Leandro Gomes de Barros

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Leandro Gomes de Barros
Leandro Gomes de Barros
Fotografia de Leandro Gomes de Barros (início do século XX)
Nascimento Leandro Gomes de Barros
19 de novembro de 1865
Morte 4 de março de 1918 (52 anos)
Recife
Nacionalidade brasileiro
Ocupação poeta, cordelista
Movimento literário Movimento Armorial, literatura de cordel

Leandro Gomes de Barros (Pombal, 19 de novembro de 1865Recife, 4 de março de 1918) foi um poeta de literatura de cordel brasileiro.[1]

Em 19 de novembro é comemorado o "Dia do Cordelista", em homenagem ao nascimento de Leandro Gomes de Barros.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

É considerado como o primeiro escritor brasileiro de literatura de Cordel, tendo escrito aproximadamente 240 obras. No seu tempo, era cognominado "O Primeiro sem Segundo",[3] e ainda é considerado o maior poeta popular do Brasil de todos os tempos, autor de vários clássicos e campeão absoluto de vendas, com muitos folhetos que ultrapassam a casa dos 3 milhões de exemplares vendidos.

Compôs obras-primas que eram utilizadas em obras de outros grandes autores, como por exemplo Ariano Suassuna que em sua peça Auto da Compadecida, se inspirou em dois de seus folhetos: "O Dinheiro", também chamado de "O testamento do cachorro" e "O cavalo que defecava dinheiro".[4][5][3]

Depois de fundar uma pequena gráfica, em 1906, seus folhetos se espalharam pelo Nordeste, sendo considerado por Câmara Cascudo o mais lido dos escritores populares.[6]

Em 1909, Leandro Gomes de Barros publicou seus poemas na seção "Lyra Popular" no jornal O Rebate de Juazeiro do Norte, Ceará.[7][8]

Inspirado em poemas medievais, escreveu o romance Batalha de Oliveiros contra Ferrabrás, inspirado nos romances de cavalaria conhecidos como Ciclo Carolíngio ou Matéria de França.[9][10]

Segundo Carlos Drummond de Andrade, Leandro Gomes de Barros foi "o rei da poesia do sertão e do Brasil".[11]

Segundo Permínio Ásfora, teria sido preso no ano de 1918 porque o chefe de polícia considerou afronta às autoridades alguns dos versos da obra O Punhal e a Palmatória, trama que tratava de um senhor de engenho assassinado por um homem em quem teria dado uma surra e deixando-o sangrando os olhos.

Sebastião Nunes Batista, no entanto, em Antologia da Literatura de Cordel (Fundação José Augusto, Natal, 1977)[12] dá como causa da morte do cordelista a gripe espanhola (influenza).

É o patrono da cadeira numero um da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.

A estrofe considerada desrespeitosa de O Punhal e a Palmatória é:

Leandro morreu dia 4 de março de 1918, vitimado pela gripe espanhola, em Recife aos 52 anos.

Obras[editar | editar código-fonte]

Capa do famoso cordel: Batalha de Oliveiros com Ferrabraz, edição de 1913.
  • O cachorro dos mortos
  • O cavalo que defecava dinheiro
  • História de Juvenal e o Dragão
  • História do Boi Misterioso
  • Batalha de Oliveiros com Ferrabrás
  • Branca de Neve e o Soldado Guerreiro
  • A Confissão de Antônio Silvino
  • A Vida de Pedro Cem
  • Os Sofrimentos de Alzira
  • Como Antônio Silvino Fez o Diabo Chocar
  • História de João da Cruz
  • Vida e Testamento de Cancão de Fogo
  • A Mulher Roubada
  • Suspiros de um Sertanejo
  • O soldado Jogador
  • Donzela Teodora


Referências

  1. Biografia na Fundação Casa de Rui barbosa
  2. Dia do Cordelista
  3. a b Casarin, Rodrigo (novembro de 2015). «O príncipe dos poetas brasileiros». Aventuras na História (148): 48-51 
  4. «"O auto da Compadecida" – Resumo da obra de Ariano Suassuna». Guia do Estudante. Consultado em 4 de março de 2021 
  5. Haurélio, Marco. Breve História da Literatura de Cordel. [S.l.: s.n.] 
  6. Leandro Gomes de Barros, o Príncipe dos Poetas
  7. «Liras populares - Verso». Diário do Nordeste. Consultado em 9 de dezembro de 2019 
  8. O cordel do Juazeiro
  9. «A batalha de Oliveiros com Ferrabrás: cordel clássico em quadrinhos - UNIVERSO HQ». UNIVERSO HQ - Desde 2000, a sua referência em quadrinhos!. 30 de junho de 2011. Consultado em 4 de março de 2021 
  10. Luzdalva S. Magi (2014). «Das cantigas trovadorescas ao cordel». Editora Escala. Conhecimento Prático Literatura (54): 44-49. ISSN 1984-3674 
  11. Pernambuco, Diario de; Pernambuco, Diario de (15 de setembro de 2015). «O fogo encantado do cordel toma conta do Museu Cais do Sertão». Diario de Pernambuco. Consultado em 4 de março de 2021 
  12. BATISTA. Sebastião Nunes, Antologia da Literatura de Cordel. Natal; Fundação José Augustol, 1977

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Wikisource Textos originais no Wikisource