Saltar para o conteúdo

Fernanda Montenegro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Fernanda Montenegro
Fernanda Montenegro
Fernanda Montenegro em 2019
Nome completo Arlette Pinheiro Monteiro Torres[nota 1]
Nascimento 16 de outubro de 1929 (94 anos)
Rio de Janeiro, Distrito Federal
Nacionalidade brasileira
Ocupação atriz
escritora
Cônjuge Fernando Torres (c. 1952; m. 2008)
Filho(a)(s) Cláudio Torres (n. 1962)
Fernanda Torres (n. 1965)
Emmys
Emmy Internacional de Melhor Atriz
2013 – Doce de Mãe
Festival de Berlim
Urso de Prata de Melhor Atriz
1998 – Central do Brasil
Prémios National Board of Review
Melhor Atriz
1998 – Central do Brasil
Outros prêmios
Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de Melhor Atriz
2005 – O Outro Lado da Rua
(Ver mais)
Indicações

Arlette Pinheiro Monteiro Torres[nota 1] CRBGCONMCOCSOMC (Rio de Janeiro, 16 de outubro de 1929), mais conhecida como Fernanda Montenegro, é uma atriz e escritora brasileira. É frequentemente referenciada como a "grande dama da dramaturgia brasileira" e "a maior atriz da história do Brasil" pelo extenso trabalho no cinema, teatro e televisão.[1][2][3]

Na televisão, Fernanda foi a primeira atriz contratada pela TV Tupi, em 1951, onde estrelou dezenas de teleteatros, que na direção revezavam-se Fernando Torres, Sérgio Britto e Flávio Rangel. Estreou nas telenovelas em 1954 como protagonista de A Muralha, na RecordTV, onde estrelou outras produções.[4] Trabalhou nas principais emissoras do Brasil, como Band, TV Cultura, Record e Globo — onde permanece desde 1981 —, além das extintas TV Excelsior, TV Rio e Rede Tupi.[5][6]

Reconhecida internacionalmente, Fernanda foi a primeira brasileira a vencer o Emmy Internacional na categoria de melhor atriz pela atuação em Doce de Mãe (2013), além de ter ganhado um Urso de Prata no Festival de Berlim e recebido indicações ao Globo de Ouro e ao Oscar de melhor atriz por seu trabalho em Central do Brasil (1998), sendo a primeira mulher latino-americana, lusófona e brasileira a ser indicada nessa categoria.[7][8] Em 2013, foi eleita a 15ª celebridade mais influente do país pela revista Forbes.[9]

Em 1999, foi condecorada com a maior comenda civil do país, a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito, "pelo reconhecimento ao destacado trabalho nas artes cênicas brasileiras", entregue pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Além de ter sido cinco vezes galardoada com o Prêmio Molière, também recebeu três vezes o Prêmio Governador do Estado de São Paulo.[10] Durante a Cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, Fernanda leu o poema "A flor e a náusea", de Carlos Drummond de Andrade, dublado em inglês por Judi Dench. Em março de 2022, a atriz tomou posse da cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras (ABL), sucedendo o diplomata Affonso Arinos, sendo a 9.ª mulher e a primeira atriz a entrar na lista dos imortais da ABL.

Infância, juventude e formação

[editar | editar código-fonte]
Fernanda Montenegro estudou no Colégio Pedro II durante a juventude[11]

Nascida Arlette Pinheiro Esteves da Silva,[nota 1][12][13] seus avós maternos, Camilo e Maria Pinna, imigraram da Sardenha, no sul da Itália, para trabalhar em fazendas em Minas Gerais e conheceram-se no navio em que viajaram. Depois mudaram-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde passaram a morar com a filha Carmen e o genro Vitorino, pais de Arlette.[14] Seus avós paternos, José Pinheiro da Silva e Ana Albina Esteves Capela da Silva, eram portugueses de Trás-os-Montes.[15] Arlette nasceu em um pequeno logradouro sem saída, a rua Alayde, que ficava na localidade conhecida por “Estação de Dona Clara” ao número 80, em Madureira, no subúrbio carioca,[16] e estudou no Colégio Pedro II.[11]

Depois de concluir o curso primário, Arlette dedicou-se à formação para o trabalho, matriculando-se no curso de secretariado Berlitz, que compreendia inglês, francês, português, estenografia e datilografia. Frequentava ainda o curso de madureza à noite, conseguindo concluir o equivalente ao ginasial em dois anos.[17] Aos quinze anos, ainda no terceiro ano do curso técnico de secretariado, inscreveu-se num concurso como locutora na então Rádio Ministério da Educação e Saúde, atual Rádio MEC, fator que foi decisivo para a sua carreira. Ganhou o concurso para atuar em um projeto chamado "Teatro da Mocidade", voltado a despertar o interesse de jovens talentos para atuar em radionovelas, sendo este seu primeiro emprego.[17]

Seu primeiro papel como radioatriz foi numa obra de Cláudio Fornari, chamada Sinhá Moça Chorou, na qual interpretou Manuela.[18] Arlette permaneceu na emissora por dez anos, inicialmente como locutora e depois como atriz. Foi lá que, ao começar a escrever, adotou o pseudônimo "Fernanda Montenegro".[19] Paralelamente, a atriz passou a lecionar português para estrangeiros no Berlitz, curso que havia frequentado por quatro anos. Era a forma de obter alguma remuneração, já que o trabalho no rádio nem sempre era remunerado.[20]

A Rádio MEC fica ao lado da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, na qual funcionava um grupo de teatro amador dos alunos da faculdade. Passa a integrar o grupo de teatro, ao participar da peça "Nuestra Natascha", interpretando sua primeira personagem, Cassona.[18]

