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Revisão das 17h11min de 22 de abril de 2006

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Hugo Chávez durante abertura da 1ª Reunião de Chefes de Estado da Comunidade Sul-americana de Nações (Casa), no Itamaraty. Foto: Marcello Casal Jr/ABr

Hugo Rafael Chávez Frías (Sabaneta, 28 de Julho de 1954) é o 53º e actual presidente da República Bolivariana da Venezuela.

Biografia

Hugo Chávez é o segundo de seis filhos de Hugo de los Reyes Chávez e da sua esposa Elena Frías de Chávez, ambos professores de profissão. Hugo e o seu irmão mais velho foram viver com a avó paterna Rosa Inés a pedido do pai quando Hugo era ainda muito novo. Frequentou a escola primária no Grupo Escolar Julián Pino em Sabaneta e o ensino secundário no Liceu Daniel Florencio O' Leary na cidade de Barinas. Desde a sua juventude é um amante dos esportes, em particular do basebol.

Aos dezessete anos ingressou na Academia Militar da Venezuela, onde se graduou em Ciências e Artes Militares, ramo de Engenharia em 1975. Progrediu na carreira militar, tendo atingido o grau de Tenente-Coronel.

Casou por duas vezes: a primeira com Nancy Colmenares, com que teve três filhos (Rosa Virginia, María Gabriela e Hugo Rafael) e a segunda com a jornalista Marisabel Rodríguez, de quem se separou em 2003 e com quem teve uma filha, Rosinés. Manteve ainda uma relação amorosa durante cerca de dez anos com a historiadora Herma Marksman enquanto era casado com a sua primeira esposa.

Carreira política

No dia 4 de Fevereiro de 1992 Chávez protagonizou um golpe de estado fracassado contra o presidente Carlos Andrés Pérez. O golpe surgia num período de crise económica, marcado pela inflação e desemprego. Chavez foi detido e passou dois anos na cadeia. Foi libertado após o afastamento de Pérez, graças a uma amnistia do novo presidente Rafael Caldera, abandonando a vida militar para se dedicar à política.

Em 1997 funda o Movimiento V República.

Nas eleições para a presidência da República celebradas a 6 de Dezembro de 1998 Chávez consagrou-se como vencedor com 56% dos votos, num clima político marcado pela corrupção e pelo descrédito em relação aos dois grandes partidos da democracia venezuelana que tinham governado o país nos últimos quarenta anos, o democrata-cristão COPEI e o partido de centro esquerda Acción Democrática. Logo que tomou posse, em Fevereiro de 1999, dissolveu o Congresso e convocou uma Assembleia Nacional Constituinte cujo objectivo era dotar o país de uma nova Constituição.

Nas eleições para a Assembleia Constituinte celebradas em Julho de 1999 os apoiantes de Chávez (agrupados no Polo Patriótico) conquistaram 120 dos 131 lugares. A nova constituição, aprovada por referendo em Dezembro do mesmo ano, alterou o nome do país (a partir de agora seria conhecido como República Bolivariana da Venezuela), atribuiu mais poderes ao presidente, permitiu uma maior intervenção do Estado na economia, eliminou o Senado e reconheceu os direitos culturais e linguísticos da comunidades indígenas.

Em função da nova ordem constitucional são celebradas novas eleições presidencias e legislativas a 30 de Julho de 2000, nas quais Chávez foi eleito presidente da República com 55% dos votos e o Polo Patriótico conquistou a maioria dos lugares na Assembleia Nacional. Chávez toma posse a 22 de Agosto.

Desempenho presidencial

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Hugo Chávez no Fórum Social Mundial 2003. Victor Soares/ABr.

Em novembro de 2000 a Assembleia Nacional tinha aprovado a denominada Ley de Habilitación, através da qual o presidente poderia governar por decreto durante o período de um ano, sem necessitar da Assembleia Nacional para aprovar leis. Entre esse mês e Novembro do ano seguinte, Chávez promulgou um total de 49 decretos. Entre estes encontravam-se a Lei de Hidrocarbonetos, que fixava a participação do Estado no sector petrolífero em 51%, e a Lei de Terras e Desenvolvimento Agrário, prevendo a expropriação de terras latifundiárias. As novas leis estariam na origem de contestação social, oriunda principalmente dos sectores empresariais, mas que em breve se estendeu aos sindicatos, Igreja e televisões privadas, que acusavam o presidente de querer tornar a Venezuela um país comunista. Entretanto, Chávez dedicou parte do ano de 2001 a uma série de périplos internacionais, visitando Portugal, onde manteve uma audiência com o presidente Jorge Sampaio. Aproveitou ainda para se deslocar à ilha da Madeira, de onde é oriunda uma importante comunidade emigrante residente na Venezuela, tendo sido recebido pelo presidente do governo regional Alberto João Jardim.

