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O marajoaras sáo bem bibonas maior acervo de peças de cerâmica marajoara encontra-se, actualmente, no [[Museu Paraense Emílio Goeldi]]. Porém, outros museus e galeria conservam peças de grande valor cultural, como o [[Museu Histórico Nacional]], no [[Rio de Janeiro]], o [[Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo]] , em [[São Paulo]], e o [[Museu Universitário Professor Oswaldo Rodrigues Cabral]]. Museus estrangeiros também conservam espólios interessantes como o [[Museu Americano de História Natural]], em [[Nova Iorque]]. |
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Entre os mais significativos espólios de cerâmica da região, o Museu do Marajó, criada em 1972, reúne peças de uso quotidiano e de costumes, relacionando-se com o aspecto cívico-religioso da civilização. O museu foi criado com o intuito de promover e dar a conhecer ao público a cultura e a arte de uma civilização já remota. |
Entre os mais significativos espólios de cerâmica da região, o Museu do Marajó, criada em 1972, reúne peças de uso quotidiano e de costumes, relacionando-se com o aspecto cívico-religioso da civilização. O museu foi criado com o intuito de promover e dar a conhecer ao público a cultura e a arte de uma civilização já remota. |
Revisão das 13h17min de 19 de abril de 2010
Os marajoaras[1], também conhecidos por nheengaíbas, foram um grupo indígena que habitou a ilha de Marajó, no estado brasileiro do Pará.
Histórico
A cerâmica marajoara é um tipo de cerâmica, fruto do trabalho das tribos indígenas da ilha de Marajó (PA), na foz do rio Amazonas, durante o período pré-colonial de 400 a 1400 d.C., no Brasil. O período de produção desta cerâmica tão sofisticada esteticamente é chamado de "fase marajoara", uma vez que existem sucessivas fases de ocupações na região, cada um delas com uma cerâmica característica.
A fase marajoara é a quarta fase de ocupação da ilha. Sucessivamente as fases de ocupação são: Fase Ananatuba (a mais antiga), a Fase Mangueiras, a Fase Formigas, a Fase Marajoara e a Fase Aruã. Destas cinco fases, a Fase Marajoara é a que apresenta a cerâmica mais elaborada, sendo reconhecida por sua sofisticação.[2]
A cerâmica marajoara foi descoberta em 1871 quando dois pesquisadores visitavam a Ilha de Marajó, Charles Frederick Hartt e Domingos Soares Ferreira Penna. Hartt se impressionou tanto com o que viu que publicou um artigo em uma revista científica, revelando ao mundo a então desconhecida cultura marajoara.[3]
Os estudos na ilha de Marajó sobre tal cerâmica e o povo que a confeccionou ganharam impulso a partir do fim da década de 1940, quando chegou à ilha o casal de pesquisadores americanos Betty Meggers e Clifford Evans. Embora muitos estudos sobre a cerâmica já houvessem sido publicados até então, as pesquisas no local só ganharam força a partir desta data.
Alguns arqueólogos encontraram objetos de cerâmica em bom estado de conservação, realizados com destreza, tendo em conta as formas esguias e curvilíneas perfeitamente moldadas, e delicadamente decorados e pintados.
Tais objetos pertenceram à chamada "fase marajoara", um antigo povo da região amazônica. Através de grandes pesquisas, pôde descobrir-se que os índios marajoaras levantavam suas casas sobre morros artificiais, construídos para proteger as casas de inundações. Escavando esses morros, os arqueólogos encontraram vasos, vasilhas, urnas, tigelas e outras peças de cerâmica, feitas com argila cozida da região marginal. Os objetos que mais chamaram a atenção foram encontrados em sepulturas.
Acervos
O marajoaras sáo bem bibonas maior acervo de peças de cerâmica marajoara encontra-se, actualmente, no Museu Paraense Emílio Goeldi. Porém, outros museus e galeria conservam peças de grande valor cultural, como o Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo , em São Paulo, e o Museu Universitário Professor Oswaldo Rodrigues Cabral. Museus estrangeiros também conservam espólios interessantes como o Museu Americano de História Natural, em Nova Iorque.
Entre os mais significativos espólios de cerâmica da região, o Museu do Marajó, criada em 1972, reúne peças de uso quotidiano e de costumes, relacionando-se com o aspecto cívico-religioso da civilização. O museu foi criado com o intuito de promover e dar a conhecer ao público a cultura e a arte de uma civilização já remota.
