Grupo Cultural AfroReggae

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Grupo Cultural AfroReggae
Informação geral
Origem Vigário Geral, Rio de Janeiro
País Brasil
Período em atividade 1993-presente
Página oficial http://www.afroreggae.org

Grupo Cultural AfroReggae é uma organização não governamental fundada em 1993 com a missão de promover a inclusão e a justiça social por meio da arte, da cultura afro-brasileira e da educação.[1] O grupo tem como um dos principais objetivos despertar potencialidades artísticas de jovens das camadas populares. A iniciativa aumenta a autoestima dos jovens moradores de favelas, além de gerar renda, afastando-os da influência do tráfico.

História[editar | editar código-fonte]

A organização foi criada por Luiz Fernando Lopes, mais conhecido como Tekko Rastafari e José Pereira de Oliveira Junior. José Junior começou sua carreira promovendo festas de funk e reggae no Centro do Rio de Janeiro, tornando-se posteriormente empreendedor social. Com o surgimento do jornal impresso Afro Reggae Notícias, em 21 de janeiro de 1993, um mês após a chacina de Vigário Geral, começou um trabalho que deu início a uma nova forma de educação e inclusão da favela como parte da cidade.

A ONG iniciou o seu trabalho e inaugurou seu primeiro Núcleo Comunitário de Cultura, o Centro Cultural Waly Salomão, justamente em Vigário Geral. Inicialmente, o grupo passou a oferecer oficinas de reciclagem de lixo, percussão e de dança afro dentro da favela. O trabalho da instituição se expandiu e alcançou os moradores das favelas de Parada de Lucas, Cantagalo, Complexo do Alemão, da Penha e outros municípios, como Nova Iguaçu.

O AfroReggae passou a desenvolver projetos em áreas pobres, violentas e muitas vezes comandadas pelo tráfico de drogas. Além da atuação nos núcleos, por meio de oficinas, aulas, eventos, entre outros, o grupo também passou a trabalhar na formação de grupos artísticos, programas de televisão, publicações sobre temáticas sociais, entre outros.

Em 2013, comemorando os 20 anos de trabalho, o AfroReggae abriu a primeira sede fora do Rio de Janeiro, um escritório de representação em São Paulo. Além disso, expandiu sua metodologia de trabalho social pelo mundo todo. As oficinas do AfroReggae já foram multiplicadas em países como a Índia, Colômbia, China, Inglaterra, França e em Cabo Verde, na África, a convite da ONU.[carece de fontes?]

O grupo enfrentou forte rivalidade com o pastor Marcos Pereira da Silva. Após a prisão deste último, seus seguidores acusaram o líder do Afroreggae, José Júnior, de tramar-lhe uma conspiração.[2]

Em 2018, o grupo passou a enfrentar dificuldades com pagamentos de funcionários e divídas que chegaram a 7 milhões de reais.[1]

Núcleos de atuação[editar | editar código-fonte]

Cantagalo: O núcleo do AfroReggae do Cantagalo, que leva o nome de Benjamim de Oliveira, o primeiro palhaço negro do Brasil, foi inaugurado em 1996. As atividades começaram com o projeto Levantando a Lona, mas logo surgiram mais  trupes e as ações foram ampliadas. 

São oferecidas oficinas de circo e hip-hop para a comunidade, que possui 1.428 domicílios e 4.771 habitantes, uma média de 3,3 pessoas por domicílio, segundo o Censo Demográfico 2010.

Parada de Lucas: No ano de 2000, foram iniciadas as oficinas de informática na Associação de Moradores de Lucas, na Parada de Lucas, comunidade que por quase 30 anos viveu em guerra com Vigário Geral devido a rivalidade de facções criminosas e a luta pelo tráfico local. Essas aulas, apoiadas pelo Comitê de Democratização da Informática (CDI), foram os primórdios do que acabou se tornando no Núcleo de Parada de Lucas do grupo.

O núcleo foi criado oficialmente em 26 de novembro de 2006, levando o nome de Núcleo Centro de Inteligência Coletiva Lorenzo Zanetti. Lá, também ocorrem aulas de Capoeira e oficina de História em Quadrinhos para a comunidade, que possui 3.772 domicílios e 13.512 habitantes, uma média de 3,6 pessoas por domicílio, segundo o Censo Demográfico 2010.

