Imigração angolana em Portugal
Angolano-portugueses |
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População total |
162 604 (2011)[1] |
Regiões com população significativa |
Lisboa[2] |
Línguas |
Português |
Religiões |
Angolano-português ou luso-angolano é um português que possui ascendência angolana ou um angolano que reside em Portugal. A imigração angolana em Portugal é a segunda maior do grupo de imigrantes africanos no país, ficando atrás apenas dos cabo-verdianos.[3] As estatísticas oficiais de 2006 mostraram que havia 28 854 residentes angolanos a viver legalmente em Portugal.[4] No entanto, este número é provavelmente uma subestimação do verdadeiro tamanho da comunidade, já que não conta os imigrantes ilegais e as pessoas de origem angolana que possuem a cidadania portuguesa.[3]
História da migração
[editar | editar código-fonte]O fluxo de migração em larga escala de Angola para Portugal teve início na década de 1970, na época da independência de Angola.[5] Contudo, este fluxo do início consistia em grande parte dos retornados, os portugueses nascidos nas antigas colónias em África. A maior parte dos imigrantes multirraciais ou negros veio depois.[2] Após o acordo de paz de 2002 que encerrou a Guerra Civil Angolana, muitos imigrantes angolanos que residiam em Portugal regressaram a Angola. Em 2003, as estatísticas da Embaixada da República de Angola em Portugal mostraram que entre 8 000 e 10 000 pessoas já haviam retornado, e que 400 pessoas estavam a ir embora de avião de Portugal para a capital angolana, Luanda semanalmente.[6] Todavia, as estatísticas do Instituto Nacional de Estatística mostraram que população angolana residente que vivia legalmente em Portugal não diminuiu entre 2001 e 2003, mas cresceu 12.6% (de 22 751 para 25 616 pessoas).[4]
Cultura
[editar | editar código-fonte]Os imigrantes angolanos em Portugal não têm uma cultura particularmente homogénea. No entanto, os dois elementos importantes da sua identidade comum autodescrita são o calor humano e a convivência, parte da "hospitalidade" e "solidariedade" africana, que eles sentem que é uma importante diferença entre as relações sociais angolanas e portuguesas.[7]
Os imigrantes angolanos em Portugal tiveram uma influência significativa sobre a popularização do estilo musical kuduro.[8] As representações cinematográficas incluem o filme de 1998 Zona J, realizado por Leonel Vieira.[9]
Referências
- ↑ «Revista de Estudos Demográficos». Instituto Nacional de Estatística (53). 2014: 100. ISSN 1645-5657
- ↑ a b Øien 2007, p. 24
- ↑ a b Øien 2007, pp. 26–27
- ↑ a b INE 2007, p. 1
- ↑ Grassi 2007, p. 74
- ↑ de Queiroz, Mario (4 de março de 2003). «Angola: Thousands Return from Portugal to a Homeland at Peace» (em inglês). Inter Press Service. Consultado em 5 de Junho de 2016. Arquivado do original em 11 de Setembro de 2016
- ↑ Øien 2007, p. 25
- ↑ Solon, Dermot (16 de fevereiro de 2009). «Buraka Som Sistema». Analogue Magazine (em inglês). Consultado em 5 de junho de 2016. Arquivado do original em 22 de fevereiro de 2012
- ↑ Ferreira 2007, p. 49
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Ferreira, Caroline Overhoff (Maio de 2007), «No future – The Luso-African generation in Portuguese Cinema», Studies in European Cinema (em inglês), 4 (1): 49–60, doi:10.1386/seci.4.1.49_1
- Grassi, Marzia (2007), «Práticas, formas e solidariedades da integração de jovens de origem angolana no mercado de trabalho em Portugal» (PDF), Economia Global e Gestão, 12 (3): 71–91
- Øien, Cecilie (2007), «The Angolan diaspora in Lisbon: An introduction» (PDF), Economia Global e Gestão (em inglês), 12 (3): 23–33
- «População Estrangeira em Portugal», Instituto Nacional de Estatística, Destaque: Informação à Comunicação Social, 13 de dezembro de 2007
Leitura adicional
[editar | editar código-fonte]- Cabecinhas, Rosa; Lorenzi-Cioldi, Fabio; Novelle, Anne Dafflon (2003), «Direct and indirect assessment of group homogeneity perceptions in a natural group setting» (PDF), Psicologia, ISSN 0874-2049 (em inglês), 17 (2). A study of Angolan migrants in Portugal, their self-perception, and their perception by Portuguese people.
- Grassi, Marzia (2007), «Introdução teórica e metodológica ao projecto "Angola em Movimento: sociabilidades e trocas económicas informais"» (PDF), Economia Global e Gestão, 12 (3): 9–22
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Angolans in Portugal», especificamente desta versão.