Lusitanos: diferenças entre revisões
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Os lusitanos foram considerados pelos historiadores, como sendo hábeis na luta de guerrilhas, num determinado acontecimento quando chefiados por [[Viriato]], livraram-se do cerco de [[Vetílio]] e perseguiram-no até ao desfiladeiro da Serra de Ronda, onde dispersaram as tropas romanas. |
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É referido também que os lusitanos tinham o hábito de untar o corpo, tomavam banhos de vapor, lançando água sobre pedras ao rubro, e tomavam em seguida um banho frio e que comiam apenas uma vez por dia. |
É referido também que os lusitanos tinham o hábito de untar o corpo, tomavam banhos de vapor, lançando água sobre pedras ao rubro, e tomavam em seguida um banho frio e que comiam apenas uma vez por dia. |
Revisão das 15h04min de 24 de abril de 2009
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/41/Mapa_de_Portugal_tribos_principais.png/200px-Mapa_de_Portugal_tribos_principais.png)
Os lusitanos constituíam um conjunto de povos de origem indo-europeia, habitando a porção oeste da Península Ibérica (hoje grande parte de Portugal e da Extremadura espanhola).
A figura mais notável entre os lusitanos foi Viriato, um dos seus líderes no combate aos romanos. Outros líderes conhecidos eram Punicus, Cæsarus, Caucenus, Curius, Apuleius, Connoba e Tantalus.
Origem
Os antepassados dos lusitanos compunham um mosaico de diferentes tribos que habitaram Portugal e a Extremadura espanhola desde o Neolítico. Não se sabe ao certo a origem destas tribos, mas é provável que fossem oriundas dos alpes suíços ou mesmo nativas de Portugal. Miscigenaram-se parcialmente com os invasores celtas, dando origem aos lusitanos.
Entre as numerosas tribos que habitavam a Península Ibérica quando chegaram os romanos, encontrava-se, na parte ocidental, a dos lusitani, considerada por alguns autores a maior das tribos ibéricas, com a qual durante muitos anos lutaram os romanos.[1][2]
Tribos
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
Povos (populi) que constituíam os Lusitanos (Lusitani):
- Igaeditani
- Lancienses Oppidani
- Tapori
- Coilarni ou Colarni
- Lancienses Transcudani
- Aravi
- Meidubrigenses
- Arabrigenses
- Paesures
Estes são os povos descritos, na Ponte de Alcântara (CIL II 760).
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/33/Bronce_Alcantara.jpg/250px-Bronce_Alcantara.jpg)
As principais inscrições foram feitas em território português em Lomas de Moledo e Cabeço das Fráguas; a outra inscrição procede de Arroyo de Cáceres (Extremadura, Espanha). Como exemplo segue-se a inscrição de Cabeço das Fráguas do século III d.C.:
OILAM TREBOPALA
INDI PORCOM LAEBO
REVE TRE[...]
COMMAIAM ICCONA LOIM
INNA OILAM VSSEAM
TREBARVNE INDI TAVROM IFADEM[...]
Esta inscrição traduz-se habitualmente como: "[é sacrificada] uma ovelha a Trebopala, e um porco a Laebo, oferenda a Iccona Luminosa, uma ovelha de um ano a Trebaruna e um touro semental a Reve Tre[baruna(?)]".
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f5/Lusitania-karte_3-1275x1575.png/250px-Lusitania-karte_3-1275x1575.png)
Descrição linguística: As inscrições lusitanas (escritas em alfabeto latino) mostram uma língua celtóide facilmente traduzível e interpretável, já que conserva em maior grau a sua semelhança com o celta comum. A conservação do p- inicial nalgumas inscrições lusitanas, faz com que muitos autores não considerem o lusitano como uma língua celta mas celtóide. O celta comum perde o p- indoeuropeu inicial. Por exemplo: "porc/om" em lusitano seria dito "orc/os" em outras línguas celtas como o celtibero, goidélico ou gaulês.
Para estes autores, o lusitano mais do que uma língua descendente do celta comum ,seria uma língua aparentada ao celta comum, ou seja, uma variante separada do celta mas com muita relação a ele.
Os lusitanos foram considerados pelos historiadores, como sendo hábeis na luta de guerrilhas, num determinado acontecimento quando chefiados por Viriato, livraram-se do cerco de Vetílio e perseguiram-no até ao desfiladeiro da Serra de Ronda, onde dispersaram as tropas romanas.
