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'''Jean Vigo''' ([[Paris]], [[26 de abril]] de [[1905]] - [[Paris]], [[5 de outubro]] de [[1934]]) é o nome de um realizador de cinema [[França|francês]] que, apesar de uma muito curta carreira, dirigiu dois filmes que marcaram o desenvolvimento futuro do cinema francês e mundial: ''[[Zéro de conduite]]'' (1933) e ''[[L'Atalante]]'' (1934).
'''Jean Vigo''' ([[Paris]], [[26 de abril]] de [[1905]] - [[Paris]], [[5 de outubro]] de [[1934]]) foi um [[realizador]] [[França|francês]]. Apesar de ter vivido menos de 30 anos, dirigiu dois filmes que marcaram o desenvolvimento futuro do [[cinema francês]] e mundial: ''[[Zéro de conduite]]'' (1933) e ''[[L'Atalante]]'' ([[1934]]).

Vigo contribuiu para a introdução do [[Realismo poético francês|realismo poético]] no [[cinema]] nos [[Cinema da década de 1930|anos 1930]] e influenciou a ''[[Nouvelle Vague]]'', entre o final dos [[Cinema da década de 1950|anos 1950]] e o início dos [[Cinema da década de 1960|anos 1960]].


==Biografia==
==Biografia==


Era filho do militante [[anarquista]] Eugène Bonaventure de Vigo, diretor do jornal ''Le Bonnet Rouge'', mais conhecido pelo pseudônimo de Miguel Almereyda.<ref name=Sad />
Jean Vigo era filho do militante [[anarquista]] Eugène Bonaventure de Vigo, diretor do jornal ''Le Bonnet Rouge'', mais conhecido pelo pseudônimo de Miguel Almereyda.<ref name=Sad />


Em [[1914]], Eugène foi preso e, posteriormente, encontrado morto na prisão de [[Fresnes]], estrangulado com os cordões dos próprios sapatos.<ref name=Sad />
Em [[1914]], Eugène foi preso e, posteriormente, encontrado morto na prisão de [[Fresnes]], estrangulado com os cordões dos próprios sapatos.<ref name=Sad />
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Aos vinte e três anos de idade, conhece um grupo de pessoas ligadas ao cinema. Entusiasmado, compra uma [[câmera]] e decide fazer um [[documentário]].
Aos vinte e três anos de idade, conhece um grupo de pessoas ligadas ao cinema. Entusiasmado, compra uma [[câmera]] e decide fazer um [[documentário]].


Com a ajuda de [[Boris Kaufman]], irmão mais novo de [[Dziga Vertov]], Vigo estreia com a violenta [[sátira]] poética ''[[À propos de Nice]]'' (1930), um filme feito em género de ''documentário social'', que ele definia como "ponto de vista documentado" (''point de vue documenté''). Nessa mesma linha, realiza o [[curta-metragem]] documental ''[[Taris, roi de l'eau]]'' (1931), também conhecido como ''[[La Natation par Jean Taris, champion de France]]'' - um elegante ensaio sobre o nadador Jean Taris.
Com a ajuda de [[Boris Kaufman]], irmão mais novo de [[Dziga Vertov]], Vigo estreia com uma violenta [[sátira]] poética ''[[À propos de Nice]]'' (1930), um filme feito em género de ''documentário social'', que ele definia como "ponto de vista documentado" (''point de vue documenté''). Nessa mesma linha, realiza o [[curta-metragem]] documental ''[[Taris, roi de l'eau]]'' (1931), também conhecido como ''[[La Natation par Jean Taris, champion de France]]'' - um elegante ensaio sobre o nadador Jean Taris.


O carácter muito pessoal dos seus dois primeiros trabalhos, aliado ao fato de pretender elaborar um [[guião]] mediante a adaptação de uma história com crianças, assustou os [[produtor de cinema|produtores]], levando a que se passassem dois anos até que Vigo pudesse filmar a obra-prima ''[[Zéro de conduite]]'', que sua exibição fiocu proibido pela censura até a libertação da França, em [[1945]].<ref name=Sad />
O carácter muito pessoal dos seus dois primeiros trabalhos, aliado ao fato de pretender elaborar um [[guião]] mediante a adaptação de uma história com crianças, assustou os [[produtor de cinema|produtores]], levando a que se passassem dois anos até que Vigo pudesse filmar a obra-prima ''[[Zéro de conduite]]'', que sua exibição fiocu proibido pela censura até a libertação da França, em [[1945]].<ref name=Sad />

Revisão das 03h05min de 18 de julho de 2013

Jean Vigo

Jean Vigo (Paris, 26 de abril de 1905 - Paris, 5 de outubro de 1934) foi um realizador francês. Apesar de ter vivido menos de 30 anos, dirigiu dois filmes que marcaram o desenvolvimento futuro do cinema francês e mundial: Zéro de conduite (1933) e L'Atalante (1934).

Vigo contribuiu para a introdução do realismo poético no cinema nos anos 1930 e influenciou a Nouvelle Vague, entre o final dos anos 1950 e o início dos anos 1960.

Biografia

Jean Vigo era filho do militante anarquista Eugène Bonaventure de Vigo, diretor do jornal Le Bonnet Rouge, mais conhecido pelo pseudônimo de Miguel Almereyda.[1]

Em 1914, Eugène foi preso e, posteriormente, encontrado morto na prisão de Fresnes, estrangulado com os cordões dos próprios sapatos.[1]

Jean Vigo teve uma infância algo conturbada, nunca tendo se recuperado da morte do pai. Abandonado pela mãe, foi várias vezes transferido de uma escola para outra, sem conseguir relacionar-se com os colegas.[1]

Aos vinte e três anos de idade, conhece um grupo de pessoas ligadas ao cinema. Entusiasmado, compra uma câmera e decide fazer um documentário.

Com a ajuda de Boris Kaufman, irmão mais novo de Dziga Vertov, Vigo estreia com uma violenta sátira poética À propos de Nice (1930), um filme feito em género de documentário social, que ele definia como "ponto de vista documentado" (point de vue documenté). Nessa mesma linha, realiza o curta-metragem documental Taris, roi de l'eau (1931), também conhecido como La Natation par Jean Taris, champion de France - um elegante ensaio sobre o nadador Jean Taris.

O carácter muito pessoal dos seus dois primeiros trabalhos, aliado ao fato de pretender elaborar um guião mediante a adaptação de uma história com crianças, assustou os produtores, levando a que se passassem dois anos até que Vigo pudesse filmar a obra-prima Zéro de conduite, que sua exibição fiocu proibido pela censura até a libertação da França, em 1945.[1]

Seu falecimento ocorreu pouco depois do lançamento do longa-metragem L'Atalante, que foi remontado pelos produtores e lançado sob o título de Le Chaland qui passe.

O cineasta era casado e tinha uma filha, Luce Vigo (crítica de cinema), nascida em 1931. Ele morreu em 1934, aos 29 anos, em razão de complicações decorrentes de uma tuberculose contraída oito anos antes.

Filmografia

Referências

  1. a b c d Sadoul, Georges. Dictionary of Film Makers. University of California Press Berkeley and Los Angeles , 1972; p. 266.]

Ligações externas

Bibliografia