Meio-campo

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Kevin De Bruyne atuando pela Seleção Belga em 2018

O meio-campo ou meio de campo é o aspecto central do gramado do futebol. Nesta área, os meio-campistas desempenham funções de ligar a defesa ao ataque durante a partida e evitar golpes de adversários.

História dos meio-campistas[editar | editar código-fonte]

O meio campo, originalmente, não era tratado como um setor tão importante como é hoje em dia. Antes da década de 1970, por exemplo, o esquema de jogo mais usado era o 4–2–4, com dois laterais, dois zagueiros, dois pontas e dois atacantes, além dos dois homens de meio.

Isso começou a mudar na Copa do Mundo FIFA de 1970, quando o treinador brasileiro João Saldanha (que pouco antes da Copa foi substituído por Zagallo) inventou um novo esquema de jogo, o 4–3–3, em que o ponta-esquerda Rivellino jogava mais recuado, como um meio-campista. O sistema inovador, com o qual o Brasil foi campeão mundial, rapidamente se tornou o mais usado da época.[1]

A partir da década de 1980, surgiu um novo esquema, que extingue as pontas e dá importância fundamental ao meio-campo: o 4–4–2, que originalmente funcionava com dois volantes e dois meias ofensivos.

Funções[editar | editar código-fonte]

Os meios campistas são os responsáveis pelas criações das jogadas, ou seja armar o jogo. Atuando a partir do campo do adversário pelos lados direito, esquerdo ou mesmo pelo centro, estes atletas muitas vezes são os detentores de maior técnica e habilidade e dão passes para a conclusão dos atacantes. Metaforicamente, são o cérebro da equipe. Geralmente eles usam a camisa 10 do time.

Playmaker[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Playmaker

O playmaker é aquele jogador que tem a função de criar as jogadas ofensivas, ou seja, de controlar o fluxo ofensivo da equipe. A qualidade mais importante de um playmaker é a visão e a capacidade de ler o jogo. Intuição, criatividade e boa posse de bola são elementos chave para este tipo de jogador.[2] Os playmakers normalmente utilizam a camisa 10 de seus clubes. Porém, deve-se ter em mente que um playmaker não necessariamente joga no meio de campo.

Luka Modrić atuando pela Seleção Croata em 2018

Volantes[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Volante (futebol)

Os volantes são aqueles jogadores do meio de campo em que a primeira obrigação é jogar defensivamente. Divide-se em cabeça de área (primeiro volante) e segundo volante.

"Primeiro volante" ou "cabeça de área"[editar | editar código-fonte]

O primeiro volante ou cabeça de área é a função mais defensiva entre os meio-campistas. Normalmente o cabeça de área é aquele jogador que desarma o adversário e toca a bola para o primeiro companheiro que estiver do lado, para que este inicie as jogadas ofensivas. Por isso, esta função tem sido cada vez mais rara no futebol, já que o pensamento moderno de futebol exige que todos os jogadores saibam armar jogadas ofensivas.

Segundo volante ou meio-campista[editar | editar código-fonte]

O segundo volante ou meio-campista, é aquela posição clássica em que a primeira função é marcar, mas também deve ser o armador da equipe. São conhecidos por dominarem a posição assim equilibrando a equipe na questão da saída de bola e posse de bola, sendo os segundos-volantes ou meios-campistas, bons passadores e finalizadores de longa distância.

Os extremos[editar | editar código-fonte]

Os extremos são aqueles jogadores que jogam na lateral do meio de campo. Dividem-se em alas e wingers.

Ala[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Ala (futebol)

O ala é um lateral avançado. Normalmente, quando um lateral tem mais poder ofensivo que defensivo, o técnico o utiliza como Ala, desobrigando-o um pouco de obrigações defensivas para aproveitar melhor suas características. Assim como o lateral, deve chegar constantemente na linha de fundo para fazer cruzamentos na área.

Winger[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Winger (futebol)

O winger é um jogador ofensivo que atua aberto pelo lado (ou na “asa” — wing, em inglês — do campo). Diferencia-se do ala por ser ocupada com jogadores ofensivos, inclusive por atacantes de origem. Outra diferença é que, por serem ocupadas por jogadores ofensivos, os wingers tem obrigação de entrar mais na área que um ala. Por isso, a função de winger é usada de forma invertida: ou seja, o canhoto atua pelo lado direito, e o destro pelo lado esquerdo.

O meia Pavel Nedvěd atuando pela Juventus em 2007

Meia-armador[editar | editar código-fonte]

São jogadores que geralmente jogam pelo meio, sempre armando as jogadas, geralmente no esquema 4–2–3–1. São atletas que possuem ótima visão de jogo, chute poderoso e certeiro, geralmente possuem habilidade em cobrança de escanteios e faltas e podem chegar ao ataque com facilidade ou somente dar assistências aos atacantes e meias.

"Enganche"[editar | editar código-fonte]

O “Enganche” é uma denominação muito utilizada pelos argentinos em referência ao jogador “gancho” da equipe, que realiza o encaixe, ou seja, o “meia armador” clássico. Para desempenhar esta função, o futebolista deve ser habilidoso, e ter um bom controle da bola para resolver a jogada imediata naquele espaço em que ele recebe a bola e com uma visão de jogo privilegiada para arquitetar a jogada que colocará o companheiro, ou ele próprio, na cara do gol.[3]

A essência do enganche argentino é partir do centro do campo à frente dos volantes, mas circular por todo o campo, incluindo as laterais, chamando a bola para pensar o jogo ou girar e partir para cima dos defensores.[4]

Eles são representados nos esquemas táticos pelo "1", antes dos atacantes, como em 4–3–1–2, sendo assim chamado vulgarmente no Brasil também como o um. Na Itália, eles são conhecidos por "trequartista".

Referências

  1. Mauro Beting (26 de maio de 2020). «26/5/1970 - Zagallo reafirmava que Brasil não ganharia Copa com esquema de Saldanha». TNT Sports. Consultado em 26 de dezembro de 2021 
  2. «Playmaker - Define Playmaker at Dictionary.com». Dictionary.com 
  3. Eduardo Berodia (22 de julho de 2012). «Uma aula sobre enganche com o mestre argentino Eduardo Berodia». GloboEsporte.com. Consultado em 23 de setembro de 2020 
  4. «Especial: Os 'camisas dez' no Brasil não sumiram, apenas mudaram de lugar - Zico e Abel Braga opinam». Torcida Flamengo. 7 de fevereiro de 2015. Consultado em 23 de setembro de 2020