Estação Ferroviária de Tavira
Tavira
| |
---|---|
Linha(s): | Linha do Algarve (PK 371,127) |
Coordenadas: | 37° 07′ 15,41″ N, 7° 39′ 20,67″ O |
Município: | Tavira |
Serviços: | |
Inauguração: | 10 de Março de 1905 |
Website: |
A Estação Ferroviária de Tavira, igualmente conhecida como Estação de Tavira, é uma interface ferroviária da Linha do Algarve, que serve a cidade de Tavira, no Distrito de Faro, em Portugal.
Caracterização
Características e serviços
Em 2004, esta estação detinha a classificação D da Rede Ferroviária Nacional.[1] Em 2007, contava com um serviço de informação ao público.[2] Em 2009, era servida por 3 vias de circulação, tendo a primeira 258 metros de extensão, e a segunda e a terceira 174 metros cada uma; as duas gares detinham 135 e 131 metros de extensão e 50 centímetros de altura.[3]
Em Janeiro de 2011, já se tinham verificado alterações nas plataformas, passando a primeira a apresentar 136 metros de comprimento e 45 centímetros de altura, e a segunda, 133 metros de comprimento e 40 centímetros de altura; não se realizaram quaisquer modificações em termos de comprimento de vias.[4]
Localização e acessos
A estação tem acesso pelo Largo de Santo Amaro, na cidade de Tavira.[5][6]
História
Planeamento, construção e inauguração
Em 12 de Dezembro de 1903, teve lugar a arrematação para, entre outras empreitadas, a construção de uma estação em Tavira, que deveria incluir uma gare coberta e outra descoberta, retretes e uma fossa; esta empreitada tinha o valor de 5.800 Réis.[7]
A estação foi inaugurada em 10 de Março de 1905, como terminal provisório da Linha do Sul; na altura, a interface detinha o grau de 2.ª Classe.[8] A ocasião foi amplamente festejada na cidade, tendo a estação sido enfeitada.[8] O primeiro serviço nesta estação só se efectuou, no entanto, a 19 de Março.[9] Nessa altura, a estação situava-se à entrada da cidade, junto ao entroncamento entre a estrada real e o acesso à localidade de Santo Estêvão; uma avenida foi construída para melhorar o acesso à estação.[8]
Devido ao facto de, desde a sua inauguração, se ter verificado um elevado volume de tráfego de passageiros com Faro, os serviços foram, ainda em 1905, reforçados entre estas duas estações.[10]
Em 1927, esta estação passou para a gestão da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, junto com o resto da Rede do Sul e Sueste dos antigos Caminhos de Ferro do Estado; em 1933, aquela operadora realizou várias obras nesta estação, no âmbito de um programa de reparação e modernização das antigas interfaces do Estado.[11]
Movimento de passageiros e mercadorias
Além do serviço de passageiros, esta estação também serviu de interface para o carregamento e descarregamento de gado, especialmente do tipo suíno, com destino ao Montijo. As descargas, normalmente de gado vindo do Alentejo, aumentavam entre Agosto e Setembro, quando aumentava a população nesta zona, e, consequentemente, a procura nos talhos; o gado carregado nesta estação destinava-se quase por completo para o Montijo.[12]
Além de gado, também se carregava sal, com destino a Aveiro, e trigo, para Faro, Lisboa e outras localidades com moagens. Estas mercadorias eram, normalmente, expedidas em grandes volumes (vagões completos).[13]
As principais mercadorias recebidas foram adubos (especialmente no Outono), palha, materiais de construção (especialmente cimento), papel (originário de Cacia), azeite, arroz e batatas (para o Quartel da Atalaia), e trigo de semente.[14]
