Monomania: diferenças entre revisões
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* POE, Edgar Allan. "Edgar Allan Poe: Ficção Completa, Poesia e Ensaios". Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2001. ISBN 8521000340. |
* roberto POE, Edgar Allan. "Edgar Allan Poe: Ficção Completa, Poesia e Ensaios". Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2001. ISBN 8521000340. |
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Revisão das 16h10min de 19 de novembro de 2012
Em psiquiatria, monomania (do grego monos, "um", e mania, "mania") é um tipo de paranóia na qual o paciente tem uma única idéia ou tipo de idéias. A monomania emocional é aquela na qual o paciente é obcecado por uma única emoção ou por várias relacionadas a uma só; a monomania intelectual é aquela relacionada a um único tipo de idéia(s) delirante(s).
No uso coloquial, a expressão monomania é frequentemente ligada a uma subcultura que o público em geral considera esotérica. Todavia, as diferenças entre monomania e paixão podem ser muito sutis e dificultar seu reconhecimento.
Monomania na literatura
Edgar Allan Poe, escritor do século XIX, escreveu vários contos nos quais o narrador e protagonista sofriam de alguma forma de monomania, tornando-se excessivamente fixados numa determinada idéia, compulsão ou pessoa, frequentemente até o ponto da destruição mental e/ou física.
Um livro importante sobre monomania é "O gato preto e outras histórias" de Edgar Allan Poe, o qual inclui:
- O Gato Preto: um homem tem medo do gato de estimação e o mata; adota um outro gato, mata a própria esposa e é depois punido pelo gato.
- O Retrato Oval: sobre um pintor obcecado por retratar a própria esposa.
- Berenice: sobre um louco que se torna obcecado com os dentes da prima doente.
- A Morte Escarlate: um príncipe teme uma terrível moléstia, mas finalmente adoece da morte vermelha e morre.
- O Coração Delator: um louco fica obcecado pelo olhar de um velho.
Já foi dito que o ódio que Flaubert nutria pela burguesia e sua bêtise ("imbecilidade deliberada"), que começou na infância, transformou-se num tipo de monomania.
É de monomania que sofre a heroína trágica de Flaubert, "Madame Bovary"; no caso dela, isso toma a forma de uma incessante culpa e temor em fazer descobertas. O mesmo medo monomaníaco é explorado em grande profundidade no romance "Lady Audley's Secret" de M. E. Braddon, através do protagonista Robert Audley, a quem a mulher acusa de monomania pelas tentativas implacáveis dele em prová-la culpada. Ela descreve a monomania desta forma:
- "Qual é um dos mais estranhos diagnósticos de loucura -- qual é o primeiro sinal horripilante da aberração mental? A mente se torna estática; o cérebro estagna; a serena corrente da reflexão é interrompida; o poder pensante do cérebro converte-se em monotonia. Como as águas paradas num tanque apodrecem por causa de sua estagnação, a mente torna-se turva e corrompida pela falta de ação; e a reflexão perpétua sobre um único assunto torna-se monomania."
Do mesmo mal padece Bentinho, o protagonista do Dom Casmurro de Machado de Assis, cuja fixação é provar que a mulher, Capitu, cometeu adultério.
Em Crime e Castigo, o magnum opus de Fyodor Dostoevsky, afamado novelista russo do século XIX, o personagem principal, Raskolnikov, é descrito como monomaníaco em várias ocasiões.
Em Moby Dick de Herman Melville (1851), o capitão Ahab é um monomaníaco, algo demonstrado por sua caçada implacável à baleia branca.
Em Wuthering Heights, da escritora britânica Emily Brontë, o personagem Heathcliff possui monomania, o que pode ser descrito nos capítulos finais quando o último passa dias sem comer e sem desejar nenhum contato social, devido à alunição de Catherine Earnshaw.
Bibliografia
- roberto POE, Edgar Allan. "Edgar Allan Poe: Ficção Completa, Poesia e Ensaios". Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2001. ISBN 8521000340.