Saltar para o conteúdo

Prêmio Jabuti

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Prêmio Jabuti
Prêmio Jabuti
Descrição Excelência em produção literária nacional
País Brasil
Primeira cerimónia 1959
Última cerimónia 2021
Apresentação Câmara Brasileira do Livro
Página oficial

O Prêmio Jabuti é o mais tradicional prêmio literário do Brasil, concedido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). Criado em 1959, foi idealizado por Edgard Cavalheiro quando presidia a CBL, com o interesse de premiar autores, editores, ilustradores, gráficos e livreiros que mais se destacassem a cada ano.[1]

Em 1959, constavam apenas sete categorias: Literatura, Capa, Ilustração, Editor do Ano, Gráfico do Ano, Livreiro do Ano e Personalidade Literária. Mais tarde, o prêmio incorporou outras categorias que envolvem a criação e a produção de um livro, tais como: Adaptação, Projeto Gráfico e Tradução; além das categorias tradicionais como Romance, Contos e Crônicas, Poesia, Infantil, Juvenil, Reportagem e Biografia. Em 1991, criou-se a categoria Livro do Ano de Ficção, e em 1993, foi a vez do Livro do Ano de Não Ficção. A partir de 2017, o Prêmio Jabuti passou a contemplar duas novas categorias: Histórias em Quadrinhos e Livro Brasileiro Publicado no Exterior.[1]

Em 2018, o Prêmio Jabuti passou por uma alteração em seu formato, com as então 29 categorias sendo reduzidas para 18, distribuídas em quatro eixos. Além disso, também alterou a categoria "Livro do Ano" (que até então premiava dois livros, um de ficção e um de não ficção), passando a premiar apenas um livro, independente do gênero.[2][3][4]

O Livro do Ano será atribuído a uma única obra, seja de Ficção ou Não Ficção. O autor receberá um troféu Jabuti especial e o valor bruto de R$ 100.000,00 (cem mil reais). A editora da obra receberá uma estatueta especial (2019).[5]

Eixos e categorias (edição de 2024)

[editar | editar código-fonte]

O ano entre parênteses refere-se ao ano em que a categoria foi premiada pela primeira vez. Em muitos casos, as categorias podem ter "pulado" uma ou mais edições.[6][7]

Literatura[nota 1] Não Ficção[nota 2] Produção Editorial[nota 3] Inovação[nota 4]
Conto (1997) Artes (2011) Capa (1960) Escritor Estreante - Poesia (2024)
Crônica (2018) Biografia e Reportagem (2019) Ilustração (1959) Escritor Estreante - Romance (2023)
Histórias em Quadrinhos (2017) Economia Criativa (2018) Projeto Gráfico (2007) Fomento à Leitura (2018)[nota 5]
Infantil (1959) Educação (2011) Tradução (1962) Livro Brasileiro Publicado no Exterior (2017)
Juvenil (1959) Negócios (2024)
Poesia (1959) Saúde e Bem-Estar (2024)
Romance Literário (1959)[nota 6]
Romance de Entretenimento (2020)
Livro do Ano (1991)[nota 7]

Categorias extintas

[editar | editar código-fonte]

Os anos entre parênteses referem-se ao ano em que a categoria foi premiada pela primeira e pela última vez. Em muitos casos, as categorias podem ter "pulado" uma ou mais edições entre a primeira e a última.