No dia 10 de Dezembro de 2001, a Federación de Cámaras, de Comercio y Producción (Fedecámaras), que agrupa os sectores empresariais do país e a Confederación de Trabajadores de Venezuela (CTV, Confederação de Trabalhadores da Venezuela) convocaram uma greve de 12 horas em protesto pelas medidas governamentais. Classificada de sucesso pelos organizadores, a greve não conseguiu no entanto revogar as leis aprovadas.

No final de Fevereiro de 2002 Chávez decidiu demitir os gestores da companhia estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) e substitui-los por pessoas da sua confiança, o que gerou profundas críticas. O descontentamento com a liderança de Chávez começa a atingir alguns sectores do exército e antigos apoiantes o abandonam, como Luis Miquilena (um dos fundadores do partido Movimiento V República).

Face aos acontecimentos, a Confederação de Trabalhadores (CTV) decidiu convocar uma nova greve em solidariedade com os gestores e outros trabalhadores afastados da PDVSA. A greve foi convocada para o dia 9 de Abril de 2002 e deveria ter a duração de dois dias, mas acabou por se prolongar. No dia 11 de Abril um grupo de manifestantes marcha até ao Palácio de Miraflores (o palácio presidencial), para pedir a demissão de Chávez, onde se encontrava uma contra-manifestação de apoio ao presidente. Quinze pessoas acabariam mortas e mais de 100 feridas em resultado de confrontos entre as duas facções. Não é ainda claro quem foram os responsáveis pelos acontecimentos, circulando diferentes versões em torno dos mesmos. Entretanto, em meio ao golpe, Chávez proíbe as televisões privadas de emitirem os confrontos em directo[1] e as altas patentes militares pedem a demissão do presidente.

No dia 12 de Abril o general Lucas Rincón, chefe das Forças Armadas, anunciou que Chávez se tinha demitido, tendo o presidente da Fedecámaras, Pedro Carmona, assumido a presidência da República. Este dissolveu a Assembleia, os poderes judiciais e atribuiu-se a si próprio poderes extraordinários. Carmona afirmou que no prazo de um ano se celebrariam novas eleições presidenciais e legislativas. Os eventos geraram levantamentos populares nas ruas de Caracas protagonizados por apoiantes do regime deposto. Soldados leais a Chávez, reagindo ao acontecimentos, organizam um contra golpe de Estado, tomam o Palácio de Miraflores e Diosdado Cabello, vice-presidente de Chávez que tinha permanecido fiel ao regime, assume a liderança temporária do país. Nas horas seguintes Chávez foi libertado da prisão na ilha de La Orchila e regressa a Caracas para retomar a chefia do estado.

O governo de Chávez alegou meses depois que os Estados Unidos apoiaram o golpe de estado, afirmando que nos dias do golpe os radares do país detectaram a presença de navios e aviões militares americanos em território venezuelano. Em Outubro de 2002 uma nova greve paralisou o país durante 9 semanas.

A Coordinadora Democrática (uma coligação de partidos de direita e de esquerda contra o governo chavista) organizou no final de Novembro de 2003 uma recolha de assinaturas cujo propósito era convocar uma consulta popular na qual os venezuelanos se pronunciariam sobre a permanência ou não de Hugo Chávez no poder. O referendo teve lugar no dia 24 de Agosto de 2004; 58,25% dos votantes apoiou a permanência de Chávez na presidência até ao fim do mandato, que ocorreria nos próximos dois anos e meio. A oposição alegou que tinha sido cometida fraude, mas os observadores internacionais presentes durante o processo (entre os quais se encontravam o antigo primeiro-ministro português António Guterres e Jimmy Carter) consideraram que o referendo ocorreu dentro da normalidade e legalidade.

Em 2005 o governo de Chávez apoiou a criação da TeleSUR, uma estação de televisão sediada na Venezuela que emite programas informativos para toda a América Latina e que se assume como alternativa às grandes cadeias como a CNN. Para seus defensores, representa uma pequena janela de informação independente, em meio à mídia latino-americana, altamente concentrada e oligarquizada na mão de grupos como o Rede Globo (Brasil), Televisa (México) e Cisneros (Venezuela). Já para os seus detractores, o canal não passa de um instrumento de propaganda do regime chavista.

Questão militar

Durante o ano de 2005 e continuando agora em 2006, o governo chavista começou a se preparar militarmente para uma possível invasão dos EUA a seu território, devido a importância que a Venezuela tem para esta nação, sob o ponto de vista energético (exportanto cerca de 15% de sua produção para a América) e ao antagonismo de suas políticas externas confrontantes, umas com as outras. Foram adquiridos algumas centenas de milhares de fuzis russos AK-47, e material bélico diverso de vários nações do globo. Dois milhões de homens estão se preparando para rechaçar qualquer tentativa bélica estrangeira em território venezuelano.

Referências

  1. Media in the eye of the storm : one journalist killed, three wounded and several TV stations briefly off the air (rsf.org)

Ligações externas

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