1950–62: Pioneirismo e primeiros trabalhos

[editar | editar código-fonte]
Fernanda Montenegro na peça teatral A mulher de todos nós, de 1966; foto do Arquivo Nacional

Iniciou sua carreira no ano de 1950, na peça Alegres Canções nas Montanhas, ao lado de seu marido, Fernando Torres.[21] Foi a primeira atriz contratada pela recém-criada TV Tupi do Rio de Janeiro, em 1951. Seu nome, Arlette, foi considerado muito comum para uma atriz e lhe pediram para escolher um nome mais forte, mais chamativo, e por gostar do nome, escolheu Fernanda.[22] Na emissora, entre 1951 e 1953, participou de cerca de 80 peças, exibidas nos programas Retrospectiva do Teatro Universal e Retrospectiva do Teatro Brasileiro. Sob a direção de Jacy Campos, Chianca de Garcia e Olavo de Barros, atuou ao lado de Paulo Porto, Heloísa Helena, Grande Otelo, Fregolente e Colé. Participou também de programas policiais escritos por Jacy Campos e Amaral Neto. No teatro, Fernanda Montenegro ganhou o prêmio de atriz revelação da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, em 1952, por seu trabalho nas peças Está lá fora um inspetor, de J. B. Priestley, e Loucuras do Imperador, de Paulo Magalhães. Ainda na década de 1950, fez parte da Companhia Maria Della Costa e do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC).[23]

Em 1954 interpretou sua primeira protagonista na telenovela A Muralha, de Ivani Ribeiro na Record, sendo a primeira telenovela da emissora.[24] Entre 1956 e 1963, a atriz participou de diversos teleteatros na TV Tupi de São Paulo, apresentados no Grande Teatro Tupi, totalizando cerca de 160 peças apresentadas naquele programa. Em 1959 formou sua própria companhia teatral, a Companhia dos Sete, com Sérgio Britto, Ítalo Rossi, Gianni Ratto, Luciana Petruccelli, Alfredo Souto de Almeida e Fernando Torres.[25] A atriz é considerada uma das grandes damas do teatro brasileiro, tendo recebido diversos prêmios ao longo da carreira, por espetáculos como A Moratória (1955), de Jorge Andrade; Nossa Vida com Papai (1956); Vestir os Nus (1958); O Mambembe (1959), com direção de Gianni Ratto; Mary, Mary (1963), dirigido por Adolfo Celi; Mirandolina (1964), de Carlo Goldoni; A mulher de todos nós (1966), dirigida pelo marido, Fernando Torres; As lágrimas amargas de Petra von Kant (1982); Dona Doida, Um Interlúdio (1987), entre muitas outras peças.[26]

1963–80: Protagonistas e cinema

[editar | editar código-fonte]
Fernanda Montenegro em Oh! Que belos dias, de 1970; foto do Arquivo Nacional

Em 1963, contratada pela TV Rio, atuou nas novelas Pouco Amor Não É Amor e A Morta Sem Espelho, ambas de Nélson Rodrigues, com direção de Fernando Torres (ator) e Sérgio Britto, respectivamente.[27] Em 1964, na Record, fez mais duas novelas dirigidas por Sérgio Britto: Vitória e Sonho de Amor,[28] esta última uma adaptação feita por Nélson Rodrigues do romance O Tronco do Ipê, de José de Alencar, produzida pela TV Rio e exibida também em São Paulo pela TV Record.[29] Em 1965, na recém-criada TV Globo, Fernanda Montenegro participou do programa 4 no Teatro, que apresentou uma série de teleteatros sob a direção de Sérgio Britto.[30] Em sua estreia na emissora, a atriz atuou nas peças Massacre, de Emanuel Robles, e As três faces de Eva, de Janete Clair.[31] Sua estreia em cinema se deu na produção de 1964 para a tragédia de Nelson Rodrigues, A Falecida, sob direção de Leon Hirszman.[28]

No ano seguinte, na TV Tupi, interpretou a personagem Amália, na novela Calúnia, de Talma de Oliveira.[32] Em 1967, estreou na TV Excelsior como Lisa, em Redenção, novela de Raimundo Lopes dirigida por Reynaldo Boury e Waldemar de Moraes.[33] Ainda na TV Excelsior, em 1968, Fernanda Montenegro viveu a Cândida em A Muralha, adaptação de Ivani Ribeiro da obra de Dinah Silveira de Queiroz. Com direção de Sérgio Britto e Gonzaga Blota, a novela foi considerada uma superprodução em sua época.[34] Na mesma emissora, em 1969, a atriz viveu a personagem Júlia Camargo, de Sangue do Meu Sangue, escrita por Vicente Sesso, novamente dirigida por Sérgio Britto, com elenco composto por Francisco Cuoco, Cláudio Correa e Castro, Nicete Bruno e Tônia Carrero.[35]

Fernanda Montenegro e Bibi Ferreira, em 1972; foto do Arquivo Nacional

Fernanda Montenegro deixou a falida TV Excelsior em 1970 e manteve-se afastada da televisão durante nove anos, intervalo quebrado apenas pela realização de dois trabalhos: o teleteatro A Cotovia, de Jean Anouilh, para a TV Tupi, em 1971, e um Caso Especial da TV Globo, em 1973. Este Caso Especial estrelado pela atriz era uma adaptação da tragédia Medeia, de Eurípedes, feita por Oduvaldo Viana Filho. Levado ao ar no mesmo dia e horário da estreia do Cassino do Chacrinha, na TV Tupi.[36]

