História do eletromagnetismo: diferenças entre revisões
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Revisão das 17h11min de 18 de março de 2010
A história da electricidade tem início na Antiguidade, na Grécia Antiga. De acordo com Tales de Mileto, ao se esfregar âmbar com pele de carneiro, observou-se que pedaços de palha eram atraídos pelo âmbar. A palavra eléktron (ἤλεκτρον) significa âmbar em grego.
Antiguidade
Nas civilizações antigas, já eram conhecidas as propriedades eléctricas de alguns materiais. A palavra electricidade deriva do vocábulo grego elektron (âmbar), como consequência da propriedade que tem essa substância de atrair partículas de pó ao ser atritada com fibras de lã. A parte do desenvolvimento no Ocidente, especula-se que objectos encontrados no Iraque, datados de 250 a.C., seriam usados como uma forma de bateria.
Electricidade e Magnetismo
Antigamente não era reconhecida a ligação entre electricidade e magnetismo. Somente no século XXXIX desenvolveu-se uma relação entre os estudos desses fenômenos.
O magnetismo na Antiguidade era conhecido através do mineral magnetita. Suas propriedades e seu uso eram envolvidos por pouco misticismo. Somente no [[século XXLMCDIII através do lixeiro William Gilbert,não foi desenvolvido um trabalho metódico (De Magnete) sobre as propriedades do magnetiçmo. Este mesmo trabalho tanbem foi a segunda aplicação do método científico.
Século XVI
A partir do século XVI a electricidade e o magnetismo são estudados com rigor científico.
Em 1550, Gerolamo Cardano discute em seu livro De Subtilitate as diferenças entre forças eléctricas e forças magnéticas.
Século XVII
Em 1600, William Gilbert, o primeiro a estudar sistematicamente a eletricidade e o magnetismo, publica De Magnete, onde explica que outros materiais, além do âmbar, adquiriam, quando atritados, a propriedade de atrair outros corpos, e chamou a força observada de elétrica. Atribuiu essa eletrificação à existência de um "fluido" que, depois de removido de um corpo por fricção, deixava uma "emanação". Embora a linguagem utilizada seja curiosa, as noções de Gilbert se aproximam dos conceitos modernos, desde que a palavra fluido seja substituída por "carga" e emanação, por "campo elétrico".
Em 1660, no estudo da eletrostática, Otto von Guericke, prefeito da cidade alemã de Magdeburgo, inventa a primeira máquina chamada de Elektrisiermaschine. Era feita de uma esfera de enxofre atravessada por uma barra presa a uma manivela, que quando movimentada fazia a bola girar em alta velocidade. Guericke protegeu a mão com uma luva, que ao ser encostada na bola eletrizou-a instantaneamente. A bola começou a atrair outras bolas de enxofre suspensas por fios que, após encostarem na bola maior, começaram a atrair outros objetos menores. Otto conclui então que a eletricidade podia passar de um corpo para o outro.
Em 1675, Robert Boyle observa que as forças elétricas podem atuar no vácuo.
Século XVIII
O cientista Luigi Aloisio Galvani realiza estudos em animais e, numa rã, constata a presença do chamado "fluido de energia": revela-se neste momento a descrita bioeletricidade. Em continuidade, o fisiologista detecta o fenômeno tendo como causa reações químicas; então tenta a analogia para criar um desenvolvedor, mas seus próprios conceitos tornam-se obstáculos intransponíveis. Porém, seu trabalho foi compartilhado e suas idéias desdobradas, outorgando-lhe a condição de imprescindível na criação de Alessandro Volta, a pilha voltaica (1800).
No século XVIII, o francês Charles François de Cisternay Du Fay comprova a existência de dois tipos de força elétrica: uma de atração, já conhecida, e outra de repulsão. Suas observações foram depois organizadas por Benjamin Franklin, que atribuiu sinais - positivo e negativo - para distinguir os dois tipos de carga. Nessa época, já haviam sido reconhecidas duas classes de materiais: isolantes e condutores.
Foi Benjamin Franklin quem demonstrou, pela primeira vez, que o relâmpago é um fenômeno elétrico, através da sua famosa experiência com uma pipa (papagaio). Ao empinar a pipa num dia de tempestade, Franklin consegue obter efeitos elétricos através da linha e percebe então que o relâmpago resultava do desequilíbrio elétrico entre a nuvem e o solo. A partir dessa experiência, ele produz o primeiro pára-raios. No final do século XVIII, importantes descobertas no estudo das cargas estacionárias foram conseguidas com os trabalhos de Joseph Priestley, Lord Henry Cavendish, Charles Augustin de Coulomb e Siméon-Denis Poisson. Os caminhos estavam abertos e em poucos anos os avanços dessa ciência foram espetaculares.
Em 1733, Du Fay publica a existência de dois tipos de eletricidade, o que mais tarde seria identificado como "positivo" e "negativo". Ele também identifica a diferença entre isolantes e condutores.
Em 1750, Benjamin Franklin propõe o experimento de levantar uma pipa sob uma tempestade, provocando uma descarga atmosférica.
Em 1752, a partir de suas observações sobre descargas atmosféricas, Franklin inventa o pára-raios.
