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== O ritmo na vida humana ==
== O ritmo na vida humana ==
A gui10GOSTOSSOvida do homem é cercada de acontecimentos rítmicos o tempo todo. Começando na gestação, com o bater do coração, depois com outras frequências biológicas, como as do respirar, piscar os olhos, caminhar, os acontecimentos repetidos de sono e vigília.
A vida do homem é cercada de acontecimentos rítmicos o tempo todo. Começando na gestação, com o bater do coração, depois com outras frequências biológicas, como as do respirar, piscar os olhos, caminhar, os acontecimentos repetidos de sono e vigília.


As frequências biológicas do próprio corpo foram fundamentais para as noções de tempo e a criação do relógio, bem como no desenvolvimento de artes relacionadas ao tempo, como a [[música]], a [[poesia]], a [[dança]].<ref>CAMELO, PAULO. '''O ritmo no poema'''. Recife: Paulo Camelo, 2004.</ref>
As frequências biológicas do próprio corpo foram fundamentais para as noções de tempo e a criação do relógio, bem como no desenvolvimento de artes relacionadas ao tempo, como a [[música]], a [[poesia]], a [[dança]].<ref>CAMELO, PAULO. '''O ritmo no poema'''. Recife: Paulo Camelo, 2004.</ref>

== Conceito ==
'''Ritmo''' é a [[frequência]] de repetição de algum fenômeno. Esse termo é usual também para referir-se à [[variação]] da frequência de repetição desse fenômeno no tempo, notadamente os [[som|sons]].

O estudo do ritmo, [[entoação]] e [[intensidade]] de um [[discurso]] chama-se [[prosódia]]. Existe também a prosódia musical, visto que a música também é considerada uma [[linguagem]].
Em poesia, o estudo do ritmo chama-se [[métrica (poesia)|métrica]].


== A Rítmica ==
== A Rítmica ==

Revisão das 17h01min de 17 de maio de 2011

Ritmo vem do grego Rhytmos e designa aquilo que flui, que se move, movimento regulado.

O ritmo na vida humana

A vida do homem é cercada de acontecimentos rítmicos o tempo todo. Começando na gestação, com o bater do coração, depois com outras frequências biológicas, como as do respirar, piscar os olhos, caminhar, os acontecimentos repetidos de sono e vigília.

As frequências biológicas do próprio corpo foram fundamentais para as noções de tempo e a criação do relógio, bem como no desenvolvimento de artes relacionadas ao tempo, como a música, a poesia, a dança.[1]

Conceito

Ritmo é a frequência de repetição de algum fenômeno. Esse termo é usual também para referir-se à variação da frequência de repetição desse fenômeno no tempo, notadamente os sons.

O estudo do ritmo, entoação e intensidade de um discurso chama-se prosódia. Existe também a prosódia musical, visto que a música também é considerada uma linguagem. Em poesia, o estudo do ritmo chama-se métrica.

A Rítmica

A rítmica é uma ciência do ritmo que objetiva desenvolver e harmonizar as funções motoras e regrar os movimentos corporais no tempo e no espaço, aprimorando o ritmo.

Importância

Embasado-se nestes conceitos, fica clara a importância que o ritmo tem na nossa vida, tanto através de influências tanto externas quanto internas. O desenvolvimento e aperfeiçoamento do mesmo torna-se muito importante, pois o ser humano é dependente do ritmo para todas as atividades que for realizar, como na vida diária, profissional, desportiva e de lazer.

Na educação infantil (alfabetização), é uma habilidade importante, pois dá à criança a noção de duração e sucessão, no que diz respeito à percepção dos sons no tempo. A falta de habilidade rítmica pode causar uma leitura lenta, silabada, com pontuação e entonação inadequadas.