Ainda na década de 1970, a atriz integrou o elenco da novela Cara a Cara (1979), de Vicente Sesso, na TV Bandeirantes. Na trama, dirigida por Jardel Mello e Arlindo Barreto, a atriz viveu a personagem Ingrid Von Herbert, egressa de um campo de concentração nazista.[37]

1981–97: Reconhecimento nacional

[editar | editar código-fonte]
Italo Rossi e Fernanda Montenegro durante a peça "O Médico Volante"

Fernanda Montenegro estreou em novelas da TV Globo em 1981, em Baila Comigo, de Manoel Carlos. Sua personagem, Sílvia Toledo Fernandes, foi escrita especialmente para a atriz, que foi dirigida por Roberto Talma e Paulo Ubiratan.[38] No mesmo ano, viveu a milionária Chica Newman de Brilhante, novela de Gilberto Braga. Na trama, Luísa (Vera Fischer) é escolhida por Chica Newman para se casar com seu filho Ignácio (Dennis Carvalho), que é homossexual. Mas a moça acaba se envolvendo com Paulo César (Tarcísio Meira), homem de origem humilde, casado com Isabel (Renée de Vielmond), filha de Chica.[39]

Em 1983, Fernanda Montenegro protagonizou cenas hilariantes ao lado de Paulo Autran, como os primos Charlô e Otávio de Guerra dos Sexos, novela escrita por Sílvio de Abreu e dirigida por Jorge Fernando e Guel Arraes.[40] Obrigados a conviver na mesma casa e na mesma empresa devido ao testamento de um tio, os dois empreendiam "batalhas" diárias, numa verdadeira guerra.[40] A censura impôs mudanças em personagens, diálogos e cenas.[41] Ainda assim, a novela foi um sucesso e recebeu diversos prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte, entre eles o de melhor atriz para Fernanda Montenegro.[42]

Em 1986, a atriz participou de Cambalacho, outra comédia de Silvio de Abreu, dirigida por Jorge Fernando. Como o título sugere, o ponto de partida da trama eram os trambiques armados por Leonarda Furtado, a "Naná", personagem de Fernanda Montenegro, e Jerônimo Machado, o "Gegê", interpretado por Gianfrancesco Guarnieri.[43] Quatro anos depois, Fernanda Montenegro fez uma participação especial, no papel de Salomé, em Rainha da Sucata, novela de Silvio de Abreu, Alcides Nogueira e José Antônio de Souza.[44]

Ainda em 1990, interpretou a Vó Manuela na minissérie Riacho Doce, de Aguinaldo Silva e Ana Maria Moretzsohn.[45] A minissérie se passa em uma cidade do nordeste liderada por Vó Manuela, uma mulher mística e poderosa que exerce total domínio sobre seu neto Nô (Carlos Alberto Riccelli).[45] Em 1991, na novela O Dono do Mundo, de Gilberto Braga, Fernanda Montenegro foi Olga Portela, uma requintada cafetina que, apesar de picareta, conquistou a simpatia do público.[46] Dois anos depois, apresentou uma atuação marcante como Jacutinga, a dona de um bordel no interior da Bahia, na primeira fase da novela Renascer, de Benedito Ruy Barbosa.[47] Ainda em 1993, participou – como Madalena Moraes – da novela O mapa da mina, a última de Cassiano Gabus Mendes.[48]

Em 1994, como Quitéria Campolargo, a atriz integrou o elenco estelar de Incidente em Antares, que reuniu nomes como Marília Pêra, Regina Duarte, Gianfrancesco Guarnieri, Paulo Goulart, Nicette Bruno, Flávio Migliaccio, Betty Faria e Diogo Vilela. A minissérie era uma adaptação de Nelson Nadotti e Charles Peixoto do livro homônimo de Érico Veríssimo.[49] Em seguida, em 1997, Fernanda Montenegro viveu o papel-título de Zazá, novela de Lauro César Muniz. Sua personagem é uma mulher idealista, que tenta buscar uma solução para a vida dos sete filhos, ao mesmo tempo em que enfrenta várias adversidades para fazer seu projeto de avião atômico.[50]

1998–04: Reconhecimento internacional

[editar | editar código-fonte]
Fernanda Montenegro durante uma oficina de leitura dramática em 2003

Em 1999, por sua atuação no filme Central do Brasil, de Walter Salles em 1998, foi a primeira artista brasileira a ser indicada para o Óscar de melhor atriz.[51][52][53][54] Um ano antes, ainda por sua atuação naquele filme, recebeu o Urso de Prata do Festival de Berlim.[55][56] Ainda em 1999, a atriz fez o papel de Nossa Senhora na minissérie O Auto da Compadecida, adaptação da premiada peça de Ariano Suassuna feita por Guel Arraes, Adriana Falcão e João Falcão, e transformada em filme no ano seguinte.[57] Em 2001, viveu a Lulu de Luxemburgo de As Filhas da Mãe, de Silvio de Abreu, Alcides Nogueira e Bosco Brasil.[58] Fernanda Montenegro participou da primeira fase de Esperança (2002), novela de Benedito Ruy Barbosa, em que fez o papel da italiana Luiza, a avó da protagonista Maria, interpretada por Priscila Fantin.[59] Em 2005, na premiada minissérie Hoje É Dia de Maria, dirigida por Luiz Fernando Carvalho, a atriz interpretou a madrasta, voltando a atuar na segunda jornada da série como Dona Cabeça, narradora da trama.[60] Em 2005, atuou na novela Belíssima como a vilã Bia Falcão, matriarca da família Assumpção. A trama de Sílvio de Abreu.[61] Um de seus mais recentes trabalhos na TV Globo foi a minissérie Queridos amigos (2008), de Maria Adelaide Amaral, como intérprete de Iraci.[62]

