Joaquim Bonifácio do Amaral

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Joaquim Bonifácio do Amaral
Joaquim Bonifácio do Amaral
Nascimento 3 de setembro de 1815
Campinas, SP
Morte 6 de novembro de 1884 (69 anos)
Campinas, SP
Nacionalidade  Brasil
Ocupação político e agricultor

Joaquim Bonifácio do Amaral, barão e visconde de Indaiatuba (Campinas, 3 de setembro de 1815Campinas, 6 de novembro de 1884) foi um fazendeiro e político brasileiro. Abolicionista e fazendeiro de café, em Campinas, introduziu, na sua Fazenda Sete Quedas, o trabalho livre em 1852, para o qual contratou trabalhadores brasileiros e também colonos alemães e do Tirol[1].

Família[editar | editar código-fonte]

Filho de José Rodrigues Ferraz do Amaral e de Ana Matilde de Almeida Pacheco, casou-se com sua sobrinha Ana Guilhermina Pompeu do Amaral com quem teve uma filha, Elisma do Amaral, que se casou com António Egídio de Sousa Aranha (1838-1859), filho de Francisco Egídio de Sousa Aranha e de Maria Luzia de Sousa Aranha, viscondessa de Campinas. Bisavô de Olavo Egydio de Sousa Aranha Júnior, cofundador do multimilionário Grupo Monteiro Aranha.

O solar no qual viveu em Campinas ainda existe, na Rua Barão de Jaguara.[2]

Política[editar | editar código-fonte]

Pertenceu a Cavalaria da Guarda Nacional[3], tendo participado da Batalha da Venda Grande em 7 de junho de 1842 contra os revoltosos liberais.[4] Em 1882 foi um dos responsáveis pelo translado dos mortos de Campinas na Revolução Liberal de 1842 para um cemitério público.[5]

Foi líder Partido Liberal, eleito vereador em 1849 e depois vice-governador de São Paulo.[4]

Foi um dos fundadores de loja Maçônica Independência, em 19 de maio de 1869, da qual foi depois venerável mestre[6] e do Colégio Culto à Ciência[3][7].

Participou do Clube da Lavoura da cidade de Campinas[3].

Em 1874 foi autorizado por força de um decreto a importar e estabelecer até mil colonos, em fazendas de sua propriedade.[8] E como abolicionista em 31 de dezembro de 1875 se antecipando a Lei Áurea, deu liberdade aos seus 130 escravos, oferecendo-lhes emprego regular remunerado.[9][10]

Hospedou D. Pedro II em seu solar em duas ocasiões, na inauguração da linha da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro aonde teve importante participação[3][11], em 1875, e três anos mais tarde, durante sua excursão pelo interior da província, no município de Amparo, onde, na Fazenda Salto Grande, repetiu as experiências de trabalho livre europeu.

Reconhecimentos[editar | editar código-fonte]

Agraciado por D. Pedro II barão em 16 de fevereiro de 1876[12] fato esse que não foi bem recebido na época por ter sido considerado um título de menor importância face a relevância do fazendeiro paulista cheio de serviços a causa pública. Recebeu o título de visconde, em 19 de julho de 1879. Era cavaleiro e oficial da Imperial Ordem da Rosa.

Joaquim Bonifácio do Amaral em 1887 foi homenageado quando uma das praças do centro de Campinas recebeu o nome de Praça Visconde de Indaiatuba.[13]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Nobreza de Portugal e do Brasil. Zuquete, Afonso Eduardo Martins. Editorial Enciclopédia Ltda. Lisboa - 1961, volume III, pág. 616.

Referências

  1. «Terras ocupadas pelo Swiss Park Campinas trazem na sua história os áureos tempos da produção agrícola e o pioneirismo do Visconde de Indaiatuba». Swiss Park. Consultado em 2 de março de 2018 
  2. «Bens tombados, Solar do Visconde de Indaiatuba». Prefeitura de Campinas. Consultado em 2 de março de 2018 
  3. a b c d FARJALLAT, Célia Siqueira (25 de abril de 2001). «Bate-papo Campinas». Correio Popular Campinas. Consultado em 7 de março de 2018 
  4. a b «Porcelana Visconde de Inadaituba». Dargent Leiloes. Consultado em 7 de março de 2018 
  5. «O combate de Venda Grande». CCLA - Centro de Ciências, Letras e Artes. 9 de setembro de 2014. Consultado em 7 de março de 2018 
  6. Francisco Stolf Netto. «A Independência na Educação». Loja Maçônica Independência. Consultado em 2 de março de 2018 
  7. «Collegio Culto á Sciencia». O Estado de São Paulo. 13 de abril de 1934. Consultado em 7 de março de 2018 
  8. Poder Executivo Federal. «Decreto nº 5592 de 11/04/1874». Portal de Legislação. Consultado em 2 de março de 2018 
  9. Gazeta (8 de janeiro de 1876). «Noticiáio Campinas». A Província de São Paulo. Consultado em 8 de março de 2018 
  10. «O plantão que trabalha». IG Paulista. 29 de dezembro de 2013. Consultado em 6 de março de 2018. 31 de dezembro de 1875, dia de glória! Treze anos antes da Lei Áurea, Joaquim Bonifácio do Amaral dá liberdade aos seus 130 escravos, oferecendo-lhes emprego regular remunerado. Em Campinas, não por acaso. 
  11. «Conheça a nossa história». Cultura Artística Campinas. Consultado em 7 de março de 2018 
  12. «Notícia». A Província de São Paulo. 14 de março de 1876. Consultado em 8 de março de 2018 
  13. «Praça Visconde de Indaiatuba» (PDF). Memorial da Resistência de São Paulo, São Paulo. 2017. Consultado em 7 de março de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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