O ritmo é de grande importância para os professores de Educação Física, pois ele se reflete diretamente na formação básica e técnica, na criatividade e na educação de movimento.[2]

O ritmo pode ser individual (ritmo próprio), grupal (caracterizado muito bem pela dança, o nado sincronizado e por uma série de atividades por equipe), mecânico (uniforme, que não varia), disciplinado (condicionamento de um ritmo predeterminado), natural (ritmo biológico), espontâneo (realizado livremente) e refletido (reflexão sobre a temática realizada), todas estas variações de ritmo podem ser trabalhadas na escola com diferentes atividades.

O ritmo é fundamental para a música, uma arte que ocorre no tempo. O ritmo está na constância (ou inconstância) dos acontecimentos musicais (isto é, das notas musicais ou batidas percussivas).

Objetivos

  • Desenvolver a capacidade física dos educandos assim como a saúde e a qualidade de vida.
  • Propiciar a descoberta do próprio corpo e de suas possibilidades de movimento.
  • Desenvolver o ritmo natural.
  • Possibilitar o desenvolvimento da criatividade para descoberta do estilo pessoal.
  • Despertar sentido de cooperação, solidariedade, comunicação, liderança e entrosamento através de trabalho em grupo.

Funções

  • Auxiliar a incorporação técnica.
  • Estimular a atividade.
  • Determinar qualidade, melhor domínio e a liberdade de movimento propiciando a sua realização com naturalidade.
  • Permitir a vivência total do movimento.
  • Incentivar a economia de trabalho retardando a fadiga e aumentando resultados.
  • Reforçar a memória.
  • Facilitar a expressão total.
  • Criar hábitos de disciplina e atitudes.
  • Aperfeiçoar a coordenação.
  • Permitir a produção do prazer.

Em linguística

Na prosa

Em todas as línguas a fala possui ritmo, embora o seu ritmo dependa da natureza de cada língua. O português, o francês, ou o espanhol, por exemplo, integram-se no ritmo silábico no qual todas as sílabas tendem a articular-se durante um tempo aproximadamente igual. A língua inglesa pertence a um sistema rítmico cuja unidade mínima é o pé, constituído por uma ou mais sílabas. Neste caso são os pés que se pronunciam numa duração mais ou menos regular, o que significa que, por exemplo, num pé de quatro sílabas cada uma delas deva ser mais breve do que a sílaba, obviamente mais longa, de um pé monossilábico. O ritmo da fala inglesa apresenta-se assim num movimento de velocidades diferentes, percorrendo períodos semelhantes de tempo, mas cria-se também na tensão entre os acentos de intensidade - equivalentes ao ictus da prosódia clássica - que surgem, de uma maneira sistemática, na primeira sílaba de cada pé. Segundo M. A. K. Halliday, o pé descendente constitui um elemento da estrutura fonológica inglesa. Este acento pode também ser silencioso, mantendo-se o ritmo, de um modo sub-vocálico, tanto na consciência do falante como na do ouvinte: o chamado "silêncio rítmico".

A prosa é também provida de ritmo e Aristóteles afirma mesmo que o ritmo da prosa deve organizar-se em pés jambos - uma sílaba breve e uma longa - pois a cadência resultante da repetição desta alternância - a cadência jâmbica - seria a mais apropriada ao ritmo da fala.

Na poesia

No poema há a regência da métrica, que não é, como no compasso da música, uma regência implacável sobre o ritmo. Nos poemas, o ritmo se sobrepõe à métrica. Além da rima, é o ritmo que dá beleza ao poema, bem como à música.

A unidade rítmica do poema é o pé. Na antiguidade, o poeta recitava seus poemas acompanhado de lira ou marcando o ritmo com o pé (de onde lhe veio o nome). O pé compõe-se de duas ou mais sílabas métricas (ou sílabas poéticas). Os pés básicos (mais freqüentes) são:

  • Troqueu - Pé formado por uma sílaba longa (tônica) e uma breve (átona);
  • Iambo ou Jambo - Pé formado por uma sílaba breve e uma longa;
  • Dátilo - Pé formado por uma sílaba longa e duas breves;
  • Anapesto - Pé formado por duas sílabas breves e uma longa.

