Medicina regenerativa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Medicina regenerativa
Medicina regenerativa
Células-tronco humanas
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Medicina regenerativa é o "processo de substituir ou regenerar células, tecidos ou órgãos humanos para restaurar as funções normais".[1] Muito promissor é esse campo, em relação à regeneração de tecidos e órgãos danificados no corpo, pela troca de tecidos danificados e/ou simulando os mecanismos corpóreos de reparo para curar o que anteriormente era irreparável.

Medicina regenerativa também inclui a possibilidade de crescimento de tecidos e órgãos em laboratório, e a possibilidade de implante seguro em um organismo incapaz de curar a si próprio. Esses desenvolvimentos possuem o potencial de solucionar a escassez de órgãos disponíveis para a doação; assim como da rejeição de transplante de órgãos, pois as células de órgãos são derivadas das células dos tecidos do próprio paciente.[2][3][4]

Termo largamente atribuído por ter sido primeiramente cunhado por William Haseltine (fundador da Human Genome Sciences),[5] o termo "Medicina Regenerativa" é pela primeira vez encontrado em um artigo de 1992 de um hospital administrado por Leland Kaiser. O documento de Kaiser é constituído por pequenos parágrafos, que tratam de tecnologias futuras que vão impactar os centros hospitalares. Em um dos parágrafos, havia "Medicina Regenerativa" como título em negrito e com uma declaração a respeito: "Um novo ramo da medicina que tentará o curso das doenças crônicas" e, em muitas instâncias, regenerará órgãos e sistemas orgânicos cansados e prestes a morrer.

Medicina regenerativa refere-se ao grupo de abordagens biomédicas e terapias clínicas em que deve envolver o uso de células tronco.[6] Exemplos são a injeção de células tronco ou de células progenitoras (terapia celular); a indução de regeneração por moléculas biologicamente ativas injetadas individualmente ou como uma secreção por infusão de células (terapia por imunomodulação - ver Imunoterapia); e transplante de órgãos e tecidos criados in vitro (Engenharia de tecidos).[7][8]

Uma forma de medicina regenerativa, que atualmente tem sido empregada em prática clínica, consiste no uso de sulfatos análogos de heparan em cicatrização de feridas crônicas. Análogos de sulfato de heparan substituem sulfato de heparan degradado no local machucado. Eles auxiliam o tecido danificado a curar-se através do reposicionamento dos fatores de crescimento e das citocinas dentro da matriz extracelular danificada.[9][10][11] Exemplificando, na reconstrução da parede abdominal (como na cirurgia da hérnia inguinal) malhas biológicas tem sido aplicadas com resultados consideráveis.

Pioneiros[editar | editar código-fonte]

No Instituto para Medicina Regenerativa Wake Forest, na Carolina do Norte, o Dr. Anthony Atala e seus colegas tem obtido êxito na extração de células musculares e da bexiga do corpo de diversos pacientes, cultivadas em placas de petri e, em seguida, dispões as células em camadas de moldes tridimensionais que se assemelham à bexigas. Dentro de algumas semanas, as células nos moldes começaram a funcionar da mesma maneira que bexigas normais e, então, foram implantas de volta nos pacientes.[12] A equipe está atualmente trabalhando no recrescimento de outras 22 órgãos, entre eles: fígado, coração, rim, testículo.[13]

De 1995 a 1998, o PhD Michael D. West gerenciou e organizou a pesquisa entre a Geron Corporation e seus colaboradores acadêmicos James Thomson da Universidade do Wisconsin-Madison e John Gearhart da Universidade Johns Hopkins, que liderou a primeira isolação de um célula-tronco embrionária e de células-tronco humana germinativas.[14]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Regenerative Medicine, 2008, 3(1), 1–5 [47]
  2. «Regenerative Medicine. NIH Fact sheet 092106.doc». Setembro de 2006. Consultado em 16 de agosto de 2010. Arquivado do original (PDF) em 16 de abril de 2012 
  3. Mason C, Dunnill P (janeiro de 2008). «A brief definition of regenerative medicine». Regenerative Medicine. 3 (1): 1–5. PMID 18154457. doi:10.2217/17460751.3.1.1 
  4. «Regenerative medicine glossary». Regenerative Medicine. 4 (4 Suppl): S1–88. Julho de 2009. PMID 19604041. doi:10.2217/rme.09.s1 
  5. Viola, J., Lal, B., and Grad, O. The Emergence of Tissue Engineering as a Research Field. Arlington, VA: National Science Foundation, 2003.
  6. Riazi AM, Kwon SY, Stanford WL (2009). «Stem cell sources for regenerative medicine». Methods in Molecular Biology. 482: 55–90. PMID 19089350. doi:10.1007/978-1-59745-060-7_5 
  7. Stoick-Cooper CL, Moon RT, Weidinger G (junho de 2007). «Advances in signaling in vertebrate regeneration as a prelude to regenerative medicine». Genes & Development. 21 (11): 1292–315. PMID 17545465. doi:10.1101/gad.1540507 
  8. Muneoka K, Allan CH, Yang X, Lee J, Han M (dezembro de 2008). «Mammalian regeneration and regenerative medicine». Birth Defects Research. Part C, Embryo Today. 84 (4): 265–80. PMID 19067422. doi:10.1002/bdrc.20137 
  9. Tong et al, Stimulated neovascularization, inflammation resolution and collagen maturation in healing rat cutaneous wounds by a heparan sulfate glycosaminoglycan mimetic, OTR4120. Wound Repair Regen. 2009 Nov-Dec;17(6):840-52.
  10. Barritault et al, Regenerating agents (RGTAs): a new therapeutic approach. Ann Pharm Fr. 2006 Mar;64(2):135-44.
  11. Van Neck et al, Heparan sulfate proteoglycan mimetics thrive tissue regeneration: an overview. In Intech book under the working title "Tissue Regeneration", ISBN 978-953-307-876-2 is scheduled for on line publication on Nov 26, 2011”
  12. «Stephanie Smith, April 5, 2006». Edition.cnn.com. Consultado em 19 de março de 2010 
  13. «Wake Forest University Institute for Regenerative Medicine». Wfirm.org. 6 de fevereiro de 2009. Consultado em 19 de março de 2010. Arquivado do original em 10 de outubro de 2009 
  14. «Bloomberg Longevity Economy Conference 2013 Panelist Bio». Consultado em 6 de janeiro de 2014. Arquivado do original em 3 de agosto de 2013 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Leitura de baixo nível técnico

Leitura de alto nível técnico

Jornais científicos