Foi convidada para ocupar o Ministério da Cultura no governo dos presidentes José Sarney e Itamar Franco, porém apesar do grande apoio da classe artística e intelectual, recusou ambas as ofertas.[22] Em 1985, ao recusar o convite de Sarney afirmou em carta ao então representante do governo que não estava preparada para abandonar a carreira artística, não por medo ao desafio que lhe era oferecido, mas sim por entender que seria muito melhor no palco do que no ministério.[63]

Fernanda Montenegro na comemoração dos 50 anos do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, em 2015

Recebeu em 1999 do então presidente Fernando Henrique Cardoso a Ordem Nacional do Mérito Grã-Cruz, "pelo reconhecimento ao destacado trabalho nas artes cênicas brasileiras".[64][65] Na época, uma exposição realizada no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, comemorou os 50 anos de carreira da atriz. Em 2004, foi escolhida melhor atriz da terceira edição do Festival de TriBeCa. Foi premiada por sua atuação em "O Outro Lado da Rua", único filme da América Latina a participar da competição de longas de ficção.[66]

Entre os filmes em que atuou no cinema estão A Falecida (1964) e Eles Não Usam Black-Tie (1980), ambos de Leon Hirszman. E, mais recentemente, Olga, de Jayme Monjardim, onde interpretou Leocádia Prestes, mãe do líder comunista Luís Carlos Prestes; Redentor (2004), dirigido por seu filho, Cláudio Torres; Casa de Areia (2005), filme dirigido pelo genro Andrucha Waddington, marido de sua filha, a atriz Fernanda Torres; e Love in the Time of Cholera (br: O Amor nos Tempos do Cólera), de Mike Newell, lançado em 2007, onde fez a personagem Tránsito Ariza, mãe do personagem do ator espanhol Javier Bardem. Em 2010 viveu a protagonista Bete em Passione, de Sílvio de Abreu. Em 2012 protagonizou o último episódio da minissérie As Brasileiras como a artista decadente Mary Torres no episódio Maria do Brasil, e no especial de fim de ano Doce de Mãe em que interpretou Dona Picucha, personagem principal onde foi premiada com o Emmy Internacional de melhor atriz.[67] Pelo Twitter, a então presidente Dilma Rousseff parabenizou Fernanda Montenegro pelo Emmy, afirmando que a atriz é um orgulho do Brasil.[68] Carlos Henrique Schroder, diretor-geral da Rede Globo, festejou o prêmio de Fernanda dizendo: "É o reconhecimento de uma estrela maior da nossa cultura. É a nossa dama maior do teatro, da TV e do cinema brasileiro. E justamente recebeu essa homenagem e reconhecimento internacional".[68]

2009–2019: Ordem do Ipiranga, trabalhos e autobiografia

[editar | editar código-fonte]
Fernanda Montenegro durante o debate sobre romances contemporâneos latino-americanos na Festa Literária Internacional de Paraty de 2014

No dia 22 de junho de 2009, foi agraciada com a Ordem do Ipiranga, no grau de Cavaleiro, pelo Governo do Estado de São Paulo, na pessoa do então governador José Serra.[69] Em 2012, reviveu seu primeiro personagem no cinema, Zulmira, do filme A Falecida, em uma releitura feita pelo curta-metragem A Dama do Estácio, de Eduardo Ades.[70] Em 2013, deu vida a Dona Cândida Rosado (Candinha) no remake de Saramandaia escrito por Ricardo Linhares.[71][72]

Em 2014, viveu novamente Dona Picucha na série Doce de Mãe.[73] No mesmo ano é anunciado que a atriz fará Babilônia, novela de Gilberto Braga, no papel da homossexual Teresa, que mantém um relacionamento com a personagem de Nathália Timberg, Estela.[74][75][76][77][78]

Em 2017, após a polêmica de seu papel na trama de Babilônia, inicia uma parceria com o autor Walcyr Carrasco aceitando o convite para atuar em sua novela do horário nobre O Outro Lado do Paraíso, onde tem seu retorno triunfal ao gênero, atuando como a mística "Mercedes", uma senhora humilde e generosa, mas que carrega o dom da vidência consigo, tendo alta ligação com a luz através de vozes e enxerga nisso a sua missão de caridade de ajudar o mundo ao seu redor.[79][80]

Em 2019, após o sucesso, retoma a sua parceria com Walcyr e atua na novela A Dona do Pedaço, participando da primeira fase do folhetim, como a matriarca de uma família de justiceiros no interior do Estado do Espírito Santo.[81] Em setembro do mesmo ano, lançou sua autobiografia Prólogo, ato, epílogo pela editora Companhia das Letras, em parceria com Marta Góes.[82] Durante a campanha, para a revista 451 da Folha de S.Paulo, Fernanda se vestiu de bruxa prestes a ser queimada como bruxa e disse que "prefere entrar para a História do lado das bruxas".[83]

Família e relacionamentos

[editar | editar código-fonte]
Fernando Torres e Fernanda Montenegro foram casados de 1953 até 2008, ano em que o ator morreu[84]

Casou-se em 6 de abril de 1953, aos 23 anos, com Fernando Torres, que tinha 26 anos. O casal comemorou a união em uma pequena igreja católica de São Cristóvão. Seu vestido de noiva fora emprestado de sua amiga Eva Todor, recém-casada, pois a atriz não tinha condições financeiras para comprar um modelo novo.[85]

O casal, após passar bastante tempo tentando ter filhos de forma natural, iniciou um tratamento de fertilização, conseguindo ter dois filhos. Em 1962 nasceu o diretor Cláudio Torres, de parto normal, e em 1965 deu à luz a atriz Fernanda Torres, nascida de cesariana. Suas duas gravidezes foram consideradas difíceis, obrigando a atriz a se afastar da carreira para fazer repouso.[85] Seu sobrenome Torres não é de nascimento, tendo sido adquirido devido ao seu casamento.[12]