Vigário Geral:  No Centro Cultural Waly Salomão, localizado no Parque Proletário de Vigário Geral, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o AfroReggae deu seus primeiros passos, abrindo caminho para o crescimento da instituição. Waly, que dá nome ao núcleo, foi grande entusiasta da causa do grupo. Já em 1994, ele dizia que o AfroReggae seria uma potência social e cultural.

No dia 26 de maio de 2014, o núcleo completou 4 anos de existência. São 4 anos de diversas atividades voltadas para a formação artística, cultural e educacional de todos os moradores de Vigário Geral e das comunidades ao entorno que queiram participar da grade de programação do Centro Cultural.

Projetos[editar | editar código-fonte]

Segunda Chance: Criado em 2008, o principal foco do projeto é empregar ex-detentos, facilitando sua reintegração à sociedade. O projeto ativa o processo de ressocialização dando apoio psicológico e regularização de documentos desde o momento de saída do sistema prisional. Essas pessoas são encaminhadas pelo projeto a postos de trabalho e têm seu desempenho no ambiente de trabalho acompanhado pela equipe do Segunda Chance. O projeto promove a inclusão social através da inserção no mercado de trabalho.

O AfroReggae recebe candidatos no Rio de Janeiro e em São Paulo, analisa os currículos, faz uma entrevista inicial e os encaminha às empresas parceiras. Também cabe à instituição supervisionar a performance de cada empregado. Os dados dos candidatos, empresas e vagas são cadastrados no em um banco de dados digital.  Assim, os encaminhamentos são feitos diretamente no sistema e as empresas recebem por e-mail as fichas dos candidatos encaminhados para as entrevistas.

Além do Arco-Íris:  O projeto é destinado ao público LGBT, em especial às transexuais, que sofrem diariamente com a violência resultante do preconceito.  O AfroReggae queria encontrar uma ação de defesa ampla para essa classe, e depois de 3 meses de muita pesquisa de rua, cinemas, pontos de prostituição, idas a várias favelas para conversar com travestis e suas famílias, a equipe formulou o Além do Arco Íris, que serve de auxílio para que elas consigam se inserir na sociedade e fugir dessa realidade assustadora em que vivem.  O grupo promove assistência psicológica e jurídica, auxilia na retirada de documentos, mudança de nome de nascença e outra medidas para que as transexuais possam exercer sua cidadania.

Cultura de Ponta: O projeto tem como objetivo promover o contato com diferentes referências artísticas, estimulando o pensamento crítico, através de debates, sobre a importância das artes como ferramenta de transformação social. O Cultura de Ponta foi idealizado pelo Grupo Cultural AfroReggae em parceria com o  Grupo Light e patrocinado pelo Governo do Rio de Janeiro e pela Secretaria de Estado de Cultura, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro.

Divididos em eixos temáticos, são 40 encontros. As ações são voltadas para o teatro, dança, música, economia criativa, referências contemporâneas, empreendedorismo social e audiovisual, garantindo espaço convidativo para exposição, divulgação e intercâmbio cultural.

Programa Sociocultural de Cabo Verde: O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o AfroReggae desenvolveram um amplo Programa Sociocultural que teve início no dia 19 de setembro em Cabo Verde, na África. O projeto promove iniciativas que vão contribuir para a estruturação e apoio à gestão social do país, bem como introduzindo e capacitando a equipe regional em expressões culturais como circo, música, percussão, teatro e grafite.

A parceria entre o AfroReggae e as Nações Unidas marca mais um ponto para a sociedade mundial e foi estratégica para a consolidação da metodologia desenvolvida pelas Nações em 2010. A ONG foi a primeira do mundo a adotar os critérios do Pnud  para seus trabalhos em áreas pobres através do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM).

