João Francisco Lisboa

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 Nota: Este artigo é sobre o escritor e político maranhense. Para o município do estado do Maranhão, veja João Lisboa.
João Francisco Lisboa
João Francisco Lisboa
João Francisco Lisboa
Nascimento 22 de março de 1812
Pirapemas
Morte 26 de abril de 1863 (51 anos)
Lisboa
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Político, historiador, jornalista e escritor
Escola/tradição Romantismo

João Francisco Lisboa (Pirapemas, 22 de março de 1812Lisboa, 26 de abril de 1863) foi um político, historiador, jornalista e escritor brasileiro, a quem a Academia Brasileira de Letras conferiu o patronato da cadeira 18.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Primogênito de João Francisco de Melo Lisboa e Gerardes Rita Gonçalves Nina, fazendo os primeiros estudos em São Luís, interrompidos dos onze aos catorze anos, tempo em que vive na cidade natal. Com a morte do pai, segue novamente para a capital maranhense (1827), onde trabalha no comércio.

Em 1829 dedica-se novamente ao estudo, sendo aluno do afamado professor Francisco Sotero dos Reis, de quem mais tarde se desentende, e torna-se adversário.

Jean Magrou, Monumento em homenagem a João Lisboa em São Luís do Maranhão|São Luís (1918), localizado na Praça João Lisboa.

Exerceu o jornalismo na cidade, então agitada por profundos movimentos revolucionários, e intensa vida cultural e ideológica – tempo em que ocorrem duas revoltas marcantes, a Setembrada (em 1831) e a Balaiada (de 1838 a 1841). Fundou em 1832 o jornal “O Brasileiro”, continuando a pregação interrompida com o fechamento de “Farol Maranhense”, de José Cândido de Morais. Em seguida reedita o “Farol”, que dirige por dois anos. Entre 1834-1836 dirige o “Eco do Norte”, que foi retirado de circulação, assim como o “Farol”.

Deixa, então, o jornalismo, ocupando funções públicas, sendo por três anos secretário de governo. Ingressa na política, concorrendo e ocupando por duas vezes a legislatura provincial.

Em 1838 retoma o jornalismo, participando, como entusiasta do Partido Liberal, da direção de “Crônica Maranhense”, ocasião em que eclodem os movimentos rebeldes no estado. João Lisboa é acusado, sem ter efetivamente culpa, de estar envolvido na Balaiada, o que o fez retirar-se da política por uns tempos, voltando-se para a literatura e à advocacia, como rábula.

Em 1848 retorna à Assembleia Provincial. Em 25 de junho de 1852 lança o “Jornal de Timon” – revista inicialmente mensal (cinco primeiros números) – e que foi publicada até o volume doze. Os dois últimos, feitos em Lisboa. Ali procedeu ataques a outro futuro patrono da Academia, Francisco Adolfo de Varnhagen, criticando-o por seu trabalho na “História do Brasil”, recebendo na capital lusa uma resposta panfletária do cunhado de Varnhagen, que também cuidou de ripostar no “Os Índios Bravos e o Senhor Lisboa” (1867].

Em 1855 foi ao Rio de Janeiro de onde partiu para Portugal, com a missão de reunir ali documentos históricos do Brasil, quando pesquisa também sobre Antônio Vieira. Lisboa já não contava com boa saúde, e veio a falecer ainda na capital portuguesa.

Colaborou na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil[1] (1859-1865) editada em Lisboa.

Casou em 20 de novembro de 1834 com Violante Luísa da Cunha, sem filhos. Criou uma menina, parente da esposa.

Recebeu a alcunha de “Timon Maranhense”, referência ao Jornal de Tímon publicado por ele e que serviu de inspiração para o nome da cidade maranhense de Timon

Seu corpo, trasladado um ano após seu falecimento, foi sepultado no estado natal.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Seus trabalhos, publicados em os jornais e periódicos, foram alvo de compilações posteriores.

  • “Jornal de Timon”, reunidos em dois volumes, (1852-54)
  • Obras de João Francisco Lisboa (com uma notícia biográfica por Antônio Henriques Leal). 4 vols. (1864-1865). (2a ed., acrescida de apêndice de Sotero dos Reis, Lisboa, 1901, 2 vols.);
  • Vida do Padre Antônio Vieira (obra inacabada, publicação póstuma). 5a edição. 1891;
  • Obras escolhidas. Ed. Otávio Tarquínio de Sousa. Rio de Janeiro, 1946, 2 vols;
  • Crônica maranhense, 1969;
  • Crônica Política do Império (Jornal de Timon), 1984.

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Além do patronato na Academia, a cidade maranhense de João Lisboa foi assim batizada em sua memória. Na capital do estado uma praça tem seu nome, ornada por uma estátua representando-o, inaugurada em 1918.

Academia Brasileira de Letras[editar | editar código-fonte]

É patrono da cadeira 18, por escolha de seu primeiro ocupante, José Veríssimo. Diversas publicações da academia relembram sua figura, como o primeiro volume do relançamento da “Coleção Afrânio Peixoto”, de 1986.

Referências

  1. Pedro Mesquita (6 de dezembro de 2013). «Ficha histórica:Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859-1865)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de abril de 2014. Arquivado do original (pdf) em 15 de julho de 2015 

Para saber mais[editar | editar código-fonte]

  • JANOTTI, Maria de Lourdes Menaço. “João Francisco Lisboa - Jornalista e Historiador”, ed. Ática, São Paulo, 1977.
Commons
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
ABL - patrono da cadeira 18
Sucedido por
José Veríssimo
(fundador)