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''Gestos e Fragmentos'', de [[1982]], aborda a relação entre os militares e o poder em Portugal, baseando-se nas vivências do célebre capitão de Abril, [[Otelo Saraiva de Carvalho]], nos pontos de vista do filósofo e ensaísta [[Eduardo Lourenço]] e do jornalista e realizador americano [http://www.windwalk.net/ Robert Kramer]. Esta longa metragem participou no [[Festival de Veneza]] desse mesmo ano. |
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De [[1980]] a [[2002]] foi professor na [[Escola Superior de Teatro e Cinema]] (ESTC) do [[Instituto Politécnico de Lisboa]] e, a partir de [[1985]], por algum tempo, director de programas da [[Rádio e Televisão de Portugal|RTP]]. |
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Revisão das 07h30min de 19 de abril de 2015
Alberto Seixas Santos (Lisboa, 1936) é um cineasta português, um dos aderentes ao movimento do Novo Cinema português.
Biografia
Alberto Jorge Seixas dos Santos nasceu a 20 de Março de 1936, em Lisboa. Frequentou o Curso de Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A partir de 1958 trabalhou como crítico de cinema em diversas publicações. Em 1962 estudou em Paris, frequentando o Institut d'Hautes Études Cinématographiques e, no ano seguinte, a London Film School.
Pertencente a uma geração de cineclubistas (foi dirigente do ABC-Cineclube de Lisboa), Seixas Santos, cineasta do movimento do Novo Cinema, começou por filmar documentários - A Arte e o Ofício de Ourives e Indústria Cervejeira em Portugal (1968). Foi, em 1970, um dos fundadores do Centro Português de Cinema.
Brandos Costumes, a sua primeira longa-metragem, rodada entre 1972 e 1975 e escrita em parceria com os escritores Luiza Neto Jorge e Nuno Júdice, traça um paralelo entre o quotidiano de uma família da média burguesia e o trajecto do regime emanado do golpe militar de 28 de Maio de 1926. Este filme foi seleccionado, em competição, para o Festival de Cinema de Berlim.
Foi um dos realizadores de As Armas e o Povo, também de 1975, filme colectivo que retrata a primeira semana de Revolução dos Cravos, cobrindo os acontecimentos do 25 de Abril ao 1 de Maio de 1974. Seguindo a mesma linha política, realizou em 1976 o filme, também colectivo, A Lei da Terra, exibido no Festival de Leipzig, que tem como tema o processo de reforma agrária então em curso. Neste mesmo ano foi nomeado presidente do Instituto Português de Cinema (IPC). Foi um dos fundadores da cooperativa Grupo Zero, à qual pertenceram cineastas como João César Monteiro, Jorge Silva Melo, Ricardo Costa, Margarida Gil, Solveig Nordlund e o director de fotografia Acácio de Almeida.
Gestos e Fragmentos, de 1982, aborda a relação entre os militares e o poder em Portugal, baseando-se nas vivências do célebre capitão de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho, nos pontos de vista do filósofo e ensaísta Eduardo Lourenço e do jornalista e realizador americano Robert Kramer. Esta longa metragem participou no Festival de Veneza desse mesmo ano.
De 1980 a 2002 foi professor na Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC) do Instituto Politécnico de Lisboa e, a partir de 1985, por algum tempo, director de programas da RTP.
A sua última longa-metragem, Mal, de 1999, foi apresentada no Festival de Veneza. Nestas duas últimas obras privilegiou a ficção, valorizando a psicologia das personagens e o rigor técnico.
Em 2005 terminou a curta-metragem A Rapariga da Mão Morta, que teve estreia mundial no 13º Festival de Curtas-Metragens de Vila do Conde.
A 10 de abril de 2014 a Escola Superior de Teatro e Cinema homenageia Alberto Seixas Santos, realizador, fundador da Escola de Cinema do Conservatório Nacional e antigo professor da ESTC (sucessora do Conservatório). Alberto Seixas Santos é distinguido com a medalha de Conhecimento e Mérito do Instituto Politécnico de Lisboa, ao qual a ESTC pertence e são exibidos excertos do documentário ''Refúgio e Evasão'', de Luís Alves de Matos, que aborda o olhar cinematográfico de Alberto Seixas Santos. A sessão conta ainda com as intervenções do sociólogo francês Jacques Lemière, especialista em cinema português, e do Diretor do Departamento de Cinema da ESTC, José Bogalheiro[1].
Filmografia
- A Arte e Ofício de Ourives (1968)
- Indústria Cervejeira em Portugal (1968)
- Brandos Costumes (1975)
- As Armas e o Povo (1975) - filme colectivo
- A Lei da Terra (1977) - colectivo do Grupo Zero
- Gestos e Fragmentos (1982)
- Paraíso Perdido (1992-1995)
- Mal (1999)
- A Rapariga da Mão Morta (2005)
Referências
Referências Bibliográficas
"RAMOS, Jorge Leitão". Dicionário do Cinema Português (1962-1988). Editorial Caminho, SA, Lisboa, 1989