Em mais de cinquenta anos de carreira, participou de dezenas de espetáculos teatrais, interpretando de tudo: da clássica tragédia grega à comédia de boulevard, do musical brasileiro a espetáculos de vanguarda. Sempre ao lado de grandes nomes, do elenco à direção. A seguir, alguns de seus grandes sucessos:

Ano Título Autoria Direção Ref.
1945 Nuestra Natacha Alejandro Casona [86]
1950 Alegres Canções nas Montanhas Julien Luchaire, trad. de Miroel Silveira Esther Leão [87]
1952 Jezebel Jean Anouilh, trad. de Maria Jacintha Henriette Morineau [88]
A Cegonha se Diverte... André Roussin, trad. de Elsie Lessa [89]
Loucuras do Imperador Paulo de Magalhães Paulo de Magalhães [90]
Está Lá Fora um Inspetor J. B. Priestley João Villaret [91]
1953 Mulheres Feias Achille Saitta Henriette Morineau [92]
Daqui Não Saio Jean Valmy e Raymond Vincy [93]
1954 Também os Deuses Amam José Antonio Amaral Vieira [94]
O Canto da Cotovia Jean Anouilh Gianni Ratto [95]
1955 Com a Pulga Atrás da Orelha Georges Feydeau [96]
A Moratória Jorge Andrade [97]
1956 Eurídice Jean Anouilh [98]
1958 Vestir os Nus Luigi Pirandello Alberto d'Aversa [99]
1959 O Mambembe Arthur Azevedo e José Piza Gianni Ratto [100]
1960 A Profissão da Sra. Warren Bernard Shaw [101]
Cristo Proclamado Francisco Pereira da Silva [102]
Com a Pulga Atrás da Orelha Georges Feydeau [103]
1961 O Velho Ciumento Miguel de Cervantes [104]
1961–1962 O Médico Volante Molière [105]
1962 O Homem, a Besta e a Virtude Luigi Pirandello [106]
O Beijo no Asfalto Nelson Rodrigues Fernando Torres [107]
1963 Mary, Mary Jean Kerr Adolfo Celi [108]
1964 Mirandolina Carlo Goldoni Gianni Ratto [109]
1966 O Homem do Princípio ao Fim Millôr Fernandes Fernando Torres [110]
1967-1968 A Volta ao Lar Harold Pinter [111]
1968 Marta Saré Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri [112]
A Mulher de Todos Nós Henry Becque [113]
1970 Oh! Que Belos Dias Samuel Beckett Ivan de Albuquerque [114]
1971 Computa, Computador, Computa Millôr Fernandes Carlos Kroeber [115]
O Marido Vai a Caça Georges Feydeau Joel de Carvalho [116]
1972 O Interrogatório Peter Weiss Celso Nunes [117]
1973; 1976 Seria Cômico... Se Não Fosse Trágico Friedrich Dürrenmatt [118]
1973 Calabar Chico Buarque e Ruy Guerra Fernando Peixoto [119]
1973 O Amante de Madame Vidal Louis Verneuil Fernando Torres [120]
1975 A Mulher de Todos Nós Henry Becque [121]
1976 A Mais Sólida Mansão Eugene O'Neill [122]
1977 É... Millôr Fernandes Paulo José [123]
1980 Assunto de Família Domingos de Oliveira [124]
1982-1983 As Lágrimas Amargas de Petra von Kant Rainer Werner Fassbinder Celso Nunes [125]
1986 Fedra Racine Augusto Boal [126]
1987; 1990 Dona Doida, um Interlúdio a partir de escritos da poeta Adélia Prado Naum Alves de Souza [127]
1989 Suburbano Coração Naum Alves de Souza [128]
1991 The Flash and Crash Days Gerald Thomas Gerald Thomas [129]
1993-1994 Gilda Noël Coward José Possi Neto [130]
1995 Dias Felizes Samuel Beckett Jacqueline Laurence [131]
1998 Da Gaivota a partir da peça A Gaivota, de Anton Tchekhov Daniela Thomas [132]
2000-2001 Alta Sociedade Mauro Rasi Mauro Rasi [133]
2009-2011 Viver Sem Tempos Mortos Simone de Beauvoir Felipe Hirsch [134]
2016-2020; 2022 Nelson Rodrigues por Ele Mesmo Adaptado por ela mesma a partir

do livro de Sonia Rodrigues

Ela mesma [135][136]
2023 - 2024 A Cerimônia do Adeus Simone de Beauvoir [137]
Ano Título Personagem Notas Rádio
1945–1950 Teatro da Mocidade Várias personagens Radioteatro Rádio MEC
1950 A Juventude Cria
Passeio Literário
Orgulho de Mulher Radionovela Rádio Guanabara
1963 O Diário de Anne Frank Anne Frank Rádio Roquette Pinto
Ano Livro Editora Notas
2016 O Mundo é um Palco: Fernanda Montenegro e outros Edições de Janeiro [1]
2018 Fernanda Montenegro: Itinerário Fotobiográfico Edições Sesc [138]
2019 Prólogo, ato, epílogo Companhia das Letras [82]
Áudio livros
Álbum Detalhes
Jorge Amado[139]
Aparições em álbuns
Título Ano Outros artistas Álbum
"Construção" 1998 Chico Buarque Brasil são Outros 500[140]
"Foi Mudando, Mudando" 2000 Heitor Villa-Lobos Abraço Musical Entre Dois Povos[141]
"Ismália" 2019 Emicida e Larissa Luz AmarElo[142]