  • Contos / Crônicas / Novelas (1959–1996)
  • Estudos Literários (Ensaios) (1959–1996)
  • História Literária (1959–1964)
  • Literatura Adulta (autor revelação) (1962–1994)
  • Biografia e/ou Memórias (1963–1986)
  • Ciências Exatas (1964 - 2001)
  • Ciências Humanas (1964–2023)[nota 8]
  • Ciências Naturais (1964–1994)
  • Crítica e/ou Noticiário Literário (Jornais) (1965–1988)
  • Teatro (1965)
  • Melhor Produção Editorial Obra Avulsa (1973)
  • Produção editorial (Obra Coleção) (1974–1993)
  • Produção editorial (Obra Avulsa) (1976–1994)
  • Ciências (Tecnologia) (1978–1989)
  • Livro de Arte (1978–1986)
  • Tradução de obra científica (1978–1986)
  • Crítica e/ou Noticiário Literário (Revista) (1980–1986)
  • Crítica e/ou Noticiário Literário (Rádio) (1981–1985)
  • Produção editorial (1987–2002)
  • Produção Editorial Infantil (1987)
  • Produção Editorial Infantil e/ou Juvenil (1988–1993)
  • Amigo do Livro (1993–2001)
  • Economia, Administração e Negócios (1993–1996)
  • Infantil e Juvenil (1993–2004; 2018)
  • Produção Editorial Livro Texto (1993–1995)
  • Reportagem (1993–2014)
  • Ciências Exatas e Tecnologia (1994–1995)
  • Didático de Ensino Fundamental e Médio (1994–2003)
  • Autor Revelação de Livro Infantil ou Juvenil (1995)
  • Ciências Naturais e Medicina (1995–1998)
  • Ciências Exatas, Tecnologia e Informática (1996–2014)
  • Ilustração de Livro Infantil ou Juvenil (1996–2017)
  • Economia, Administração, Negócios e Direito (1997–2004)
  • Ensaio (1997)
  • Contos e Crônicas (1998–2017)
  • Ensaio e Biografia (1998–2001)
  • Autor Revelação (1999–2001)
  • Ciências Naturais e Ciências da Saúde (1999–2010)
  • Ciências Humanas e Educação (2000)
  • Religião (2000–2001)
  • Ilustração Infantil (2001)
  • Educação e Psicologia (2002–2003)
  • Poesia - Especial (2002)
  • Reportagem e Biografia (2002–2005)
  • Teoria Literária e Linguística (2002–2003)
  • Projeto/Produção editorial (2003–2006)
  • Arquitetura e Urbanismo, Comunicação e Artes (2004–2005)
  • Didático e Paradidático (2004–2017)
  • Educação, Psicologia e Psicanálise (2004–2010)
  • Teoria/Crítica Literária (2004–2014)
  • Ciências Exatas, Tecnologia, Informática, Economia, Administração, Negócios e Direito (2005)
  • Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação e Artes (2006–2010)
  • Biografia (2006–2018)
  • Economia, Administração, Negócios e Direito (2006)
  • Direito (2007–2017)
  • Economia, Administração e Negócios (2007–2014)
  • Tradução de obra literária Francês-Português (2009)
  • Tradução de obra literária Espanhol-Português (2010)
  • Arquitetura e Urbanismo (2011–2014)
  • Ciências da Saúde (2011–2017)
  • Ciências Exatas (2011–2012)
  • Ciências Naturais (2011–2014)
  • Comunicação (2011–2017)
  • Fotografia (2011–2012)
  • Gastronomia (2011–2017)
  • Psicologia e Psicanálise (2011–2014)
  • Tecnologia e Informática (2011–2012)
  • Turismo e Hotelaria (2011–2012)
  • Artes e Fotografia (2013–2014)
  • Tradução de Obra de Ficção Alemão-Português (2013)
  • Tradução de Obra Literária Inglês-Português (2014)
  • Adaptação (2015–2017)
  • Arquitetura, Urbanismo, Artes e Fotografia (2015–2017)
  • Ciências da Natureza, Meio Ambiente e Matemática (2015–2017)
  • Economia, Administração, Negócios, Turismo, Hotelaria e Lazer (2015–2017)
  • Educação e Pedagogia (2015–2017)
  • Engenharias, Tecnologias e Informática (2015–2017)
  • Infantil Digital (2015–2017)
  • Psicologia, Psicanálise e Comportamento (2015–2017)
  • Reportagem e Documentário (2015–2017)
  • Teoria/Círitca Literária, Dicionários e Gramáticas (2015–2017)
  • Ciências (2018–2023)[nota 9]
  • Humanidades (2018–2019)
  • Impressão (2018–2019)
  • Ciências Sociais (2020–2023)[nota 10]

Polêmica na premiação

[editar | editar código-fonte]

Em 2010, o Grupo Editorial Record deixou o prêmio por não concordar com os critérios de avaliação das publicações e concessão dos prêmios. O presidente do grupo, Sergio Machado, disse que "não compactua com uma comédia de erros", e que o "Jabuti virou um concurso de beleza, com critérios de programas como os de Faustão e Silvio Santos" e "pautado por critérios políticos, sejam da grande política nacional, sejam da pequena política do setor livreiro-editorial".[8]

Se Eu Fechar os Olhos Agora, de Edney Silvestre, editado pela Record, recebeu o Prêmio Jabuti de melhor romance em 2010, sendo que Leite Derramado, de Chico Buarque, editado pela Companhia das Letras, foi o segundo colocado na categoria. Os três primeiros colocados de cada categoria concorriam ao mesmo prêmio como Livro do Ano e nessa escolha Leite Derramado foi o vencedor. Na primeira fase, a escolha era feita por especialistas, enquanto na segunda havia uma quantidade maior de votantes e muitos empresários do setor. A premiação de Leite Derramado gerou, assim, muitos protestos, inclusive uma petição online intitulada "Chico, devolve o Jabuti!". A editora Record anunciou que deixaria de participar da premiação, alegando que na escolha de Livro do Ano personagens midiáticas tendem a ser favorecidas e possivelmente muitos votantes nem tenham lido os livros, além do que o regulamento seria desrespeitoso com os autores e com o júri especializado.[9]

