Maria Feio

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Maria Feio
Maria Feio
Retrato de Maria Feio (1915)
Nascimento 1870
Guiães
Morte 1939 (68–69 anos)
Cidadania Portugal
Ocupação escritora, ativista pelos direitos das mulheres, conferencista
Obras destacadas Alma de Mulher, Calvario de Mulher

Maria Genoveva Figueiredo Feio Rebelo Castelo Branco (Guiães, 1870 - 1939) foi uma escritora, feminista e republicana portuguesa. Escreveu para várias publicações, sob os nomes Maria de Figueiredo Feio, Maria de Azevedo Feio, Maria de Azevedo e Maria Feio.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Guiães, a primeira filha de D. Catarina Máxima de Figueiredo Abreu Castelo Branco, escritora publicada no Diário de Notícias e poetisa, e de Sebastião Pereira Rebelo Feio, morgado de Vila Real.[1]

Aos quinze anos publicou os primeiros versos no Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro, do qual tanto a sua mãe como a tia, Leonor Adelaide de Figueiredo eram habituais colaboradoras.[2][3]

Casou com António Albino Gomes de Azevedo, comerciante regressado do Brasil com o dobro da sua idade, pouco depois de debutar na sociedade local. Dele teve um filho, Sebastião Feio de Azevedo. Voltou a publicar no Almanaque em 1890, depois da morte do pai, para quem compõs uma elegia. A vida conjugal limitava-a ao papel de esposa e mãe, e por esse motivo dá-se um interregno na sua criação literária, durante o qual criou o único filho. Começou a sofrer crises nervosas e foi internada num sanatório. Mudou-se para o Porto, onde ficava em hotéis ou casas de conhecidos. Apesar de considerar divorciar-se do marido, não o fez devido ao estigma então associado a este processo. Sob o nome de Maria de Figueiredo Feio voltou a colaborar com o Almanaque entre 1908 e 1915. Dedicou-se então à escrita de biografias, à literatura para crianças, e à poesia.[2]

Em Dezembro de 1914 realizou a conferência: "O problema máximo da educação moral sob o ponto de vista individual e coletivo", na Universidade de Coimbra.[4] É ainda publicada na imprensa espanhola. Apesar de se identificar como republicana e feminista, não foi acolhida por outras militantes pelo seu estatuto de mulher sem família.[2]

Correspondeu-se com Carolina Michaëlis, Virgínia de Castro e Almeida, Teófilo Braga, Bernardino Machado, Justino de Montalvão e Fernando de Sousa Costa, e escreveu para A Capital, O Primeiro de Janeiro, O Comércio do Porto, Vanguarda, Lucta, Novidades, entre outros.[1]

Obra escrita[editar | editar código-fonte]

  • 1915 - Alma de Mulher: Notas de um Diário Íntimo de Reflexões - Famalicão, Tipografia Minerva
  • 1915 - Calvário de Mulher: o Prejuízo dos Sexos dentro do Prejuízo da Guerra - Lisboa (ler na Wikisource)
  • 1915 - Verdades; Corações Infantis; Argumentos
  • 1921 - Homenagem do herói do Marne, o Glorioso Marechal Joffre - Porto, Junta Patriótica do Norte
  • 1921 - Amor Sublime; Corações de Mães; Espadas de heróis - Porto, Porto Editora
  • 1929 - Antigas Aparições da Nossa Senhora de Fátima... na era de 1400: o Culto da Virgem no Districto de Leiria - Lisboa, Livraria Barateira

Referências

  1. a b Cardoso, Nuno Catharino (1917). Poetisas Portuguesas: Antologia Contendo Dados Bibliográficos e Biográficos Acerca de Cento e Seis Poetisas. Lisboa: [s.n.] p. 98 
  2. a b c Martini, Elistabeth Fernandes (2021). «As Muitas Faces de Maria Feio». História, Cultura e Política no Mundo Lusófono. 2. Consultado em 26 de Fevereiro de 2024 
  3. Conde, António Adérito Alves (11 de Novembro de 2016). «"Uma personagem camiliana: o juiz João Roberto de Araújo Taveira. Uma família nobre de Guiães"» (PDF). Tellus (65). ISSN 0872-4830. Consultado em 26 de Fevereiro de 2024 
  4. «Relação cronológica de conferências realizadas no Instituto de Coimbra». Universidade de Coimbra. Consultado em 27 de Fevereiro de 2024 
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