"Dizem que os Lusitanos são hábeis em armar emboscadas e descobrir pistas; são ágeis, rápidos e de grande destreza. Usam um pequeno escudo de dois pés de diâmetro, côncavo para diante, que é preso ao corpo por correias de couro, porque não tem nem braçadeiras nem asa. Usam também um punhal ou um gládio. A maior parte dos guerreiros veste couraças de linho, e apenas alguns cotas de malha e capacete de tríplice cimeira. Mas em geral usam elmos de nervos. Os peões calçam polainas de couro e estão armados com lanças de ponta de bronze." Estrabão, Geografia 3.3.6[3]
Utilizavam como armas o punhal e a espada, o dardo ou lança de arremesso, todo de ferro, e a lança de ponta de bronze. É referido também que os lusitanos tinham o hábito de untar o corpo, tomavam banhos de vapor, lançando água sobre pedras ao rubro, e tomavam em seguida um banho frio e que comiam apenas uma vez por dia. O alimento mais característico era o pão de bolota ou glande de carvalho; bebiam leite de cabra e cerveja de cevada, reservando o vinho para as festas. As casas de pedra tinham forma redonda ou rectangular; eram cobertas de palha, e ficavam situadas no alto de morros ou colinas, agrupando-se em aldeias - os castros citados pelos historiadores antigos. Os grandes castros tinham muralhas defensivas feitas de grandes pedras, chegando a alcançar um quilómetro de perímetro. Os instrumentos musicais incluíam a flauta e a trombeta, com que acompanhavam seus coros e danças, de que os romanos nos deixaram algumas descrições. Os locais de culto funerários são sempre de grande interesse para os arqueólogos que se encontram por todo o território da antiga Lusitânia. Do período paleolítico conhecem-se cemitérios onde os corpos estavam dispostos com restos de alimentos, utensílios e armas; do megalítico abundam os dólmens, conhecidos em Portugal como antas, ou mamoas - porque os montículos de terra que se acumularam sobre eles, criaram essa forma arredondada.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/1f/Nt-Viriato_Viseu.jpg/250px-Nt-Viriato_Viseu.jpg)
Praticavam sacrifícios humanos e quando o sacerdote feria o prisioneiro no ventre, faziam-se vaticínios segundo a maneira como a vítima caía. Sacrificavam a Ares, deus da guerra, não só prisioneiros, como igualmente cavalos e bodes. Praticavam exercícios de ginástica como o pugilato e corridas, simulacros de combates a pé ou a cavalo: bailavam em danças de roda, homens e mulheres de mãos dadas, ao som de flautas e cornetas; eram tipicamente monogâmicos Usavam barcos feitos de couro, ou de um tronco de árvore.
As lutas dos lusitanos contra os romanos começaram em 193 a.C.. Em 150 a.C. o pretor Sérvio Galba, após ter infligido grandes punições aos lusitanos, aceitou um acordo de paz com a condição de entregarem as armas, aproveitando depois para os chacinar. Isto fez lavrar ainda mais a revolta e durante oito anos, os romanos sofreram pesadas baixas.
Esta luta só acabou com o assassínio traiçoeiro de Viriato por três companheiros tentados pelo ouro romano. Mas a luta não parou e para tentar acabá-la mandou Roma à Península o cônsul Décimo Júnio Bruto, que fortificou Olisipo, estabeleceu a base de operações em Méron próximo de Santarém, e marchou para o Norte, matando e destruindo tudo o que encontrou até à margem do Rio Lima. Mas nem assim Roma conseguiu a submissão total e o domínio do norte da Lusitânia só foi conseguido com a tomada de Numância, na Celtibéria que apoiava os castros de Noroeste.
Em 60 a.C. Júlio César dá o golpe de misericórdia aos lusitanos.
Referências
- ↑ http://www.brathair.com/Revista/N1/lusitanos.pdf
- ↑ http://www.geocities.com/atoleiros/Lusitanos.htm
- ↑ [www.csarmento.uminho.pt/docs/sms/exposicoes/CatálogoArteCastreja.pdf ARTE CASTREJA DO NORTE DE PORTUGAL]
Ver também
- Luso (mitologia)
- Lusitânia (região)
- Galaicos (povo relacionado com os lusitanos)