De Constantia Sapientis: diferenças entre revisões
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''De Constantia Sapientis'' ("'''Sobre a Constância do Sábio"''') é uma obra em latim do filósofo [[Estoicismo|estoico]] [[Séneca|Sêneca]] (4 a.C.-65 d.C.). A obra celebra a serenidade do sábio estoico ideal que, com firmeza interior, é imune às injúrias e adversidades<ref name=":0">{{citar web|url=https://www.estoico.com.br/1628/resenha-seneca-sobre-a-constancia-do-sabio/|titulo=Resenha: Sobre a Constância do Sábio|data=|acessodata=04/06/2020|publicado=|ultimo=|primeiro=O Estoico}}</ref>. É dirigido ao seu amigo Aneu Sereno e foi escrito entre os anos 47 e 62,<ref>{{Cite book|title=The Oxford Classical Dictionary|author1-last=Reynolds|author1-first=L. D.|author2-last=Griffin|author2-first=M. T.|author3-last=Fantham|author3-first=E.|isbn=0199545561|publisher=Oxford University Press|year=2012|editor1-first=S|editor1-last=Hornblower|editor2-first=A|editor2-last=Spawforth|editor3-first=E|editor3-last=Eidinow}}</ref> sendo um dos três diálogos endereçados a Sereno, que também inclui “''[[De Tranquillitate Animi|Sobre a tranquilidade da alma]]''” e “''Sobre o ócio''”.<ref name="conte">{{Cite book|title=Latin Literature: A History|author=Gian Biagio Conte|date=4 Nov 1999|isbn=0801862531|translator=J Solodow|publisher=JHU Press}}</ref> |
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== Tema e Estrutura == |
== Tema e Estrutura == |
Revisão das 14h06min de 10 de junho de 2020
De Constantia Sapientis | |
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Da edição de 1643, publicada por Francesco Baba | |
Autor(es) | Lucius Annaeus Seneca |
Idioma | latim |
Assunto | ética |
Gênero | filosofia |
Lançamento | c. 55 AD |
De Constantia Sapientis ("Sobre a Constância do Sábio") é uma obra em latim do filósofo estoico Sêneca (4 a.C.-65 d.C.). A obra celebra a serenidade do sábio estoico ideal que, com firmeza interior, é imune às injúrias e adversidades[1]. É dirigido ao seu amigo Aneu Sereno e foi escrito entre os anos 47 e 62,[2] sendo um dos três diálogos endereçados a Sereno, que também inclui “Sobre a tranquilidade da alma” e “Sobre o ócio”.[3]
Tema e Estrutura
O ensaio apresenta a ideia do sábio estoico em termos claros e práticos: ele é um modelo a ser almejado, mas é uma figura plausível. De certa forma, o papel do sábio no estoicismo é semelhante ao de Jesus Cristo ou Buda: mostrar o caminho. Contudo Sêneca deixa claro que está falando de pessoas reais ao mencionar uma em particular, Marco Catão. Sêneca começa o ensaio lembrando seu amigo que o progresso requer esforço, mas que, tornar-se um estoico, não é tão difícil quanto muitos acreditam. Diz que coisas difíceis parecem impossíveis ao olhos dos não iniciados, mas uma vez iniciada a jornada, descobre-se o caminho.[1]
Na obra é feita a distinção entre iniuria (injúria) e contumelia (insulto), seguindo o ensaio com discussões sobre a natureza dos dois temas, mostrando que o sábio é imune tanto a insultos quanto a injúrias. Apesar das palavras soarem como sinônimos atualmente, Sêneca as usa de forma distinta “deixe-nos distinguir injúria e insulto. O primeiro é naturalmente o mais doloroso, o segundo menos importante, e doloroso apenas para os de pele fina, pois enfurece os homens, mas não os fere…” (V,1)
Outra característica do sábio é que ele está livre do medo, pois o medo se origina na percepção de que a pessoa pode ser ferida, mas como já vimos, nada pode realmente ferir o sábio.
Tudo considerado, a imagem do sábio que emerge deste texto é, como prometido no início, a de alguém que pode, com esforço, ser copiado. A sabedoria não é inalcançável e lutar por ela é certamente o objetivo do estudante de estoicismo, ou seja, todos nós que somos imperfeitos.[4]
Trechos
“Não venha dizer, tal como é seu costume, que esse nosso sábio não existe em lugar algum. Não somos nós que projetamos essa fantasmagoria gloriosa do gênero humano, nem é ela mera idealização grandiosa de uma figura fictícia. …. Além do mais, esse mesmo Catão que motivou toda essa nossa explanação, receio que até supere o modelo em pauta.” (VII, 1)[5]
"muitas serras vistas de muito longe parecem íngremes e agrupadas, porque a distância engana nossa visão, e então, à medida que nos aproximamos, aquelas mesmas serras que nossos olhos equivocados haviam unido se desdobram gradualmente, aquelas partes que pareciam precipitadas de longe, assumem um contorno suavemente inclinado.” (I, 2)[5]
“Algumas outras coisas atingem o sábio, embora não abalem seus princípios, como a dor e a fraqueza corporal, a perda de amigos e filhos e a ruína de seu país em tempos de guerra.… Não negamos que é uma coisa desagradável ser espancado ou golpeado, ou perder um de nossos membros, mas dizemos que nenhuma dessas coisas são injúrias. Não lhes tiramos a sensação de dor, mas o nome de “injúria”, que não pode ser atribuído enquanto a nossa virtude estiver intacta. (X,4 e XVI,2)[5]
Leitura Adicional
Traduções
- Alexandre Pires Vieira. Sobre a Constância do Sábio. 2020, Montecristo Editora. ISBN 9781619651791
Ligações externas
- Versão em inglês On the Firmness of the Wise Man no Wikisource
- De Constantia Sapientisi (Latin) (ed. John W. Basore)
- Resenha de Sobre a Constância do Sábio
Referências
- ↑ a b «Resenha: Sobre a Constância do Sábio». Consultado em 4 de junho de 2020
|nome1=
sem|sobrenome1=
em Authors list (ajuda) - ↑ Reynolds, L. D.; Griffin, M. T.; Fantham, E. (2012). Hornblower, S; Spawforth, A; Eidinow, E, eds. The Oxford Classical Dictionary. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 0199545561
- ↑ Gian Biagio Conte (4 Nov 1999). Latin Literature: A History. Traduzido por J Solodow. [S.l.]: JHU Press. ISBN 0801862531
- ↑ Scott Smith, R. (2013). «De Constantia Sapientis». In: Heil, Andreas; Damschen, Gregor. Brill's Companion to Seneca: Philosopher and Dramatist. [S.l.]: BRILL. pp. 121–6. ISBN 9004217088
- ↑ a b c Sêneca; Pires Vieira (2020). Sobre a Constância do Sábio. [S.l.]: Montecristo Editora. ASIN B089DHCHX2. ISBN 9781619651791