Programa AfroReggae de educação: o Programa AfroReggae de Educação (PAE), que tem por objetivo a estruturação de um sistema interno de suporte para o aumento de escolaridade dos funcionários e seus familiares (cônjuges, filhos, netos e sobrinhos que estejam sob a guarda dos funcionários) em situação de déficit educacional, bem como de oferecimento de oportunidades de cursos de idiomas, técnicos, profissionalizantes, superiores e de pós-graduação, através da disponibilidade de bolsas integrais ou parciais. O Programa é financiado pelo Fundo Especial de Educação do Grupo AfroReggae.

Os participantes do PAE terão, ao final de cada etapa concluída, seu rendimento escolar ou acadêmico avaliado pelo Comitê Deliberativo, que poderá decidir pela permanência ou não do participante no programa. No caso de bolsas parciais ou integrais a frequência mínima deve ser de 85% e aprovação em todas as disciplinas.

Vídeos educativos: Uma seção de produtos audiovisuais voltados para a área educativa, cultural e comunitária. Depois de 21 anos de trabalho, o AfroReggae através de sua produtora de vídeos, decidiu criar um conteúdo capaz de despertar consciência crítica e fazer a diferença. São dez vídeos, dez temas diferentes e um objetivo: falar de questões relevantes para sociedade de maneira aberta e simples. Os vídeos podem ser acessados pelo site oficial da grupo.

Na Realidade: O projeto Na Realidade ministra cursos de educação à distancia, com o objetivo de aprimorar a prática do trabalho social no país. As aulas, divididas em quatro módulos, são apresentadas por meio de vídeos e textos disponibilizados online. Há Estudos de Caso, para que os alunos possam discutir e trabalhar os conceitos e experiências debatidas durante as aulas. As informações sobre duração do curso, vagas e público alvo se encontram no site oficial do grupo.

8ao80: O projeto tem como proposta ser uma agência digital dentro de uma favela no Brasil, que valorize os próprios moradores, captando, capacitando e multiplicando o conhecimento, inserindo a comunidade na era das mídias digitais. O projeto 8ao80 tem sede no Centro de Inteligência Coletiva Lorenzo Zanetti, núcleo AfroReggae de Parada de Lucas.

Na primeira etapa do projeto, iniciada em maio de 2013, os jovens da comunidade foram atraídos pelas mídias digitais e, com o apoio de parceiros, logo dominaram as plataformas e ferramentas. Assim, deu-se o início da capacitação, que será aprimorada junto aos empreendedores e projetos ao longo do tempo.

Comandos: A iniciativa coloca frente a frente policiais e ex-traficantes para debater assuntos como o crime e violência em lugares marcados pela exclusão, a dura realidade das forças policiais, que colocam suas vidas em risco com frequência, o papel do Estado no combate ao tráfico de drogas, a dificuldade da ressocialização e a exclusão social. A participação da plateia é intensa e sempre encorajada para garantir uma conversa aberta e franca.

No Comandos, visões de mundos opostos se unem pela crença na transformação social e na educação , a partir de histórias de vida que contribuem para a formação de uma consciência crítica. Os debates também auxiliam em decisões responsáveis, criando possibilidades de discernimento e melhor perspectiva de futuro.

Grupos artísticos[editar | editar código-fonte]

AR21: Os integrantes da AR21 fizeram parte das primeiras oficinas musicais do AfroReggae, que aconteceram no início da década de 1990, em Vigário Geral. Com anos de estrada e shows na Bélgica, China, Estados Unidos, França, Itália e Holanda, a banda AR21 se consolidou na cena musical.

Em 2001, o grupo chegou a se apresentar na terceira edição do Rock in Rio em Lisboa e, já em 2006, ainda com nome de Banda AfroReggae, a AR21 abriu o show dos Rolling Stones em Copacabana para 1 milhão pessoas. Além dos inúmeros shows pelo mundo, a banda também já lançou dois CDs: “Nova Cara” e “Nenhum Motivo Explica a Guerra”. 

O repertório da banda conta com músicas próprias e covers, com uma pegada de pop, reggae e rock. “Erga-se”, “Quero Só Você” e “Me espere” são algumas das principais composições. Entre as influências musicais dos integrantes tem lugar para rock, soul, funk, disco e hip-hop. Os grandes referenciais da banda são U2, Rolling Stones e Jay Z.