Prêmios, indicações e homenagens

[editar | editar código-fonte]

Imortal da Academia Brasileira de Letras

[editar | editar código-fonte]

Em novembro de 2021, Fernanda Montenegro foi eleita para assumir a cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras (ABL),[143] em sucessão ao diplomata Affonso Arinos.[144] A cerimônia de posse ocorreu em 25 de março de 2022. É a primeira mulher a ocupar a cadeira 17 da ABL, a 9.ª mulher eleita imortal da Academia e também a primeira atriz.[145]

Notas e referências

Notas

  1. a b c Depois do seu casamento com Fernando Torres, a atriz passou a assinar Arlette Pinheiro Monteiro Torres

Referências

  1. «Fernanda Montenegro, a dama do teatro brasileiro comemora 80 anos». canalteatro.com.br. Consultado em 15 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 3 de dezembro de 2013 
  2. «Maior atriz da dramaturgia nacional, Fernanda Montenegro vira imortal». noticiasdatv. Consultado em 4 de agosto de 2023 
  3. «Fernanda Montenegro é a mulher mais admirada do Brasil». Terra. Consultado em 4 de agosto de 2023 
  4. «Fernanda Montenegro participa novamente de 'Mister Brau' e personagem tenta casar o filho». Gshow.com 
  5. Gabriel Menezes (3 de março de 2015). «Fernanda Montenegro não teme rejeição com personagem gay em 'Babilônia'». O Globo. Revista da TV. Consultado em 4 de março de 2015 
  6. «Taís Araújo fica nervosa ao atuar com Fernanda Montenegro em 'Mr Brau'» 
  7. «Latinos In The Oscars: Almost 60 Winners And Nominees Along The History Of The Academy Awards! [PHOTOS]» (em inglês). Consultado em 19 de Dezembro de 2016 
  8. «History of Latino Academy Award Nominees & Winners» (em inglês). Consultado em 19 de Dezembro de 2016 
  9. Forbes. «Forbes apresenta as celebridades mais influentes do Brasil». Exame. Consultado em 13 de janeiro de 2014 
  10. «Fernanda Montenegro». Consultado em 15 de janeiro de 2013 
  11. a b «Ao mestre com carinho». Consultado em 15 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 7 de maio de 2003 
  12. a b «Fernanda Montenegro: biografia». Portal UOL. Arquivado do original em 8 de maio de 1999 
  13. «Dama do teatro, Fernanda Montenegro comemora 80 anos.». noticias.terra.com.br. Consultado em 15 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 31 de maio de 2013 
  14. IstoÉ Gente: Fernanda Montenegro
  15. Fernanda Montenegro: Itinerário Fotobiográfico. Edições Sesc São Paulo. 2018. p. 21
  16. «A atriz sem inimigos». Consultado em 15 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 1 de outubro de 1999 
  17. a b «Entrevista com Fernanda Montenegro». Consultado em 15 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 10 de julho de 2007 
  18. a b «Festival Internacional de Cinema - Homenagens». Consultado em 16 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 26 de setembro de 2009 
  19. «BIOGRAFIA DE FERNANDA MONTENEGRO PARA O MUSEU DA TELEVISÃO BRASILEIRA». Consultado em 16 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 14 de novembro de 2016 
  20. Barbosa, Neusa (2009). Fernanda Montenegro: A Defesa do Mistério (PDF). São Paulo: Imprensa Oficial. p. 272. ISBN 978-85-7060-598-6. Consultado em 16 de janeiro de 2013. Arquivado do original (PDF) em 22 de julho de 2013 
  21. «Fernanda Montenegro para Grupo Magno de Teatro». Consultado em 15 de janeiro de 2013 
  22. a b «Elas fazem a diferença». Consultado em 16 de janeiro de 2013 
  23. «Fernanda Montenegro». Consultado em 16 de janeiro de 2013 
  24. «Teledramaturgia de 1954». Tudo Sobre tv. Consultado em 23 de março de 2018 
  25. «Sergio Britto - Homenageado do XVI Festival de Teatro do Rio». Consultado em 16 de janeiro de 2013 
  26. «Montenegro, Fernanda (1929)». Consultado em 16 de janeiro de 2013 
  27. Guedes, Diogo. «A TV como espaço do maravilhoso». JC. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  28. a b «Fernanda Montenegro». Caras. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  29. Xavier, Nilson. «O Tronco do Ipê». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  30. «Fernanda Montenegro». MemóriaGlobo. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  31. «4 no Teatro». MemóriaGlobo. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  32. Xavier, Nilson. «Calúnia». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  33. Xavier, Nilson. «Redenção». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  34. Xavier, Nilson. «A Muralha». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  35. Xavier, Nilson. «Sangue do Meu Sangue». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  36. «Relembre a trajetória de Fernanda Montenegro». Yahoo! Notícias. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  37. Xavier, Nilson. «Cara a Cara». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  38. Xavier, Nilson. «Baila Comigo». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  39. Xavier, Nilson. «Brilhante». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  40. a b Xavier, Nilson. «Guerra dos Sexos (1983)». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  41. Brugger, Mariana (2012). «A eterna guerra dos sexos». Istoé. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  42. Pagno, Marina (3 de setembro de 2020). «"Guerra dos Sexos", "Rainha da Sucata", "Sai de Baixo" e mais: a trajetória de Jorge Fernando na televisão». Gaucha ZH 
  43. Xavier, Nilson. «Cambalacho». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  44. Xavier, Nilson. «Rainha da Sucata». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  45. a b Xavier, Nilson. «Riacho Doce». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  46. Xavier, Nilson. «O Dono do Mundo». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  47. Xavier, Nilson. «Renascer». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  48. Xavier, Nilson. «O Mapa da Mina». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  49. Xavier, Nilson. «Incidente em Antares». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  50. Xavier, Nilson. «Zazá». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  51. Diego, Marcelo (1999). «"Não acredito ainda", diz Fernanda». Folha de S.Paulo. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  52. «Fernanda Montenegro no Espelho». G1. Consultado em 28 de Agosto de 2015 
  53. «Central do Brasil». Consultado em 15 de janeiro de 2013 
  54. «Fernanda Montenegro e Walter Salles desfrutam a felicidade, depois de Central do Brasil ser indicado aos Oscar de melhor atriz e melhor filme em língua estrangeira». ISTOÉ. 17 de fevereiro de 1999. Consultado em 28 de Agosto de 2015 
  55. Labaki, Amir (1998). «"Central do Brasil" ganha 48º Festival de Berlim». Folha de S.Paulo. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  56. «Fernanda Montenegro: uma diva entre estrelas». Consultado em 28 de Agosto de 2015 
  57. Xavier, Nilson. «O Auto da Compadecida». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  58. Xavier, Nilson. «As Filhas da Mãe». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  59. Xavier, Nilson. «Esperança». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  60. Xavier, Nilson. «Hoje É Dia de Maria». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  61. Xavier, Nilson. «Belíssima». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  62. Xavier, Nilson. «Queridos Amigos». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  63. «Fernanda Montenegro recusa Ministério da Cultura». Consultado em 16 de janeiro de 2013 
  64. «Fernanda Montenegro». Consultado em 16 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 1 de julho de 2013 
  65. «Atriz Fernanda recebe maior comenda da República». 13 de abril de 1999. Consultado em 15 de outubro de 2013. Arquivado do original em 11 de novembro de 2013 
  66. «Fernanda Montenegro ganha prêmio no Festival de Tribeca». Folha online. Consultado em 14 de maio de 2013 
  67. «Fernanda Montenegro leva Emmy e agradece diretores de 'Doce de mãe'» 
  68. a b «Pelo Twitter, Dilma parabeniza Fernanda Montenegro pelo Emmy». g1. 26 de novembro de 2013. Consultado em 29 de junho de 2024 
  69. «Serra homenageia artistas com Ordem do Ipiranga». Portal do Partido da Social Democracia Brasileira. 23 de junho de 2009. Consultado em 9 de março de 2018 
