342 Artes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

342 Artes — Contra a censura e difamação é uma campanha promovida por um grupo de artistas brasileiros, visando combater a criminalização e a censura às manisfestações artísticas e culturais por grupos conservadores brasileiros. A recente associação, por políticos brasileiros, de trabalhos artísticos à pedofilia e zoofilia também é combatida pela campanha.[1][2][3]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Anteriormente, duas exposições da Queermuseu tiveram suas exibições interrompidas pelos próprios produtores, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, além dos questionamentos contra o desempenho da performance La Bête, que acabou por repercutir negativamente, após crianças entrarem em contato com o artista e coreógrafo Wagner Schwartz, nu, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e no Goethe-Institut de Salvador.[4][3] [5][3]

O movimento surgiu em reação a um boicote à exposição Queermuseu, baseado em acusações de que algumas obras da exposição promoveriam a pedofilia ou a zoofilia. Alguns artistas foram acusados também de atacarem a fé católica. O boicote foi popularizado pelo grupo de direita Movimento Brasil Livre e foi visto por muitos artistas como censura.[6][3]

Atuação[editar | editar código-fonte]

Em outubro de 2017 A produtora Paula Lavigne reuniu em sua casa cerca de 100 pessoas que produzem artes visuais e cultura, quando informou a possibilidade dos artistas lesados por vídeos tanto de políticos como grupos na internet poderem processar os autores da difamação.[7] Simultaneamente o grupo iniciou a campanha 342 Artes, na qual os artistas publicam vídeos em redes sociais. Já participaram os artistas plásticos Vik Muniz e Adriana Varejão, a cantora Marisa Monte, o cantor Caetano Veloso, a atriz Fernanda Montenegro, dentre outros artistas renomados.[5]

342 Artes também critica a posição adotada pelos prefeitos de São Paulo, João Dória,[8] e do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella,[9] por associarem a exposição Queermuseu e a performance La Bête à pedofilia e zoofilia. Critica também o senador Magno Malta por ter convocado coercitivamente o curador da Queermuseu, Gaudêncio Fidélis, para uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre maus-tratos contra crianças e adolescentes.[10]

Referências

  1. Gobbi, Nelson (6 de outubro de 2017). «Artistas vão processar políticos por difamação». O Globo. Consultado em 8 de outubro de 2017 
  2. «Artistas como Fernanda Montenegro, Marisa Monte e Caetano Veloso gravam vídeos contra a censura». O Globo. 8 de outubro de 2017 
  3. a b c d Martín, María (8 de outubro de 2017). «"Se não reagirmos, em seis meses a criminalização da arte terá sido consolidada"». EL PAÍS 
  4. Redação (12 de fevereiro de 2018). «"Fui morto na internet como se fosse um zumbi da série The Walking Dead"». El País Brasil, 12 de fevereiro de 2018 
  5. a b Redação (8 de outubro de 2017). «Fernanda Montenegro faz apelo contra censura às artes em vídeo». Correio 24 Horas. Consultado em 8 de outubro de 2010 
  6. «ÁUDIO: "Não existe maior expressão do livre mercado que o boicote", diz Kim Kataguiri sobre campanha contra mostra "Queermuseu"». Gaúcha ZH. 11 de setembro de 2017. Consultado em 9 de outubro de 2017 
  7. «Artistas vão responder a ataques na Justiça e em campanha nas redes». O Globo. 7 de outubro de 2017 
  8. «A resposta de Caetano Veloso e outros artistas ao conservadorismo no mundo das artes». HuffPost Brasil. 8 de outubro de 2017. Eu compreendo que a arte é uma manifestação muito aberta, muito ampla, mas tudo tem limite", afirma João Doria, prefeito de São Paulo, em vídeo também divulgado em suas redes sociais. Segundo ele, "a exposição do MAM, não pode, em nome dessa liberdade, permitir que uma cena libidinosa que estimula uma relação artificial e imprópria seja colocada para o público. 
  9. "Saiu no jornal que [a mostra] ia ser no MAR, só se for no fundo do mar", afirmou o prefeito do Rio de Janeiro nas redes sociais sobre as negociações para a mostra Queermuseu ser exibida no MAR (Museu de Arte do Rio). "Não é legal estimular uma criança a tocar em um homem nu em 'nome da arte'. É preciso respeitar a família, vamos cuidar das nossas crianças", continua Crivella."
  10. «Artistas vão à Justiça contra políticos e grupos que os associaram à pedofilia e à zoofilia». Congresso em Foco. 8 de outubro de 2017. Consultado em 9 de outubro de 2017 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Ícone de esboço Este artigo sobre Arte contemporânea é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.