Após o início da Primeira Grande Guerra, verificou-se, em geral, uma diminuição do volume de mercadorias expedido desta estação.[13]
Em termos de passageiros, esta estação foi muito utilizada por grupos de veraneantes, que se deslocavam para Monte Gordo; deteve, igualmente, um tráfego de passageiros considerável com Luz de Tavira, Conceição, Cacela, Olhão, Faro e Lisboa.[15]
Século XXI
Em 2007, um protocolo assinado entre a Rede Ferroviária Nacional e a Câmara Municipal de Tavira projectou a eliminação de várias passagens de nível junto à Estação Ferroviária.[16]
Uma proposta de 2008 do Projecto Mobilidade Sustentável, organizado pelo Instituto de Dinâmica do Espaço da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, propôs a construção de uma nova interface rodo-ferroviária em Tavira, junto à actual estação.[17]
Entre Fevereiro e Março de 2009, a Rede Ferroviária Nacional executou diversos trabalhos de remodelação nesta estação.[18]
Ver também
Referências
- ↑ «Directório da Rede Ferroviária Portuguesa 2005». Rede Ferroviária Nacional. 13 de Outubro de 2004: 59, 65
- ↑ «Directório da Rede 2007 - 1.ª Adenda». Rede Ferroviária Nacional. 26 de Junho de 2007: 75, 87
- ↑ «Directório da Rede 2010». Rede Ferroviária Nacional. 22 de Janeiro de 2009. 89 páginas
- ↑ «Directório da Rede 2012». Rede Ferroviária Nacional - REFER, E.P. 6 de Janeiro de 2011. 85 páginas
- ↑ «Ficha de estação: Tavira». Comboios de Portugal. Consultado em 14 de Fevereiro de 2012
- ↑ «Tavira - Linha do Algarve». Rede Ferroviária Nacional. Consultado em 14 de Fevereiro de 2012
- ↑ «Arrematações» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (402). 1 de Dezembro de 1903. 39 páginas. Consultado em 15 de Fevereiro de 2012
- ↑ a b c «Olhão a Tavira» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 18 (412). 16 de Março de 1905. pp. 84, 85. Consultado em 15 de Fevereiro de 2012
- ↑ Marques, 1999:391
- ↑ «Linhas Portuguezas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 18 (423). 1 de Agosto de 1905. 235 páginas. Consultado em 15 de Fevereiro de 2012
- ↑ «Rêde do Sul e Sueste» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1127). 1 de Dezembro de 1934. pp. 593, 594. Consultado em 12 de Setembro de 2012
- ↑ Cavaco (1976:I), p. 167
- ↑ a b Cavaco (1976:II), p. 438
- ↑ Cavaco (1976:II), p. 439
- ↑ Cavaco (1976:II), p. 436-438
- ↑ VIEGA, Domingos (26 de setembro de 2007). «Cinco passsagens de nível a eliminar». Expresso. Consultado em 15 de Fevereiro de 2012
- ↑ «RELATÓRIO DE PROPOSTAS» (PDF). Instituto de Dinâmica do Espaço – FCSH/UNL. Novembro DE 2008. 100 páginas. Consultado em 21 de Março de 2010 [ligação inativa] Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ «Directório da Rede 2009». Rede Ferroviária Nacional. 3 de Abril de 2008. 103 páginas
Bibliografia
- CAVACO, Carminda (1976). O Algarve Oriental. As Vilas, O Campo e o Mar. I. Faro: Gabinete de Planeamento da Região do Algarve. 204 páginas Parâmetro desconhecido
|volumes=
ignorado (|volume=
) sugerido (ajuda) - CAVACO, Carminda (1976). O Algarve Oriental. As Vilas, O Campo e o Mar. II. Faro: Gabinete de Planeamento da Região do Algarve. 204 páginas Parâmetro desconhecido
|volumes=
ignorado (|volume=
) sugerido (ajuda) - MARQUES, Maria da Graça Maia; et al. (1999). O Algarve da Antiguidade aos Nossos Dias. Elementos para a sua História. Lisboa: Edições Colibri. 750 páginas. ISBN 972-772-064-1