Maria dos Prazeres Bessa Pais

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Maria dos Prazeres Martins Bessa Pais
Maria dos Prazeres Bessa Pais
Retrato de Maria dos Prazeres Bessa Pais.
Portugal Primeira-dama de Portugal
Período 28 de abril de 1918 a 14 de dezembro de 1918
Antecessor(a) Elzira Dantas Machado
Sucessor(a) Mariana do Canto e Castro
Dados pessoais
Nascimento 29 de dezembro de 1867
Amarante, Reino de Portugal
Morte 14 de setembro de 1945 (77 anos)
Lisboa, Portugal
Nacionalidade portuguesa
Marido Sidónio Pais

Maria dos Prazeres Martins Bessa Pais (São Gonçalo, Amarante, 29 de Dezembro de 1867São Sebastião da Pedreira, Lisboa, 14 de setembro de 1945) foi a esposa do antigo presidente da República Portuguesa Sidónio Pais, e por inerência Primeira-Dama de Portugal.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascida a 29 de Dezembro de 1867, na freguesia de São Gonçalo, concelho de Amarante, Maria dos Prazeres Martins Bessa Pais era filha de Vitorino Ferreira Bessa (1810-1894), um comerciante natural de Perozelo, Penafiel, que detinha o exclusivo do Depósito da Companhia dos Tabacos de Portugal, e de Bernardina Joaquina Pinto Martins Bessa (1826-1905), também referida como Bernardina Augusta,[2] natural de uma família abastada de Valença, com propriedades em Padronelo, Amarante. Era a mais nova de quatro filhos, e conhecida por ser uma exímia pianista.[3]

Com 26 anos, ainda a viver na sua terra natal, conheceu e começou a namorar o militar minhoto Sidónio Pais, cinco anos mais novo, que ali havia sido colocado no 2.º Grupo do Regimento de Artilharia nº 4. Dois anos depois, com o aval do seu tio materno, Dr. Miguel Pinto Martins, casaram-se a 2 de Fevereiro de 1895, na Igreja Paroquial de São Gonçalo, sob o regime de separação de bens. Após o casamento, mudaram-se para Coimbra, onde o seu marido estava a concluir os seus estudos em Matemática, chegando mais tarde ao cargo de professor catedrático e vice-reitor da Universidade de Coimbra. O casal fixou residência num edifício de 3 pisos, situado perto da Sé Velha e do “palacete” da Portela, onde vivia o tio materno da noiva, um dos promotores da carreira universitária de Sidónio. Com ele viria a ter cinco filhos: Sidónio (1896-?), que se casou com Isabel Maria da Costa de Sousa de Macedo de Freitas Branco, irmã de Luís de Freitas Branco e Pedro de Freitas Branco, António (1897-1987), Maria Sidónia (1899-1985), Afonso (1901-1995) e Pedro (1902-1930).[4]

Em 1904, devido às constantes infidelidades e ambições políticas de Sidónio, o casal separa-se. Maria dos Prazeres continua a viver em Coimbra, dedicando-se aos cinco filhos e ao cuidado da casa, tornando-se muito recatada e isolada, evitando os bailes ou eventos públicos, que o seu marido frequentava na companhia de diversas senhoras, nomeadamente de D. Ema Manso Preto, com a qual teve uma filha, Maria Olga, por ele perfilhada mas não reconhecida a paternidade sendo a sua amante casada à época com Álvaro Augusto Pinto Ribeiro.[5] Sem o direito ao divórcio, mas com ajuda financeira da sua família, permaneceu sempre afastada da vida pública do marido, que viria a se tornar Presidente da República, após o golpe militar de 1917. Por inerência, nesse mesmo ano, Maria dos Prazeres tornar-se-ia Primeira-Dama, sem desempenhar qualquer cargo ou ter estado presente em qualquer cerimónia oficial de Estado.[6][7]

Após o assassinato de Sidónio Pais, a 14 de Dezembro de 1918, Maria dos Prazeres foi pela primeira e única vez ao Palácio Nacional de Belém para estar presente no funeral do marido.[8]

Dez anos após a morte do seu marido, em 1928, foi lhe concedida uma “pensão de sangue” na razão de 50% do vencimento de um “general com mais de 5 anos” de graduação no posto.[9] Faleceu a 14 de Setembro de 1945, com 77 anos, na freguesia de São Sebastião da Pedreira em Lisboa.[10]

Bernardo Sassetti (de seu nome completo Bernardo da Costa Sassetti Pais), reconhecido pianista português falecido em 2012, era seu bisneto.[11]

Referências

  1. «Primeira Dama - Maria dos Prazeres Martins Bessa Pais». Museu da Presidência da República. Consultado em 20 de março de 2017 
  2. Silva, Armando Malheiro da (1 de janeiro de 2006). Sidónio e Sidonismo: vol. 1 História de uma vida. [S.l.]: Imprensa da Universidade de Coimbra / Coimbra University Press 
  3. Teresa (21 de julho de 2014). «JANGADA DA TIJUCA: AS PRIMEIRAS-DAMAS DE PORTUGAL - 6». JANGADA DA TIJUCA. Consultado em 18 de março de 2019 
  4. Trigueiros, António (1994). Os Paes de Barcelos : subsídios genealógicos para a biografia do Presidente da República Sidónio Paes
  5. Vieira, Joaquim (7 de novembro de 2019). História Libidinosa de Portugal. [S.l.]: Leya 
  6. Silva, Armando Malheiro da (1 de janeiro de 2006). Sidónio e Sidonismo: vol. 1 História de uma vida. [S.l.]: Imprensa da Universidade de Coimbra / Coimbra University Press. ISBN 9789728704537 
  7. Antunes, José Freire (1981). A cadeira de Sidónio, ou, A memória do presidencialismo. [S.l.]: Publicações Europa-América 
  8. Esteves, João; Castro, Zília Osório de (2013). Feminae, Dicionário Contemporâneo. Lisboa: Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género. ISBN 978-972-597-372-1 
  9. «Expresso | "A alma gentil que nos amou": morreu Sidónio Pais». Jornal Expresso. Consultado em 18 de março de 2019 
  10. «PT-TT-RC-CRCLSB3-003-00139_m0001.tif - Livro de registo de óbitos - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 18 de agosto de 2022 
  11. «Um bisneto de Sidónio Pais». www.dn.pt. Consultado em 18 de março de 2019 

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Elzira Dantas Machado
Primeira-dama de Portugal
1918—1918
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