Ativismo: diferenças entre revisões

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Inseri o Net-Ativismo e detalhei um pouco mais o significado de ativismo
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O ativismo pode também assumir a forma de [[Resistência não violenta|protesto passivo]], de [[greve]], de [[desobediência civil]] ou de franca militância ativa, como é o caso da [[invasão]] de terrenos ou propriedades, [[Motim|motins]] e, em caso extremo, o terrorismo e a [[guerra civil]].
O ativismo pode também assumir a forma de [[Resistência não violenta|protesto passivo]], de [[greve]], de [[desobediência civil]] ou de franca militância ativa, como é o caso da [[invasão]] de terrenos ou propriedades, [[Motim|motins]] e, em caso extremo, o terrorismo e a [[guerra civil]].


O ativismo tem por objetivo interferir nas normas vigentes da sociedade, quando essas não dão conta de abranger toda a pluralidade de uma dada sociedade ou de grupos sociais. Diferente da militância que têm seus preceitos na rigidez dos processos e na busca por uma estrutura organizada, o ativismo tem uma outra característica: é menos organizado, o poder de decisão e organização é partilhado entre várias pessoas, o que descentraliza as decisões ou demais ações em uma única pessoa ou em um grupo restrito..
{{Referências}}

Como parte da característica do movimento ativista, se percebe em 2013, em alguns movimentos coletivos, que a organização e as discussões passaram a ter modos de intervenção nas redes digitais. Um dos exemplos que temos é o Movimento Passe Livre que chegou em São Paulo em 2013 - ano de seu auge, por ter ganhado destaque na imprensa brasileira - depois ganhou espaço em todo o país, se apresentou de uma forma diferente, sendo um movimento que repercutiu não apenas nos grupos e nos espaços físicos. O diferencial desse ativismo, e que também aponta para os novos movimentos ativistas que surgiram depois, é que houve uma participação e integração com as redes digitais, ou seja, a organização passou pelas redes e foi disseminada nela. Nessa nova arquitetura, as informações passaram a correr mais livremente e o processo de comunicação foi transformado pela dinâmica das redes. Em entrevista recente para o jornal Nexo, em 2019, o pesquisador brasileiro André Luis Leite de Figueirêdo Sales e coautores realizaram uma pesquisa para entender a diferença entre os termos militância e ativismo. Em suas palavras ditas na entrevista ao Nexo, os movimentos ativistas “vêm usando as novas tecnologias de comunicação e informação para dar corpo a suas ações e têm na ideia de redes seu modelo organizativo estratégico”.

De certa forma, a utilização e interação com essas novas tecnologias e as redes digitais, explicam, mesmo que em menor profundidade, o que apresentam hoje como net-ativismo.


'''Net-ativismo'''

A contínua troca de informações entre os humanos, as redes digitais, dispositivos de conexão e dados, configuram o que se chama de arquiteturas informativas e digitais. Essas interações colaborativas produzidas no contexto da contemporaneidade, permitem uma nova experiência de interatividades: o net-ativismo.

Na contemporaneidade se veem novas formas de interações e de comunicação. Com o surgimento da internet  e um pouco mais a frente, a fibra óptica, possibilitou que essas novas interações digitais aconteçam por meio das redes, entre os humanos e no compartilhamento de dados. Essas novas arquiteturas informativas colaboram entre si e produzem novas formas de interação. O homem deixa de deter o poder de decisão sobre como fazer a comunicação e decisão sobre as tecnologias, e passa a interagir diretamente com elas, fazendo parte de uma ecologia maior.

A importância da democracia sobre o acesso à informação e produção de conhecimento têm expressão nessas novas ecologias interativas. O homem, portanto, passa a utilizar as redes digitais, produzir nessas redes, e, através delas, interagir com diversos outros atores sociais. Embora o homem seja um autor de destaque, as interações entre sistemas não vivos, as redes digitais e as trocas que ocorrem no âmbito tecnológico tendem a ganhar espaço, ao mesmo tempo em que se percebem novos arranjos na sociedade sobre os mais diversos debates e movimentos ativistas-sociais.

Nessa nova configuração, todos os atores sociais são capazes de criar dinâmicas de colaboração comunicativa e que tangenciam as sociedades de várias formas, por meio da opinião pública, dos debates e nas transferências de informação etc. De forma a saber sobre como essas ecologias se comportam, Massimo di Felice, doutor em comunicação pela Universidade de São Paulo, fala em seu livro “O Net-ativismo e as dimensões ecológicas da ação nas redes digitais” sobre como essas novas ecologias onde o ativismo tem se encontrado, são originais e não podem ser descritas como virtual, nem como presencial ou material. É a partir dessa complexidade das interações que se atravessam que houve a necessidade de apresentar uma nova teoria da ação que chamaram de net-ativismo.{{Referências}}


== Ver também ==
== Ver também ==

Revisão das 17h20min de 30 de agosto de 2021

Protesto do Greenpeace contra a poluição durante um jogo de futebol: um exemplo de ativismo.

Ativismo significa defender algo. No sentido filosófico, pode ser descrito como qualquer doutrina ou argumentação que privilegie a prática efetiva de transformação da realidade em detrimento da atividade exclusivamente especulativa.[1]

O ativismo político

A imprensa por vezes usa o termo ativismo como sinônimo de manifestação ou protesto. Nas ciências políticas, também pode ser sinônimo de militância, particularmente por uma causa.

