Jude the Obscure

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Jude the Obscure (br: Judas, o Obscuro[1]) é um romance de Thomas Hardy, que começou como um folhetim em dezembro de 1894 e foi publicado pela primeira vez em livro em 1895. É o último romance completo de Hardy. Seu protagonista, Jude Fawley, é um jovem da classe trabalhadora, um pedreiro, que sonha em se tornar um estudioso. O outro personagem principal é sua prima, Sue Bridehead, que também é seu principal interesse amoroso. O romance trata principalmente de questões de classe, educação, religião, moralidade e casamento.[2]

Jude the Obscure
Jude, o obscuro (BR)
Jude the Obscure.jpg
Capa de Jude the Obscure
Autor(es) Thomas Hardy
Idioma Língua inglesa
Assunto  Reino Unido
Género Novela
Gênero Moralismo, Casamento, Igreja
Editora Osgood, McIlvaine, & Co.
Lançamento 1895
Páginas 528
Edição brasileira
Tradução Caetano W. Galindo
Editora Companhia das Letras
Lançamento 2019
Páginas 400
ISBN 8535932097

Enredo[editar | editar código-fonte]

O romance conta a história de Jude Fawley, que mora em uma vila no sul da Inglaterra (parte do condado fictício de Wessex, criado por Hardy), que deseja ser estudioso em "Christminster", uma cidade inspirada em Oxford. Quando jovem, Jude aprende de maneira autodidata grego clássico e latim em seu tempo livre, enquanto trabalhava primeiro na padaria de sua tia-avó, com a esperança de ingressar na universidade. Mas antes que ele possa tentar fazer isso, o ingênuo Jude é seduzido por Arabella Donn, uma garota local bastante grosseira, moralmente relaxada e superficial.

Foto da High Street, Oxford, 1890–1900

Temas[editar | editar código-fonte]

O romance explora vários problemas sociais na Inglaterra vitoriana, especialmente aqueles relacionados às instituições do casamento, da Igreja e da educação. Esses temas são desenvolvidos principalmente pelo uso de contraste de Hardy. Por exemplo, no início de seu relacionamento, a fé cristã de Jude contrasta com o ceticismo religioso de Sue, um contraste que é ainda mais acentuado pela posterior inversão de papéis. Embora os personagens centrais representem ambas as perspectivas, o romance como um todo é firmemente crítico ao cristianismo e às instituições sociais em geral.[3]

Escrita[editar | editar código-fonte]

Por volta de 1887, Hardy começou a fazer anotações de uma história sobre as tentativas frustradas de um trabalhador de frequentar a universidade, talvez inspirada em parte pelo fracasso escolar e pelo suicídio de seu amigo Horace Moule.[4] De dezembro de 1894 a novembro de 1895, uma versão reduzida do romance foi publicada na Harper's New Monthly Magazine, originalmente sob o título "The Simpletons", então "Hearts Insurgent". Em 1895, o livro foi publicado em Londres sob o seu título atual, Jude the Obscure (datado de 1896). Em seu Prefácio à primeira edição, Hardy fornece detalhes da história da concepção e da escrita do romance, alegando que certos detalhes foram inspirados pela morte de uma mulher (provavelmente sua prima, Tryphena Sparks) em 1890.[5]

Análises[editar | editar código-fonte]

Jude the Obscure recebeu uma recepção severa de alguns críticos escandalizados. Entre os críticos estava Walsham How, bispo de Wakefield; Hardy mais tarde afirmou que o bispo havia queimado seu livro.[6] Foi sugerido que a crítica negativa foi a razão pela qual Hardy parou de escrever romances depois de Jude, mas o poeta C. H. Sisson descreve essa "hipótese" como "superficial e absurda".[7]

D. H. Lawrence, um admirador de Hardy, ficou intrigado com o personagem de Sue Bridehead e tentou analisar sua sexualidade conflituosa em seu "Estudo de Thomas Hardy" em 1914.[8]

O crítico marxista Terry Eagleton, em sua introdução a uma edição de 1974 do texto, refuta a leitura convencional do romance como "a tragédia de um menino camponês excedente", examinando o contexto social do texto e propondo-o como um conflito entre ideal e realidade.[9]

O pesquisador, Aaron Matz, fez um estudo em que analisou todo o humor trágico e irônico embutido no livro de Thomas Hardy.[10]

Adaptações[editar | editar código-fonte]

O livro foi adaptado para:

Referências

  1. «Kit TAG Curadoria maio/19 -». Companhia das Letras. Consultado em 9 de maio de 2020 
  2. Souza, Ana (2016). «Estudo sob a representação da tradição e da modernidade rural em Tess of the D"ubervilles, de Thomas Hardy» (PDF). Universidade de São Paulo (Tese). Consultado em 9 de maio de 2020 
  3. Junior, Antonio (2019). Ao leitor. Rio Grande do Sul: Companhia das Letras. pp. 30 – 31 
  4. Pinion, F. B. (1968). A Hardy Companion: A Guide to the Works of Thomas Hardy. [S.l.]: Palgrave Macmillan. 52 páginas 
  5. Smikin, John (1997). «Tryphena Sparks». Spartacus Educational. Consultado em 9 de maio de 2020 
  6. Slack, Robert C. (março de 1957). «The Text of Hardy's Jude the Obscure». Nineteenth-Century Fiction. 11 (4): 261–275. doi:10.1525/ncl.1957.11.4.99p0309z. Consultado em 9 de maio de 2020 
  7. Church, Alonzo (1972). «David Crystal. Linguistics. Penguin Books Ltd., Harmondsworth, Middlesex, and Penguin Books, Inc., Baltimore, Maryland, 1971, 267 pp. - Frank Palmer. Grammar. Penguin Books Ltd., Harmondsworth, Middlesex, and Penguin Books, Inc., Baltimore, Maryland1971, 200 pp.». Journal of Symbolic Logic. 37 (2): 420–420. ISSN 0022-4812. doi:10.2307/2273017. Consultado em 9 de maio de 2020 
  8. Lawrence, D. H.; H, Lawrence D. (25 de julho de 1985). Study of Thomas Hardy and Other Essays (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press 
  9. Eagleton, Terry (1974). Introduction. [S.l.]: MacMillan. 10 páginas 
  10. Matz, Aaron (2006). «Terminal Satire and "Jude the Obscure"». ELH. 73 (2): 519–547. ISSN 0013-8304 
  11. Jude the Obscure, consultado em 9 de maio de 2020 
  12. Jude (1996) (em inglês), consultado em 9 de maio de 2020 
  13. «Jude» (em inglês). Burning Coal Theatre Company. Consultado em 9 de maio de 2020 
  14. «Michael Ian Black Is Back, All Right!» (em inglês). NPR. 15 de fevereiro de 2020. Consultado em 9 de maio de 2020