N'gola Ritmos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
N'gola Ritmos
N'gola Ritmos
Informação geral
Origem Luanda
País Angola
Género(s) Música Popular Angolana

O Conjunto N'gola Ritmos é um dos grupos angolanos mais importantes do Século XX.

Percurso[editar | editar código-fonte]

O grupo foi formado em 1947 por Liceu Vieira Dias[1], Domingos Van-Dúnem, Mário da Silva Araújo, Manuel dos Passos e Nino Ndongo.[2]

Liceu, Nino Ndongo, Belita Palma, Amadeu Amorim, Lourdes Van Dunem e Zé María

Na década de 1950 e 1960 incluíu nomes como Liceu, Nino, Amadeu Amorim (bateria e cantor), José Maria (viola solo e ritmo), Euclides Fontes Pereira (Fontinhas), José Cordeiro dos Santos, Lourdes Van-Dúnem, Gege, Xodô e Belita Palma.[2]

Amadeu Amorim e Liceu foram presos em 1959 mas o conjunto manteve-se com a força de Nino N’dongo. Gravaram dois discos e em 1965 deslocam-se à metrópole pela primeira vez.[3][4]

Importância[editar | editar código-fonte]

  • António Ole realizou em 1978 um filme sobre o grupo, sob o título O Ritmo do N’Gola Ritmos[5].
  • O filme O Lendário Tio Liceu e os N'gola Ritmos (2010), de Jorge António[6], recebeu o Prémio Melhor Documentário no FICLuanda 2010, ainda que tenha sido recusado pelo cineasta, em virtude de não ser uma produção nem realização angolanas.[7]
  • O professor Maurício Barros de Castro dedicou uma secção à história da N'gola Ritmos na sua apresentação "O SAMBA NO ATLANTICO NEGRO: PATRIMONIO IMATERIAL E DIÁSPORA AFRICANA" apresentada no XI Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências sociais que decorreu em Salvador em Agosto de 2011[8]:

"Interessados em descobrir suas raízes culturais, os músicos do N’gola Ritmos reinventaram a música de angola e assumiram o semba como ritmo nacional do país, o que tinha conotações políticas que evidenciava um projeto de nação angolana construída a partir de suas referências ancestrais."[9]

  • A banda é citada em Marissa J. Moorman, Dueling Bands and Good Girls: Gender, Music, and Nation in Luanda's Musseques, 1961-1974, International Journal of African Historical Studies (2004)[10]
  • Euclides Fontes Pereira (Fontinhas), falecido em 2013, foi considerado um dos maiores especialistas de dikanza[11]

Discografia[editar | editar código-fonte]

Originais[editar | editar código-fonte]

  • 1 (Ep, Alvorada, 1964) N'biri Birin / João Domingos / Chapéu Preto / Timpanas[carece de fontes?]
  • 2 (Ep, Alvorada, 1964) Mona Ami / Kuaba Kuaie Kalumba / Maria Da Luz / Margarida Vai À Fonte[carece de fontes?]
  • N'ga Sakidila (Ep, Decca, 1964) N'ga Sakidila / Chico / Xikéla / N'zage[carece de fontes?]

Compilações[editar | editar código-fonte]

  • Angola 60's 1956-1970 (Buda Musique, 1999) ‎- Muxima, Django Ué, Nzaje[carece de fontes?]
  • Angola Saudade 60-70 ‎(Iplay, 2009) - Muxima[12]
  • Chansons Creoles ‎(Cristal, 2012) - Muxima[carece de fontes?]

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Cem anos de Liceu Vieira Dias: Uma das figuras da História de Angola». Jornal de Angola. 12 de maio de 2019. Consultado em 29 de março de 2021 
  2. a b «Semana de homenagem a Liceu Vieira Dias e Ngola Ritmos». Jornal de Angola. 6 de maio de 2019. Consultado em 29 de março de 2021 
  3. «Recordar Liceu Vieira Dias | BUALA». www.buala.org. Consultado em 29 de março de 2021 
  4. Moorman, Marissa J. (2008). Intonations: A Social History of Music and Nation in Luanda, Angola, from 1945 to Recent Times. [S.l.]: Ohio University Press 
  5. «Luanda, Los Angeles, Lisboa. ″Sem viagem não há obra″, diz António Ole». www.dn.pt. Consultado em 29 de março de 2021 
  6. «Último filme de Nicolau Breyner, dia 20 nos cinemas». www.dn.pt. Consultado em 29 de março de 2021 
  7. «Jorge António recusa prémio do Festival de Cinema de Luanda». Jornal Expresso. Consultado em 29 de março de 2021 
  8. Vilas, Ricardo. «Brasil, Angola, Moçambique: construção de identidade através da música popular». Revista Sonora, 2019, vol. 8, no 14 
  9. «Wayback Machine» (PDF). web.archive.org. 25 de setembro de 2015. Consultado em 29 de março de 2021 
  10. Moorman, Marissa J. (2004). «Dueling Bands and Good Girls: Gender, Music, and Nation in Luanda's Musseques, 1961-1974». The International Journal of African Historical Studies (2): 255–288. ISSN 0361-7882. doi:10.2307/4129009. Consultado em 29 de março de 2021 
  11. «Restos mortais de "Fontinhas" foram a enterrar no Alto das Cruzes». ANGOP. 1 de julho de 2013. Consultado em 28 de abril de 2014 
  12. «Ngola Ritmos discography - RYM/Sonemic». Rate Your Music (em inglês). Consultado em 29 de março de 2021