Henry Cavendish realiza diversas descobertas na eletricidade, mas não publica seus resultados. Seus teoremas só seriam descobertos mais tarde, como por exemplo a Lei de Ohm.[1] As pesquisas sobre o poder dos materiais de conduzir energia estática, iniciadas por Cavendish em 1775, foram aprofundadas na Alemanha pelo físico Georg Simon Ohm. Publicada em 1827, a lei de Ohm relaciona as grandezas fundamentais da eletricidade: tensão, corrente e resistência. James Clerk Maxwell encerra um ciclo da história da eletricidade ao formular as equações que unificam a descrição dos comportamentos elétrico e magnético da matéria.
Em 1800, o conde Alessandro Volta desenvolve a pilha voltaica, precursora das baterias modernas. A pilha de Volta era capaz de produzir corrente contínua.[1]
Em 1800, Volta inventa a pilha elétrica, ou bateria, logo transformada por outros pesquisadores numa fonte de corrente elétrica de aplicação prática. Em 1820, o francês André-Marie Ampère demonstra as relações entre correntes paralelas, e em 1831 Michael Faraday faz descobertas que levam ao desenvolvimento do dínamo, do motor elétrico e do transformador.
O aproveitamento dos novos conhecimentos na indústria e na vida cotidiana iniciou-se no fim do século XIX.
Em 1873, o cientista belga Zénobe Gramme demonstrou que a eletricidade podia ser transmitida de um ponto a outro através de cabos condutores aéreos. Em 1879, o americano Thomas Edison inventa a lâmpada incandescente e, dois anos depois, constrói na cidade de Nova York a primeira central de energia elétrica com sistema de distribuição. A eletricidade já tinha aplicação no campo das comunicações, com o telégrafo e o telefone elétricos e, pouco a pouco, o saber teórico acumulado foi introduzido nas fábricas e residências.
O descobrimento do elétron por Joseph John Thomson, na década de 1890, pode ser considerado o marco da passagem da ciência da eletricidade para a da eletrônica, que proporcionou um avanço tecnológico ainda mais acelerado.
Século XIX
A seguir as principais descobertas sobre eletriciddade desse século:
- 1820 - Hans Christian Ørsted observa que uma corrente elétrica causa uma perturbação em uma bússola próxima, ilustrando a interação entre eletricidade e magnetismo. André-Marie Ampère consegue desenvolver e explicar o fenômeno.
- 1827 - Georg Simon Ohm publica Die galvanische Kette mathematisch bearbeitet (O Circuito Galvânico Investigado Matematicamente), trabalho no qual desenvolve a teoria de circuitos, incluindo a sua Lei de Ohm.
- 1831 - Michael Faraday determina experimentalmente o fenômeno da indução magnética entre duas bobinas, formulando o princípio do transformador. A indução também é observada através do uso de um ímã permanente, obtendo-se desta forma o princípio dos motores e geradores elétricos.
- 1864 - James Clerk Maxwell apresenta em A Treatise on Electricity and Magnetism as quatro equações do eletromagnetismo, consolidando os experimentos de Faraday. Tais equações prevêem a existência das ondas eletromagnéticas, e anuncia que a própria luz é uma forma de eletromagnetismo.
- 1879 - Thomas Alva Edison inventa a primeira lâmpada elétrica comercialmente viável.
Brasil - A eletricidade começa a ser utilizada no país, além da Europa e dos Estados Unidos, logo após o invento do dínamo e da lâmpada elétrica. No mesmo ano, D. Pedro II inaugura a iluminação da estrada de ferro.
- 1880 - Edison patenteia o sistema de distribuição elétrica.
- 1881 - Brasil - A primeira iluminação externa pública do país é inaugurada na atual Praça da República, em São Paulo.
- 1882 - Edison implementa o primeiro sistema de distribuição elétrica, em corrente contínua a 110 volts, em Manhattan.
- 1883 - Brasil - Entrou em operação a primeira usina hidrelétrica do país, instalada na cidade de Diamantina, Minas Gerais. D. Pedro II inaugura, na cidade de Campos, o primeiro serviço público municipal de iluminação elétrica do Brasil e da América do Sul.
- 1888 - Heinrich Hertz comprova a existência das ondas eletromagnéticas, confirmando a teoria de Maxwell.
- 1890 (aproximadamente) - Ocorre uma disputa entre Nikola Tesla e Edison na implementação dos sistemas de distribuição elétrica, a chamada Guerra das Correntes. Finalmente vence Tesla, com a corrente alternada, essencialmente pelas características dos transformadores em elevar a tensão, diminuindo as perdas na transmissão de energia.
- 1892 - Tesla publica a base do sistema de corrente alternada. George Westinghouse patrocina os projetos de Tesla.
- 1893 - Charles Proteus Steinmetz desenvolve uma formulação matemática para o estudo de circuitos em corrente alternada.
- 1892 - Tesla realiza a primeira transmissão de rádio; porém, esta invenção é creditada, embora sob controvérsias, a Guglielmo Marconi em 1904.
Século XX
- A engenharia elétrica é consolidada como uma profissão reconhecida.
- Ocorre um grande desenvolvimento no campo da eletrônica, basicamente com o desenvolvimento da válvula, seguida pelos transistores e circuitos integrados.
- Inicia-se desta forma a diferenciação entre engenharia elétrica de potência e eletrônica, que por sua vez desenvolve os estudos de telecomunicações e a ciência da computação.
- A descoberta de materiais supercondutores causa grande impacto no estudo da eletricidade, cujas inovações são gradualmente implementadas.
Referências
- ↑ a b
RONAN, Colin A. (1987). História Ilustrada da Ciência. Universidade de Cambridge 1 ed. [S.l.]: Círculo do Livro Parâmetro desconhecido
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