Usualmente, ativismo pode ser entendido como militância ou ação continuada com vistas a uma mudança social ou política, privilegiando a ação direta, através de meios pacíficos ou violentos, que incluem tanto a defesa, propagação e manifestação pública de ideias até a afronta aberta à Lei, chegando inclusive à prática de terrorismo.

Os termos "ativismo" e "ativista" foram usados pela primeira vez, com conotações políticas, pela imprensa belga, em 1916, referindo-se ao Movimento Flamingant.[2]

Dentro do enquadramento legal e eleitoral das democracias representativas, toma, habitualmente, a forma de atividade político-social - remessa de cartas, organização ou participação em reuniões, emissão de textos, entrevistas à imprensa e a dirigentes políticos em prol da postura de preferência; promover ou simplesmente seguir certos comportamentos que estão delineados ou que se estima que contribuam para a causa — tal como o boicote de certos produtos de consumo (ou a recomendação de outros), nas compras individuais ou de grupo; ou ainda a realização de manifestações públicas organizadas, tais como marchas, recrutamento de simpatizantes, coletas de assinaturas em apoio a manifestos favoráveis à causa ou contra algo que prejudique a causa.

O ativismo pode também assumir a forma de protesto passivo, de greve, de desobediência civil ou de franca militância ativa, como é o caso da invasão de terrenos ou propriedades, motins e, em caso extremo, o terrorismo e a guerra civil.

O ativismo tem por objetivo interferir nas normas vigentes da sociedade, quando essas não dão conta de abranger toda a pluralidade de uma dada sociedade ou de grupos sociais. Diferente da militância que têm seus preceitos na rigidez dos processos e na busca por uma estrutura organizada, o ativismo tem uma outra característica: é menos organizado, o poder de decisão e organização é partilhado entre várias pessoas, o que descentraliza as decisões ou demais ações em uma única pessoa ou em um grupo restrito..

Como parte da característica do movimento ativista, se percebe em 2013, em alguns movimentos coletivos, que a organização e as discussões passaram a ter modos de intervenção nas redes digitais. Um dos exemplos que temos é o Movimento Passe Livre que chegou em São Paulo em 2013 - ano de seu auge, por ter ganhado destaque na imprensa brasileira - depois ganhou espaço em todo o país, se apresentou de uma forma diferente, sendo um movimento que repercutiu não apenas nos grupos e nos espaços físicos. O diferencial desse ativismo, e que também aponta para os novos movimentos ativistas que surgiram depois, é que houve uma participação e integração com as redes digitais, ou seja, a organização passou pelas redes e foi disseminada nela. Nessa nova arquitetura, as informações passaram a correr mais livremente e o processo de comunicação foi transformado pela dinâmica das redes. Em entrevista recente para o jornal Nexo, em 2019, o pesquisador brasileiro André Luis Leite de Figueirêdo Sales e coautores realizaram uma pesquisa para entender a diferença entre os termos militância e ativismo. Em suas palavras ditas na entrevista ao Nexo, os movimentos ativistas “vêm usando as novas tecnologias de comunicação e informação para dar corpo a suas ações e têm na ideia de redes seu modelo organizativo estratégico”.

De certa forma, a utilização e interação com essas novas tecnologias e as redes digitais, explicam, mesmo que em menor profundidade, o que apresentam hoje como net-ativismo.


Net-ativismo

A contínua troca de informações entre os humanos, as redes digitais, dispositivos de conexão e dados, configuram o que se chama de arquiteturas informativas e digitais. Essas interações colaborativas produzidas no contexto da contemporaneidade, permitem uma nova experiência de interatividades: o net-ativismo.

Na contemporaneidade se veem novas formas de interações e de comunicação. Com o surgimento da internet  e um pouco mais a frente, a fibra óptica, possibilitou que essas novas interações digitais aconteçam por meio das redes, entre os humanos e no compartilhamento de dados. Essas novas arquiteturas informativas colaboram entre si e produzem novas formas de interação. O homem deixa de deter o poder de decisão sobre como fazer a comunicação e decisão sobre as tecnologias, e passa a interagir diretamente com elas, fazendo parte de uma ecologia maior.

A importância da democracia sobre o acesso à informação e produção de conhecimento têm expressão nessas novas ecologias interativas. O homem, portanto, passa a utilizar as redes digitais, produzir nessas redes, e, através delas, interagir com diversos outros atores sociais. Embora o homem seja um autor de destaque, as interações entre sistemas não vivos, as redes digitais e as trocas que ocorrem no âmbito tecnológico tendem a ganhar espaço, ao mesmo tempo em que se percebem novos arranjos na sociedade sobre os mais diversos debates e movimentos ativistas-sociais.

Nessa nova configuração, todos os atores sociais são capazes de criar dinâmicas de colaboração comunicativa e que tangenciam as sociedades de várias formas, por meio da opinião pública, dos debates e nas transferências de informação etc. De forma a saber sobre como essas ecologias se comportam, Massimo di Felice, doutor em comunicação pela Universidade de São Paulo, fala em seu livro “O Net-ativismo e as dimensões ecológicas da ação nas redes digitais” sobre como essas novas ecologias onde o ativismo tem se encontrado, são originais e não podem ser descritas como virtual, nem como presencial ou material. É a partir dessa complexidade das interações que se atravessam que houve a necessidade de apresentar uma nova teoria da ação que chamaram de net-ativismo.

Referências

  1. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 194.
  2. «Ativismo Social, e o impacto na sociedade». Ajudaria. 6 de fevereiro de 2020. Consultado em 22 de dezembro de 2020 

Ver também