Maomé XIII de Granada

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Maomé XIII de Granada
Emir ou rei de Granada

Brasão do Reino de Granada
Reinado 14851487
Antecessor(a) Alboácem Ali (Molhacém)
Sucessor(a) Maomé XII (Boabdil)
Nascimento 1444?
Morte 1494 (50 anos)?
Nome completo  
Muhammed XIII ben Sa`d az-Zaghall
Dinastia Nacéridas
Pai Saade Almostaim

Maomé ibne Saade Azagal (Muhammed ben Sa`d az-Zaghall) ou Maomé XIII, conhecido pelos Castelhanos como El Zagal ("o Valente"; 1444? — 1494?) foi o 23º e penúltimo[a] rei nacérida de Granada entre 1485 e 1486 ou 1487. Era filho de Saade Almostaim (Ciriza) e irmão de Alboácem Ali, a quem sucedeu. Foi deposto pelo seu sobrinho Maomé XII (Boabdil), após este ter sido libertado pelos Castelhanos. Boabdil tinha estado no trono entre 1482 e 1484, quando destronou o pai, que recuperaria novamente o poder de 1484 até à sua morte no ano seguinte.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Quando Alboácem Ali morre em 1485, o seu filho e Boabdil é prisioneiro dos Castelhanos, depois duma derrota humilhante no fim de 1484. Em 1482, Boabdil tinha derrubado o seu pai na sequência duma revolta apoiada pela poderosa família árabe-granadina dos Abencerragens. Alboácem Ali recuperou o trono em 1484. Uma série de derrotas granadinas frente aos Castelhanos, que incluiu a perda de Ronda, e a saúde débil de Alboácem Ali abrem caminho à tomada do poder por Maomé, o Valente, que se faz nomear emir em 1485.

Entretanto os Reis Católicos atacam a fortaleza de Moclín, mas a guarda avançada cristã é derrotada pelo novo emir nos arredores da vila no decurso dum duro combate que durou de 31 de outubro a 3 de setembro de 1485. A 26 de maio de 1486, os cristãos conquistam Loja com a ajuda de mercenários suíços e alemães. Entre 30 de maio e 9 de junho é a vez de Saler e Íllora caírem nas mãos dos Castelhanos. Moclín capitula a 16 de junho, apesar dos muçulmanos terem resistido graças à sua artilharia ligeira. O castelos de Colomera e de Montefrío são tomados poucos dias depois. Os muçulmanos tomam então consciência pela do perigo que ameaça Granada.

Na primavera de 1487, os cristãos cercam Málaga. O comandante da guarnição local nacérida, Ahmad at-Tagri toma o controlo da cidade a partir de 6 de maio. Está determinado a combater até ao fim. Submetido ao fogo das bombardas castelhanas, os muçulmanos defendem-se o melhor que podem. Em julho os víveres começam a escassear, e os habitantes de Málaga vêm-se obrigados a comer cavalos, burros, mulas e cães. A cidade capitula ao fim de três meses e meio de cerco, a 18 de agosto de 1487. Os 15 000 muçulmanos que são então presos encontram-se em estado de inanição.

O sobrinho de Azagal, Boabdil, volta ao poder em Granada e assina uma acordo secreto com os Reis Católicos pelo qual se compromete a não intervir em auxílio de Málaga. Maomé XIII é exilado em Almeria depois da queda de Baza. Ainda tenta uma manobra de diversão, lançando alguns destacamentos de voluntários nacéridas de Adra contra os cristãos nos arredores de Vélez-Málaga, mas acaba por fazer um pacto com Fernando, o Católico, pelo qual se torna seu vassalo, lhe vende Almeria e Guadix e se faz nomear "rei das Alpujarras". Pouco tempo depois vende o resto do seu reino por cinco milhões de maravedis e vai para o Norte de África.

Em 1489 vai para Orão e depois para Tremecém, onde se instala definitivamente. Provavelmente morre em 1494. O historiador árabe Almacari (1591–1632) assinala a presença de descendentes de Azagal em Tremecém no século XVII, conhecidos como "os filhos do sultão do Alandalus (em árabe: بني سلطان الأندلس).

Notas[editar | editar código-fonte]

[a] ^ Apesar do último rei ou emir de Granada ter sido Boabdil, este foi o 22º monarca a subir ao trono, pois o seu primeiro reinado antecedeu o de Maomé XIII Azagal.


Precedido por
Alboácem Ali (Molhacém)
Rei de Granada
1485-1487
Sucedido por
Maomé XII (Boabdil)