João Falcão

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João Falcão
João Falcão
Nome completo João Barreto Falcão Neto
Nascimento 20 de setembro de 1958 (65 anos)
Recife,  Pernambuco
 Brasil
Ocupação Diretor
Roteirista
Compositor
Cônjuge Adriana Falcão

João Barreto Falcão Neto (Recife, 20 de setembro de 1958) é um diretor, roteirista e compositor brasileiro. Foi casado com a escritora Adriana Falcão, com quem teve duas filhas: Clarice Falcão e Maria Isabel Falcão.

História[editar | editar código-fonte]

Caçula de treze irmãos, João Falcão cresceu na Uzina Tiúma, na Zona da Mata Pernambucana. Mudou-se para Recife e, aos 21 anos, fez um rebuliço na cidade com o musical Muito Pelo Contrário (1981) – sua estreia como diretor, escritor e compositor de um mesmo espetáculo. Daí sucederam O Pequenino Grão de Areia, Cara Metade, A Ver Estrelas, Mamãe Não Pode Saber e tantas outras: estava declarada sua cruzada contra a mania de se tratar o teatro com tanta solenidade.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1996, quando adaptou e dirigiu o clássico de Moliére, O Burguês Ridículo, em parceria com Guel Arraes – e com ele dividiu o Prêmio Sharp de Melhor Espetáculo. Ainda nos anos 90, destacou-se escrevendo, dirigindo e musicando A Dona da História (1997), feita especialmente para Marieta Severo e Andréa Beltrão; e Uma noite na Lua (1998), seu primeiro monólogo, estrelado por Marco Nanini. Pela última, ganhou os prêmios Shell e Sharp por texto e direção. Ainda com Nanini e Marieta, adaptou e dirigiu Quem tem medo de Virgínia Woolf em 2001.

Mas se agora sua carreira começava a se cruzar com a de atores consagrados, permaneceu a inquietude de quem começou a fazer teatro com os amigos, se desdobrando para descobrir os talentos de cada um. Com A Máquina (2000), adaptação do romance homônimo de Adriana Falcão, João fez os olhos do país voltarem-se para os até então desconhecidos Wagner Moura, Lázaro Ramos e Vladimir Brichta.

A inquietude, por outro lado, também deu luz a uma obra que chama atenção pela proficuidade. Mundo afora, já teve peças traduzidas em inglês, francês, espanhol, alemão e hebraico. No país, só em 2015, João esteve com seis espetáculos que escreveu ou dirigiu em cartaz: Ensina-me a Viver, Uma Noite na Lua, Dhrama, A Dona da História, Gonzagão – a Lenda e Ópera do Malandro. As duas últimas seguem em turnê nacional, com direito a louros: Gonzagão ganhou quatro prêmios Bibi Ferreira (Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original, Melhor Direção Musical e Melhor Musical Brasileiro) e a Ópera, concorreu em quatro categorias. Em 2016, João adaptou e dirigiu Gabriela – Um Musical de Jorge Amado, ganhando entre diversos prêmios o APCA como melhor diretor.

Dentre outras peças que dirigiu e escreveu, pode-se destacar Cambaio (2002), cujas canções foram compostas por Chico Buarque e Edu Lobo; e Clandestinos (2008), que lhe rendeu o prêmio APTR de melhor texto e o Qualidade Brasil de melhor direção teatral de comédia – além de uma adaptação dirigida e assinada pelo próprio para a Rede Globo em 2010.

Na emissora, criou em parceria com Guel Arraes alguns dos melhores momentos da TV brasileira: João escreveu e dirigiu vários episódios para A Comédia da Vida Privada e adaptou clássicos da literatura para a série Brasil Especial e a minissérie O Auto da Compadecida. Ademais, escreveria, idealizaria e dirigiria diversas outras séries de televisão. Também não seja desprezada sua contribuição nos intervalos: como diretor, produziu mais de mil filmes publicitários. Quanto aos filmes para a tela grande, assinou dois: A Máquina (2006), adaptação para o cinema da obra de Adriana Falcão, e a comédia Fica Comigo Esta Noite (2006). Ainda colaborou elaborando a trilha sonora dos longa-metragens O Auto da Compadecida (2000) e Lisbela e o Prisioneiro (2003), ambos de Guel Arraes.[1]

Atualmente desenvolve projetos para canais de streaming como Netflix e Amazon Prime.

