José Lino Grünewald: diferenças entre revisões

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Revisão das 10h44min de 3 de setembro de 2010

José Lino Fabião Grünewald (Rio de Janeiro, 13 de fevereiro de 1931- 26 de julho de 2000) foi um poeta, tradutor, crítico de música, artes plásticas, literatura e cinema, além de jornalista, sendo um dos participantes do grupo de poetas Noigandres.

Biografia

Nascido no bairro de Copacabana, José Lino Grünewald, conhecido como Zelino pelos colegas da Noigandres, obteve o diploma de Bacharel em Direito na Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1953, trabalhando na Fundação Getúlio Vargas.

Começa a colaborar na imprensa em 1956, por intermédio do poeta Mário Faustino, destacando-se como crítico literário e, principalmente, de cinema, nas décadas seguintes, escrevendo para o Jornal do Brasil, Correio da Manhã, O Globo, Tribuna da Imprensa, Última Hora, O Estado de São Paulo, Jornal da Tarde e Folha de São Paulo até o ano de 1993[1].

Em 1957 tornou-se o último dos cinco membros do grupo Noigandres, fazendo parte da edição da sua revista a partir do nº5, em fins de 1962, sendo o principal finciador deste número. Foi também um dos editores da revista Invenção, segunda porta-voz da poesia concreta, desde o seu primeiro número, em 1962, ao último, em 1966. Grünewald já era, anteriormente, participante da equipe editora da página homônima, no jornal Correio paulistano, desde 1960 [2].

Em 1969, organizou e traduziu A Idéia do Cinema, com ensaios de Walter Benjamin, Eisenstein, Godard e Merleau-Ponty. Como crítico de cinema, foi dos primeiros a valorizar a obra dos cineastas Jean-Luc Godard e Alain Resnais no Brasil.

Nas décadas de 1980 e 1990 traduziu inúmeras obras, entre elas Os Cantos, de Ezra Pound e Grandes Poetas da Língua Inglesa do Século XIX, pelas quais recebeu prêmios Jabuti de Tradução de Obra Literária em 1987 e 1989.

Em 1990 recebeu da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), o Prêmio de Tradução pelo livro Poemas de Mallarmé.

Também fez parte do Conselho Superior de MPB, do Museu da Imagem e do Som, e do Conselho Superior de Cinema[3].

Casado com Ecila Azevedo Grünewald e pai de Rodrigo e Bernardo, José Lino Grünewald morreu de câncer aos 69 anos e está enterrado no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul da cidade do Rio de Janeiro [4].

A poética

Considerado um dos grandes esquecidos da história da Poesia concreta, autor de uma obra que permanece como uma das mais expressivas e criativas do concretismo paulista, Grünewald não foi, no entanto, sempre um poeta concretista.

“Um e dois”, de 1958, cujos poemas mais antigos foram escritos em 1956, representa, em sua primeira parte, a fase “pré-concreta” do poeta, trazendo versos líricos, eróticos e de protesto, utilizando-se de invenções poéticas de Stéphane Mallarmé e de Ezra Pound, avançando na utilização não tradicional do branco da página.

Na sua segunda parte comparece o poeta concreto. "Aqui, Grünewald trabalha o espacial, a geometria do poema e suas possibilidades sonoras. Ainda assim, o poeta traz elementos da fase anterior. Notadamente, o gosto pelas oposições. O encadeamento de frase de grafia ou sonoridade semelhante, produzindo novas imagens poéticas a partir de seu inusitado contato", escreve, de maneira simples e precisa o jornalista Dellano Rios [5].

Grünewald se manterá fiel a proposta do concretismo por quatro décadas, sendo considerado um concretista mais ortodoxo que os outros participantes do grupo Noigandres pelo seu amigo Augusto de Campos.

Em “Escreviver” de 1983, Grünewald repete a mesma estrutura bipartida do seu livro de estréia, que representa as suas faces concreta e pré-concreta.

Obras

Traduções Publicadas

  • A Idéia do Cinema. (Trad. e org.). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969. Ensaios de Walter Benjamin, Eisenstein, Godard, Merleau-Ponty, entre outros.
  • Benjamin, Horkheimer, Adorno, Habermas. (Trad. e org.)São Paulo: Abril Cultural. Textos escolhidos. Coleção Os Pensadores.
  • Grandes Poetas da Língua Inglesa do Século XIX. (Trad. e org.) Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.
  • Mallarmé, Stéphane. Igitur; ou, A loucura de Elbehnon. Rio Janeiro: Nova Fronteira, 1985. Ed. bilíngüe.
  • Mallarmé, Stéphane. Poemas. (Trad. e org.). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. Ed. bilíngüe.
  • Merleau-Ponty, Maurice. O cinema e a nova psicologia. In: Xavier, Ismail. (Org.) A Experiência do Cinema. Rio de Janeiro: Graal, 1991.
  • Poetas Franceses do Século XIX. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.
  • Pound, Ezra. Cantos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.

Obra própria

  • Um e dois. 1958.
  • Escreviver. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987.
  • Carlos Gardel, lunfardo e tango. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.
  • Um Filme é um Filme: o *Cinema de Vanguarda dos Anos 60. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. Com Ruy Castro. (Org.)
  • O Grau Zero do Escreviver. São Paulo: Perspectiva, 2002. (Coletânea da maior parte dos trabalhos literários do autor, organizada por José Guilherme Corrêa)

Antologias organizadas

  • Grandes sonetos da nossa língua.Organização de José Lino Grunewald. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.
  • Bocage. Poemas. Organização de José Lino Grunewald. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.
  • Camões, Luís de. Líricas. Organização de José Lino Grunewald. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
  • Os Poetas da Inconfidência. Organização de José Lino Grunewald. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
  • Quental, Antero de. Antologia. Organização de José Lino Grunewald. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.
  • Pedras de Toque da Poesia Brasileira. Organização de José Lino Grunewald. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.

Referências