Orquestra AfroReggae: O AfroReggae iniciou, em 2005, a primeira oficina de música clássica no Centro de Inteligência Coletiva Lorenzo Zanetti, núcleo localizado em Parada de Lucas, na Zona Norte carioca. Dessas oficinas foram surgindo os primeiros talentos que integrariam a Orquestra AfroReggae no futuro.

Em 2009, a Orquestra foi enfim formada. Os talentos percebidos durante as aulas abriam as portas de entrada para ela, que atraiu também músicos de outros projetos sociais cariocas. Sob a direção do Maestro Guilherme Carvalho, outros profissionais se juntaram à Orquestra e hoje atuam como instrutores do grupo.

Formada por 40 músicos com idade entre 13 e 25 anos, a Orquestra inclui performances em suas apresentações. Com repertório que vai desde as tradicionais obras do período barroco ao funk carioca. O grupo já participou de eventos respeitados, como o Festival Internacional de Violoncelo, o Applaud, the Anglo American Excellence Award, o XVI Rio International Cello Encounter e o Cello Dance Festival. O Antídoto do Itaú Cultural e a Open Unesco, em Paris são outros marcos na lista de apresentações do grupo.

Afro Circo: A história do Afro Circo começa em 1996, na cidade canadense de Montreal. José Júnior, Coordenador Executivo do AfroReggae, estava lá para participar do Seminário sobre Movimento Popular quando conheceu Guy Laliberté, fundador do mundialmente famoso Cirque du Soleil. A ideia inicial era de levar oficinas de circo para Vigário Geral, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Entretanto havia um grande interesse em desenvolver algum trabalho no Cantagalo, então a iniciativa surgiu primeiramente na favela da Zona Sul carioca.

Nesse mesmo ano, o AfroReggae entrou na comunidade através de uma parceria com duas ONGs: o Jeunesse Du Monde (do Cirque Du Soleil) e a FASE. O projeto foi nomeado Levantando a Lona, mas depois se dividiu em duas trupes: Levantando a Lona Afro Circo. O primeiro espetáculo foi “Três Raças”, com o Levantando a Lona. A apresentação abordava temas relacionados aos trabalhadores e a questões raciais e étnicas. Apenas anos mais tarde o Afro Circo produziria o espetáculo “Circo Etéreo”. Portanto, muito do desenvolvimento técnico e artístico dos alunos integrantes do Afro Circo se deve à experiência prévia com o Levantando a Lona e com o próprio Afro Circo.

Afro Lata: Em 1998, um grupo de jovens de Vigário Geral se reuniu e formou uma banda fora dos padrões, a exemplo de grupos como Olodum, Timbalada e Funk'n'Lata. Os ritmos criados pelo Afro Lata são próprios da cultura afro-brasileira, como maracatu, frevo, samba e outros. Sempre se aperfeiçoando, eles ensaiam com empenho, alternando entre aulas de dança, teatro, além da própria percussão.

Em 2012, com a fusão com a Tribo Negra e Afro Mangue, ambos também do grupo Cultural AfroReggae, o Afro Lata entrou numa nova fase e se tornou uma Companhia de Percussão. Um grande time com a ideia de espalhar o som da criatividade por todo o mundo.

Afro Samba: O grupo surgiu em 2004 e desde o início foi apadrinhado por artistas como Arlindo Cruz e Dorina, tocando em seus shows sucessos do Grupo Fundo de Quintal e Revelação. Em sua formação, o Afro Samba, comandado pela voz de Lecão Magalona,  leva Raquel Melo no surdo, Luizinho no tantan, Jonatan Moraes no pandeiro e Talles Moratensom no cavaquinho.

As letras da banda falam do cotidiano na favela e das dificuldades da vida de um trabalhador, como nas músicas “Fé na Mistura” e “Retrato de Domingo”. Almir Guineto e Jovelina Pérola Negra estão entre as principais influências da banda, que costuma se apresentar em shows e rodas de samba.