Cerâmica
Os índios de Marajó realizavam objectos utilitários, mas também decorativos. Entre os vários objectos encontrados pelos pesquisadores encontram-se vasilhas, potes, urnas funerárias, brinquedos, estatuetas, vasos, pratos e tangas para cobrir as zonas genitais das jovens, igualmente feitas de cerâmica. A igaçaba, por exemplo, era uma espécie de pote de barro ou uma talha grande para a água, que servia para conservar alimentos e outros. Hoje existem várias cópias das igaçabas de Marajó.
Todos apresentam uma grande diversidade de formas e padrões de decoração, sendo um dos mais conhecidos o das urnas globulares que apresentam decoração pintada e modelada representando figuras antropomorfas. Outros tipos de urnas combinam pintura, o uso de incisões e excisões e modelados que representam figuram antropomórficas e zoomórficas. Outros vasos foram decorados com pintura de motivos geométricos, podendo ser citados neste caso formas mais simplificadas como por exemplo as tigelas, e outros apresentando formas mais complexas como vasos de base dupla, urnas funerárias, estatuetas, pratos, tangas e tigelas em pedestais.[4]
A cerâmica marajoara é geralmente caracterizada pelo uso de pintura vermelha ou preta sobre fundo branco.[5]
Uma das técnicas mais utilizadas para ornamentação desta cerâmica é a do champlevé ou campo elevado, onde são conseguidos desenhos em relevo por meio de decalque de desenhos sobre uma superfície alisada e escavando em seguida a área sem marcação.[6]
Entre os motivos de decoração mais comuns encontrados nesta cerâmica estão animais da fauna amazônica, como serpentes e macacos, a figura humana e figuras antropozoomórficas. Tendo em vista o aumento a sua resistência do produto final eram agregados antiplásticos ou tempero na argila, dentre os quais cinzas de cascalho e de ossos e concha. Antiplástico ou tempero são termos que se utiliza para designar os elementos, como por exemplo, cacos, conchas moídas, cascas de árvores queimadas e piladas, espículas de esponjas, areia, etc. que são acrescentados na argila para torná-la mais resistente evitando que se quebre durante o processo de fabricação de um artefato.[7]
Depois de modelada, a peça era pintada, caso o autor o pretendesse, com vários pigmentos, existindo uma abundância de vermelho em todo o conjunto encontrado, e somente depois cozidas numa fogueira a céu aberto. Após a queima da cerâmica, esta era envernizada, propiciando à peça um aspecto lustroso. São conhecidas cerca de 15 técnicas de acabamento das peças, revelando um dos mais complexos e sofisticados estilos cerâmicos da América Latina pré-colonial.
Os artefatos mais elaborados eram destinados ao uso funerário ou ritual. Os artefatos encontrados que demonstram uso cotidiano apresentam decoração menos rebuscada.
É dificultado o resgate de peças de cerâmica marajoara pelas inundações periódicas e até pelos numerosos roubos e saques do material, frequentemente contrabandeado para território exterior ao brasileiro.
Ligações externas
- Folha: Povos antigos não fizeram aterros no Pará, diz grupo
- Marajoara Denise Schaan: a linguagem Iconográfica da cerâmica marajoara
- UCG Denise Schaan A arte da Cerâmica marajoara: Encontros entre o passado e o presente
- Fundação Getúlio vargas Lilian Bayma de amorin: Cerâmica Marajora: Caminho paracompreender a pré-história da Amazônia
Referências
- ↑ «O índio da praça Brasil». Museu do Marajó. 14 de Abril de 2009. Consultado em 25 de abril de 2009
- ↑ Betty Jane Meggers e Clifford Evans."Uma interpretação das culturas de Marajó". Belém, Pará:Intituto de Antropologia e Etnologia do Pará,1954.
- ↑ Aurélio M. G. de Abreu."Civilizações que o mundo esqueceu".São Paulo:Hemus,1990.ISBN: 8528902455.
- ↑ Eduardo Góes Neves. "Brasil Tupi- Beleza, Rigor e Dignidade: A cultura material Tupi no tempo e no espaço". São Paulo: Caixa Econômica Federal, 2004.
- ↑ Nelson Aguilar. "Mostra do Redescobrimento: Arqueologia". São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 2000.
- ↑ Aurélio M. G. de Abreu. "Civilizações que o mundo esqueceu". São Paulo: Hemus,1990. ISBN: 8528902455.
- ↑ Eduardo Góes Neves. "Os índios antes de Cabral: Arqueologia e História Indígena no Brasil". In Aracy Lopes da Silva. A temática indígena na escola. São Paulo: Mari, 1995:171-193.