nacional Constituinte de 1987–1988
- Naturais de Campina Grande
- Opositores da ditadura militar no Brasil (1964–1985)
- Ensaístas do Brasil
- Ativistas dos direitos humanos