Obra[editar | editar código-fonte]

Audiovisual[editar | editar código-fonte]

Teatro[editar | editar código-fonte]

  • 1980 - “Morte e Vida Severina” de João Cabral de Melo Neto e direção de Mônica Japiassu – Ator ou bailarino e compositor
  • 1980 - “O Extrato de Formosura”,  texto e direção de Eduardo Maia - Ator
  • 1980 - “Toda Nudez Será Castigada” de Nelson Rodrigues e direção de Antonio Cadengue - ator
  • 1981 - “Flicts, a Cor”, de Ziraldo e Aderbal Freire-Filho  – direção e músicas
  • 1981 - “Muito pelo Contrário” – texto, direção, figurinos e músicas
  • 1983 - “Xilique Peba Piriquito Xique” – texto, direção e figurinos
  • 1983 - “Cara Metade”- texto e direção
  • 1983 - “No Natal a Gente Vem Te Buscar”, de Naum Alves de Souza – direção
  • 1983 - “O Pequenino Grão de Areia” – texto e direção
  • 1983 - “Foi bom, meu bem?” de Luís Alberto de Abreu e direção de José Pimentel – Músicas
  • 1984 - “Como A Lua” de Vladimir Capella e direção de José Manoel – Músicas
  • 1984 - “Esse Estranho desejo” – texto, direção e músicas
  • 1985 - “A Ver Estrelas” – texto e direção
  • 1986 - “Palmas pra que te quero” – texto e músicas
  • 1986 - "Criadas da Glória" - texto e direção
  • 1987 - “Woody Grude”, baseado na obra de Woody Allen – Adaptação e direção
  • 1993 - “Mamãe Não Pode Saber” – texto e direção
  • 1996 - “A História do Homem”, direção de Roberto Lage – texto
  • 1996 - “O Improviso de Curitiba” ou “O Improviso de Versailles” de Molière, direção
  • 1996 -“O Burguês Ridículo”, de Molière – adaptação e direção
  • 1998 -“A Dona da História” – texto e direção
  • 1999 -“Uma Noite na Lua”, – direção e texto
  • 2000 - “Marilyn, Marilyn” – Texto
  • 2000 - “A Máquina”, de Adriana Falcão – adaptação e direção
  • 2000 - “Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?”, de Edward Albee – direção
  • 2001 - “Cambaio”, em parceria com Adriana Falcão, Chico Buarque e Edu Lobo – direção e texto
  • 2002 - “Homem Objeto”, baseado na obra de Luíz Fernando Veríssimo  - adaptação e direção
  • 2004 - “Rita” – ópera de Donizzeti (Barcelona) – direção geral
  • 2005 - "As aventuras de Zé Jack e seu Pandeiro...” – texto e direção
  • 2006 - “O Pequeno Príncipe”, de Saint-Exupéry – adaptação e direção
  • 2007 - Dhrama - texto e direção[2]
  • 2008 - “Clandestinos” – texto e direção
  • 2008 - “Ensina-me a Viver”, de Colin Higgins – adaptação e direção
  • 2011 - “Eu Te Amo Mesmo Assim”, de Jô Abdu - supervisão geral e roteiro musical
  • 2012 - “O Grande Amor Da Minha Vida” em parceria com Guel Arraes e Jorge Furtado – texto
  • 2012 - “Gonzagão – A Lenda” – texto e direção
  • 2014 - “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque – adaptação e direção
  • 2016 - “Gabriela – Um Musical”, de Jorge Amado – adaptação e direção
  • 2017 - "Dorinha, meu amor" - texto e direção
  • 2018 - "A Dona da História"- texto e direção
  • 2019 - "Sonho de uma noite de verão" - adaptação e direção [3]
  • 2020 - "Que Deus sou eu" - texto e direção[4]
  • 2022 - "Ensina-me a Viver"[5]

Shows[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «João Falcão». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 30 de maio de 2019 
  2. Aloisio*, Daniel (10 de janeiro de 2020). «João Falcão faz estreia nacional da peça Que Deus Sou Eu em Salvador». Jornal CORREIO | Notícias e opiniões que a Bahia quer saber. Consultado em 25 de janeiro de 2020 
  3. Line, A. TARDE On. «Espetáculo 'Sonho de uma Noite de Verão na Bahia' inicia venda de ingressos». Portal A TARDE. Consultado em 25 de janeiro de 2020 
  4. Line, A. TARDE On. «João Falcão estreia espetáculo 'Que Deus Sou Eu' em Salvador». Portal A TARDE. Consultado em 25 de janeiro de 2020 
  5. «Nívea Maria comemora seus 60 anos de carreira com 'Ensina-me a viver'». em.com.br. Consultado em 24 de novembro de 2022