Nas línguas românicas não existem vestígios de oposição quantitativa, e o ritmo poético baseia-se, sobretudo, nas posições tónicas e átonas, nos retardamentos, nas modulações, nas pausas, nas correspondências fónicas, ou seja, num movimento cuja dinâmica pode variar, ainda que inserida num padrão fixo, como é o caso da poesia em versos isossilábicos.

Segundo os Formalistas Russos, o ritmo não pertence ao domínio da contagem e o próprio verso resulta da impulsão rítmica que lhe é anterior: o ritmo do discurso poético. Este assenta nas leis do ritmo da fala e executa-se em performance criadora de uma sintaxe e de uma semântica próprias, visto que a um ritmo novo correspondem novos sentidos.

Ezra Pound crê no "ritmo absoluto" - o mais adequado à emoção que só através dele se pode expressar - e defende que o ritmo - marcado também por toda uma estrutura prosódica - deve fluir de verso para verso, a não ser que se pretenda uma pausa significativa.

O poeta vitoriano Gerard Manley Hopkins (1844-1889) é o grande precursor deste desígnio de restituir à poesia a força de uma expressividade, por vezes perdida, e de a libertar da submissão à métrica clássica que não contempla todas as propriedades rítmicas do discurso poético em língua inglesa. O termo "ritmo abrupto", por ele cunhado, designa a sistematização de um ritmo cujas principais características são análogas às do ritmo da fala, nomeadamente, confronto entre pés monossilábicos, ritmo descendente nos pés polissilábicos, acentos de silêncio e pés que não terminam no final de um verso, completando-se no início do verso seguinte.

Na música

A prosódia musical é o estudo dos padrões de ordenação dos sons musicais. Toda a música tem como matéria prima os sons no tempo, portanto implicando um ritmo.

A musical ocidental, assim como na métrica da fala, tem sua organização baseada em uma alternância de sons fortes e fracos, regulares e repetitivos (como as batidas do coração). A regularidade desses sons é chamada de pulso, batida, tempo ou andamento.

Na métrica os ritmos estão organizados por uma fórmula de compasso, que indica a regularidade da alternância desses sons fracos e fortes. A métrica está quase exclusivamente organizada em conjuntos de dois ou três pulsos, chamando-se assim métrica dupla ou métrica tripla, respectivamente. Esses pulsos ainda podem possuir uma métrica simples ou métrica composta, dependendo se suas subdivisões musicais forem binárias (sendo cada tempo divisível por dois) ou ternárias (se cada tempo for divisível por três).

Na música moderna uma seção rítmica geralmente consiste de instrumentos de percussão, um baixo (não necessariamente o instrumento de cordas) e possivelmente de instrumentos de cordas (por exemplo, a guitarra ou o banjo) e instrumentos de teclas, como o piano.

O uso que os géneros musicais fazem do ritmo varia. A maior parte da música ocidental baseia-se num ritmo divisivo, ao passo que a música não-ocidental usa com mais frequência ritmos aditivos.

No século XX, compositores como Igor Stravinsky, Philip Glass, e Steve Reich escreveram música de maior complexidade rítmica, usando métricas estranhas e técnicas como o faseamento ou o ritmo aditivo. Ao mesmo tempo, modernistas como Olivier Messiaen e os seus seguidores usaram um aumento na complexidade para quebrar a sensação de uma batida regular, o que levou ao uso generalizado de ritmos irracionais na Nova Complexidade. LaMonte Young também escreveu música na qual a sensação de uma batida regular está ausente, porque a sua música consiste apenas de longos tons sustentados (drone).

Curiosidades

Segundo alguns autores, os conceitos de ritmo podem variar.

Referências

  1. CAMELO, PAULO. O ritmo no poema. Recife: Paulo Camelo, 2004.
  2. MONTEIRO, GISELE ASSIS & ARTAXO, MARIA INÊS. Ritmo e movimento. São Paulo: Phorte Editora, 2000.

Ver também

Predefinição:Portal-Música Clássica

Ligações externas