  70. Ana Okada (27 de agosto de 2012). «Fernanda Montenegro revive personagem de Nelson Rodrigues em "A Dama do Estácio"». UOL. Consultado em 29 de junho de 2024 
  71. Patrícia Kogut (10 de dezembro de 2012). «Fernanda Montenegro é escalada para 'Saramandaia'». O Globo. Consultado em 4 de junho de 2014 
  72. Carla Bittencourt (20 de junho de 2013). «'Saramandaia': Aos 83 anos, Fernanda Montenegro contracena com 30 galinhas». Extra. Telinha. Consultado em 1 de novembro de 2014 
  73. Patrícia Kogut (25 de agosto de 2013). «'Doce de mãe', com Fernanda Montenegro, vai virar série». O Globo. Consultado em 4 de junho de 2014 
  74. Cristina Padiglione (22 de maio de 2014). «Globo aposta em gay vivida por Fernandona». Estadão. Consultado em 4 de junho de 2014 
  75. Vitor Angelo (22 de maio de 2014). «Além de protagonista, Fernanda Montenegro viverá romance lésbico em novela de Gilberto Braga». Virgula UOL. Consultado em 4 de junho de 2014 
  76. Mônica Bergamo (29 de julho de 2014). «'A gente vai se beijar!' avisa Fernanda Montenegro sobre casal gay na TV». Colunistas - Folha de S.Paulo. Consultado em 19 de agosto de 2014 
  77. Louise Soares (26 de fevereiro de 2015). «'A humanidade é cheia de preconceitos', diz Fernanda Montenegro sobre casal gay de 'Babilônia'». F5 - televisão. Consultado em 4 de março de 2015 
  78. Marcela Ribeiro (25 de fevereiro de 2015). «Lésbicas em nova novela das nove: Cena de Montenegro e Timberg é aplaudida». UOL Televisão. Consultado em 4 de março de 2015 
  79. Xavier, Nilson. «O Outro Lado do Paraíso». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  80. «Conheça mulher que inspirou Mercedes, personagem de O Outro Lado do Paraíso». G1. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  81. Xavier, Nilson. «A Dona do Pedaço». Teledramartugia. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  82. a b «Fernanda Montenegro lança o livro "Prólogo, Ato, Epílogo" no Municipal | Na Plateia». VEJA SÃO PAULO. Consultado em 23 de outubro de 2019 
  83. «Fernanda Montenegro interpreta três bruxas em ensaio para a Quatro Cinco Um». A Revista dos Livros. Consultado em 23 de outubro de 2019 
  84. «Morre o ator Fernando Torres, aos 80 anos». O Globo. 4 de setembro de 2008. Consultado em 5 de setembro de 2020 
  85. a b «Fernanda Montenegro: confira 85 curiosidades sobre a homenageada do Prêmio Extra». Extra Online. Consultado em 16 de outubro de 2022 
  86. «Nuestra Natacha». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 19 de agosto de 2022 
  87. «Alegres Canções nas Montanhas». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 19 de agosto de 2022 
  88. «Jezebel». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 19 de agosto de 2022 
  89. «A Cegonha se Diverte...». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  90. «Loucuras do Imperador». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  91. «Loucuras do Imperador». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  92. «Mulheres Feias». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  93. «Daqui Não Saio». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  94. «Também os Deuses Amam». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 19 de agosto de 2022 
  95. «O Canto da Cotovia». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 19 de agosto de 2022 
  96. «Com a Pulga Atrás da Orelha». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 19 de agosto de 2022 
  97. «A Moratória». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 19 de agosto de 2022 
  98. «Eurydice». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 19 de agosto de 2022 
  99. «Vestir os Nus». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 19 de agosto de 2022 
  100. «O Mambembe». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  101. «A Profissão da Senhora Warren». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  102. «Cristo Proclamado». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  103. «Com a Pulga Atrás da Orelha». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  104. «O Velho Ciumento». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  105. «O Médico Volante». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  106. «O Homem, a Besta e a Virtude». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  107. «O Beijo no Asfalto». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  108. «Mary, Mary». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  109. «Mirandolina». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  110. «O Homem do Princípio ao Fim». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  111. «A Volta do Lar». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  112. «Marta Saré». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  113. «A Mulher de Todos Nós». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  114. «Oh! Que Belos Dias». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  115. «Computa, Computador, Computa». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  116. «O Marido Vai a Caça». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  117. «O Interrogatório». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  118. «Seria Cômico...Se Não Fosse Sério». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  119. «Calabar». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  120. «O Amante de Madame Vidal». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  121. «A Mulher de Todos Nós». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  122. «A Mais Sólida Mansão». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  123. Silva, Arlette Pinheiro Esteves da. «Fernanda Montenegro». Acervo Estadão. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  124. «Assunto de Família». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  125. «As Lágrimas Amargas de Petra von Kant». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  126. «Fedra». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  127. «Dona Doida, um Interlúdio». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  128. «Suburbano Coração». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 20 de dezembro de 2022 
  129. «The Flash and Crash Days». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  130. «Gilda». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 19 de agosto de 2022 
  131. «Dias Felizes». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  132. «Fernanda Montenegro, a gaivota, estréia no Leblon». Fola de S.Paulo. 1999. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  133. Alexandre Martello (6 de junho de 2001). «"Alta Sociedade" estréia com Fernanda Montenegro em Brasília». folha.uol.com.br. Consultado em 11 de junho de 2023 
  134. «Viver sem tempos mortos». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  135. «Galerias | Lu Lacerda | iG». lulacerda.ig.com.br. Consultado em 14 de maio de 2016 
  136. «De volta aos palcos, Fernanda Montenegro encena peça sobre Nelson Rodrigues». vejario.abril.com.br. Consultado em 19 de agosto de 2022 
  137. «Acadêmica e atriz Fernanda Montenegro promove leitura dramatizada de Simone de Beauvoir e lota Teatro da ABL». academia.org.br. 25 de março de 2023. Consultado em 11 de junho de 2023 
  138. Barros, Sandro. «Fernanda Montenegro, a nossa grande dama do teatro e da teledramaturgia». Diário do Rio. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  139. «Jorge Amado». iTunes. Consultado em 29 de dezembro de 2022 
  140. «Música Brasileira» (11). 1998: 9 
  141. «Abraço musical entre dois povos : 500 anos, uma história comum». Fonoteca de Lisboa. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  142. Faria, Ângela. «Em seu novo disco, Emicida desafia estes tempos de ódio e intolerância». Uai. Consultado em 3 de setembro de 2020 
  143. «Fernanda Montenegro é eleita para a ABL: conheça os bastidores da disputa pelo título de imortal». G1. Consultado em 5 de novembro de 2021 
  144. «Fernanda Montenegro toma posse como 'imortal' da Academia Brasileira de Letras». G1. 25 de março de 2022 
  145. «Fernanda Montenegro toma posse na Academia Brasileira de Letras». G1. 26 de março de 2022 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre Fernanda Montenegro:
Wikiquote Citações no Wikiquote
Commons Imagens e media no Commons
Commons Categoria no Commons
Wikidata Base de dados no Wikidata