Bloco AfroReggae: O Bloco AfroReggae desfila no carnaval de rua do Rio de Janeiro desde 2006 e arrasta multidões por onde passa. Em seu primeiro desfile no Centro do Rio de Janeiro, neste ano de 2014, o bloco atraiu 150 mil pessoas. Em 2013, mais de 200 mil foliões acompanharam o desfile na Avenida Vieira Souto, em Ipanema.

Inspirado pelo Monobloco, Cordão do Bola Preta e Suvaco de Cristo, o Bloco AfroReggae adotou também um formato exclusivo para shows, a fim de levar a energia do carnaval de rua para ambientes fechados. Com três vocais, baixo, guitarra, violão, cavaquinho, banjo, teclado e percussão, o grupo canta clássicos do carnaval de rua brasileiro e é formado por integrantes dos grupos artísticos, instrutores e alunos das oficinas do AfroReggae.

Makala Música & Dança: Mais uma iniciativa que surgiu como uma oficina do Grupo Cultural AfroReggae e se profissionalizou, desenvolvendo estilo e identidades próprias, o grupo Makala Música & Dança leva a sua coreografia e percussão afro-brasileiras até teatros e espaços culturais desde 2005, ano em que foi criado na favela de Vigário Geral, na Zona Norte carioca. Sob direção artística de Betho Pacheco, o grupo representa a ancestralidade brasileira e suas manifestações artísticas e culturais. Até mesmo na escolha do nome: Makala, que no Kimbundo, língua de uma etnia africana trazida para o Brasil na época da escravidão, significa carvão.

Em 2007, o grupo se apresentou em eventos culturais dos Jogos Pan-americanos e na comemoração do Dia Nacional da Cultura, no Teatro do Sesi, e, em 2008, abriu o 5° Festival de Cinema Artivist, em Los Angeles – EUA.

Trupe de Teatro AfroReggae: A Trupe de Teatro AfroReggae é formada por um grupo de atores com motivações especiais. Eles, que um dia foram alunos da oficina de teatro do Grupo Cultural AfroReggae, hoje apresentam a sua arte profissionalmente, exemplificando a transformação social.

O trabalho teve início em 1997, com o nome de Trupe da Saúde e tinha como objetivo levar aos jovens informações como prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescência e a importância do aleitamento materno, através de uma linguagem que conseguisse alcançar a todos. Em 2004, o grupo adotou o nome Trupe de Teatro AfroReggae e de lá para cá, se apresentou  no Brasil e no exterior. Em 2008, a trupe participou do Festival Contacting the World, em Liverpool, na Inglaterra e em Aberdeen, na Escócia.

Dois anos depois, a Trupe se apresentou mais de 200 vezes para escolas públicas, bibliotecas e centros. Atividades como essa conseguem multiplicar, de forma mais efetiva, a informação sobre como prevenir e como tratar doenças.

Párvati: Criada em 2005, a banda de rock Párvati é formada por 4 jovens meninas. As integrantes da banda conduzem uma apresentação essencialmente rock‘n’roll, com personalidade e energia. Todas da comunidade de Vigário Geral, as meninas cresceram rodeadas pela mistura própria da favela e fazem dela um artifício. Em seu repertório, a banda Párvati inclui arranjos especiais de sucessos do blues e rock, além de suas músicas próprias, com inspiração em bandas como Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Pitty e Metallica.

O nome da banda foi uma escolha conjunta pela admiração da cultura Hindu e representatividade da eleita, a Deusa Párvati, esposa de Shiva, mãe de Ganesha, que simboliza a fertilidade, a beleza e a grande mãe. Foi o nome ideal para firmar a proposta do grupo só de garotas com muita pegada e uma mescla de rock e pop.

As jovens já têm em sua trajetória duas marcantes apresentações: a primeira delas no Circo Voador, em 2012, no Prêmio Orilaxé, e a segunda com o Detonautas Roque Clube, também em 2012, na abertura de seu show na Praça Tropicalismo, em Vigário Geral. Em 2013, o grupo se dedicou aos ensaios e gravações em três das oito músicas de própria autoria, com participação de parceiros de outros grupos artísticos do AfroReggae como Joel Dias, guitarrista da Banda AR 21; Lecão, vocalista do  Afro Samba.