Outro livro de Chico Buarque já havia vencido o Livro do Ano sem ter sido escolhido o melhor romance: Budapeste, em 2004, foi escolhido o Livro do Ano, mesmo tendo obtido a terceira colocação na categoria Melhor Romance, categoria vencida por Mongólia, de Bernardo Carvalho. Em 2008, novamente o Livro do Ano foi dado a uma obra que não venceu em sua categoria: o prêmio final foi para O Menino que Vendia Palavras, de Ignácio de Loyola Brandão, segundo colocado na categoria infantil, vencida por Sei Por Ouvir Dizer, de Bartolomeu Campos de Queirós.[9][10]

Após a polêmica, a Câmara Brasileira do Livro anunciou mudanças na edição do prêmio para 2011, passando a concorrer ao prêmio de Livro do Ano apenas os vencedores de cada categoria.[11]

O prêmio não possuía categoria específica para histórias em quadrinhos, o que costumava ser alvo de críticas de especialistas da área, porém, as HQs podiam ser selecionadas nas categorias ilustração, capa, didático e paradidático[12] e adaptação (para quadrinizações).[13] Em 2017, a premiação anunciou que seria criada uma categoria para HQs.[14]

Notas

  1. No Eixo Literatura, os prêmios são entregues aos autores dos livros.
  2. No Eixo Não Ficção, os prêmios são entregues aos autores dos livros.
  3. No Eixo Produção Editorial, os prêmios são entregues ao capista (categoria "Capa"), ao ilustrador (categoria "Ilustração"), ao profissional ou empresa responsável pelo projeto gráfico (categoria "Projeto Gráfico") e ao tradutor (categoria "Tradução").
  4. No Eixo Inovação, os prêmios são entregues à pessoa física ou jurídica que tenha instituído o projeto vencedor (categoria "Fomento à Leitura") e à editora estrangeira que comprou e publicou em primeira edição o livro brasileiro no exterior e também à editora brasileira que vendeu os direitos autorais desse livro (categoria "Livro Brasileiro Publicado no Exterior").
  5. Em 2018, esta categoria foi chamada de "Formação de Novos Leitores".
  6. Até 2019, esta categoria era chamada de "Romance".
  7. É eleito como Livro do Ano o livro com a maior pontuação entre os vencedores de cada categoria dos eixos Literatura e Não Ficção.
  8. Passou a fazer parte do Prêmio Jabuti Acadêmico em 2024.
  9. Passou a fazer parte do Prêmio Jabuti Acadêmico em 2024.
  10. Passou a fazer parte do Prêmio Jabuti Acadêmico em 2024.

Referências

  1. a b «HISTÓRIA». Prêmio Jabuti. Consultado em 7 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 20 de junho de 2019 
  2. «Jabuti diminui categorias e aumenta valor dos prêmios». Publish News. 15 de maio de 2018 
  3. «Prêmio Jabuti promove mudanças para tentar se manter relevante». O Estado de S. Paulo. 15 de maio de 2018 
  4. «Prêmio Jabuti completa 60 anos e aposta em novo modelo: "vamos fazer escola"». IG. 27 de maio de 2018 
  5. «VOTAÇÃO E PREMIAÇÃO | 61º Prêmio Jabuti». www.premiojabuti.com.br. Consultado em 20 de junho de 2019 
  6. «Eixos e Categorias». Site oficial do Prêmio Jabuti. Consultado em 1 de junho de 2024 
  7. «66º Prêmio Jabuti abre inscrições com novas categorias». Publish News. 25 de abril de 2024 
  8. Mônica Bergamo (12 de novembro de 2010). Salseiro Literário. [S.l.]: Folha de S.Paulo 
  9. a b Marco Tomazzoni (18 de novembro de 2010). «Prêmio Jabuti cria polêmica no meio literário». iG São Paulo. Consultado em 4 de junho de 2011 
  10. Ivan Finotti (27 de novembro de 2010). «Após polêmica envolvendo Chico Buarque, editores sugerem mudanças no Jabuti». Folha.com. Consultado em 4 de junho de 2011 
  11. G1, Globo Comunicação e Participações (22 de março de 2011). «Prêmio Jabuti anuncia 'mudanças significativas' em sua 53ª edição». Consultado em 4 de junho de 2011 
  12. Paulo Ramos (25 de setembro de 2013). «Jabuti desorientado». UOL 
  13. Samir Naliato (27 de outubro de 2015). «Os quadrinhos indicados ao Prêmio Jabuti 2015». Universo HQ 
  14. Prêmio Jabuti cria categoria para histórias em quadrinhos

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]