Precedido por
Affonso Arinos de Mello Franco
ABL - sétima acadêmica da cadeira 17
2021 — presente
Sucedido por
Precedida por
-
Troféu Candango de Melhor Atriz
por A Falecida

1965
Sucedida por
Helena Ignez
por O Padre e a Moça
Precedida por
Juliette Binoche
por The English Pacient
Urso de Prata de Melhor Atriz
por Central do Brasil

1998
Sucedida por
Juliane Köhler & Maria Schrader
por Aimée & Jaguar
Precedida por
Cecilia Roth
por Martín (Hache)
Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Havana
por Central do Brasil

1998
Sucedida por
Denise Fraga
por Por Trás do Pano
Precedida por
Helena Bonham Carter
por The Wings of the Dove
Prêmio LAFCA de Melhor Atriz
por Central do Brasil

1998
Sucedida por
Hillary Swank
por Boys Don't Cry
Precedida por
Helena Bonham Carter
por The Wings of the Dove
National Board of Review de Melhor Atriz
por Central do Brasil

1998
Sucedida por
Janet McTeer
por Tumbleweeds
Precedida por
Araci Esteves
por Anahy de las Misiones
Prêmio Guarani de Melhor Atriz
por Central do Brasil

1999
Sucedida por
Maria Luísa Mendonça
por Corazón iluminado
Precedida por
Clarice Niskier
por Amores
Prêmio Guarani de Melhor Atriz Coadjuvante
por Traição

2000
Sucedida por
Marieta Severo
por Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme
Precedida por
Marjorie Estiano
por As Boas Maneiras
Prêmio Guarani de Melhor Atriz Coadjuvante
por A Vida Invisível

2020
Sucedida por
Zezita de Matos
por Pacarrete