Programas de televisão[editar | editar código-fonte]

Conexões Urbanas: O Conexões Urbanas está no ar desde 2008, no canal Multishow, da Globosat. O programa, produzido e dirigido pela produtora de audiovisual do AfroReggae, tem o objetivo de criar elos em um sociedade complexa. Você vai se conectar com os mais recentes pensamentos de sustentabilidade, tecnologia social, cidadania e principalmente paz. Um programa para gerar reflexão e ação.

Órfãos da Violência: Em quatro episódios, Órfãos da Violência retrata, com a sensibilidade necessária, a vida de quatro pessoas depois de enfrentarem grandes perdas. Em formato de documentário, os personagens abrem seu íntimo e revelam como seguiram em frente. Sem esquecer do passado, mas vivendo o presente, Clarissa, Nathalia, Ronaldo e Vera contam suas histórias. O programa conta ainda com depoimento dos jornalistas Zuenir Ventura e Ana Paula Araújo, do economista Sérgio Besserman e da autora Glória Perez.

Papo de Polícia: O programa mostra a realidade do cotidiano policial, desde a tensão das incursões em áreas de conflito, até os momentos mais calmos e pessoais. Assim, a série mostra a força, as convicções, a fé e até as dúvidas de homens e mulheres que escolheram servir e proteger.

A serie foi criada e produzida pela equipe de audiovisual do AfroReggae. O Papo de Polícia foi ao ar em fevereiro de 2011, no Multishow, e trouxe à tona o ponto de vista das forças policiais a partir de personagens complexos e situações intensas. Após quatro temporadas, o programa segue um roteiro aberto misturando depoimentos pessoais e cobertura de operações policiais na linha de frente.

Paixão Bandida: O programa conta histórias reais de pessoas, entre homens e mulheres, que se envolveram no mundo do crime por amor aos seus parceiros (as). Na primeira temporada, em quatro episódios, o público vai conhecer o dia a dia de Dani, Viviane, Renata e Bia; quem são e o que fazem estas mulheres que tiveram suas vidas marcadas por viverem amores perigosos. Já a segunda temporada da série aborda a vida de quatro homens que se envolveram com mulheres ligadas ao crime e que cuidam dos filhos e da casa enquanto suas amadas cumprem pena.

Publicações[editar | editar código-fonte]

InfoReggae: O InfoReggae é uma publicação semanal criado para disseminar conhecimento, estruturar e monitorar as atividades desenvolvidas pela instituição. Lá é publicado conteúdo sobre projetos, grupos artísticos, oficinas do grupo e temas relevantes para gestores públicos e para o terceiro setor. As publicações estão disponíveis para download em PDF, no site oficial da organização.

Coleção Conversas: A Coleção Conversas, da editora AfroReggae, nasce com o desejo de facilitar diálogos que muitas vezes podem parecer impossíveis. Conversar é entrar em mundos diferentes, conhecer novas opiniões e ceder nas suas próprias. Com uma linguagem acessível e interativa, a publicação trata de temas complexos, mas que estão cotidianamente na vida de crianças e jovens, como o racismo, a homofobia, bullying, gravidez na adolescência, drogas, entre outros. Os arquivos estão disponíveis para download em PDF, no site oficial da organização.

Livros: A organização tem publicados dois livros que contam, com visões diferentes, sobre a história do AfrorReggae. No primeiro, com o título Da Favela para o Mundo, José Junior conta histórias, muitas inéditas, dos 13 anos de trabalho do grupo que nasceu em Vigário Geral. O segundo livro, A Cultura É Nossa Arma -  AfrorReggae nas favelas do Rio, Os ingleses Damian Platt e Patrick Neate retratam a vida de pessoas que lutam para mudar a dura realidade das favelas cariocas através da educação, arte e cultura. 

Presta Atenção: A Coleção Presta Atenção é uma cartilha publicada mensalmente sobre temas do cotidiano dos brasileiros. De forma clara e lúdica, queremos chamar a atenção para que simples atitudes possam solucionar problemas que parecem impossíveis. 

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]