Moduan Matus

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Moduan Matus
Nascimento Edgard Vieira Matos
Nova Iguaçu
Cidadania Brasil
Cônjuge Sil Lis (desde 1992)
Filho(a)(s) Thalita Indi Vasconcelos Matos, Nicole Carreiro Matos e Marília dos Santos Matos
Ocupação escritor, poeta

Moduan Matus é pseudônimo de Edgard Vieira Matos (Nova Iguaçu, 25 de julho de 1954), adotado em 1974, quando começou a escrever poemas (alguns de protesto contra a ditadura militar instalada desde 1964), sendo a sua primeira publicação datada de 10 de julho de 1979, na revista Equipe, número 13.

Biografia[editar | editar código-fonte]

É escritor, historiador graduado pela Universidade Pitágoras Unopar, e experimentalista em poética, nas modalidades: haicai, poema anagramático, aforismo, poema visual, poema-instalação, poema concreto, poesia baixadense, poema caótico, poema em movimento, poema travalinguista, poema infantojuvenil, poema épico e poema livre. Conto, conto minimalista, crônica, ensaio e historiografia.

O reconhecimento poético veio a partir de 1978, quando, devido ao pouco espaço para a publicação de poemas, passou a colocá-los a giz, nas portas das lojas (quando fechadas), nos centros comerciais da Baixada Fluminense, no município do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo e, sobretudo, Nova Iguaçu.[1] As portas de aço com ranhuras, pintadas com tinta fosca e escura, refletiam bem os poemas; sucintos, feitos de forma clara, para que os passantes pudessem lê-los caminhando. A "gização" chegou a virar um movimento de poetas. O grupo foi batizado com o nome de “Caco de Vidro”, na década de 1990.

Em 1980 Moduan publicou o primeiro livrete “Poemas Concretos”, em parceria com Dejair Esteves. (O livrete foi resultado de estudos da dupla sobre poesia russa e sobre o grupo “noigandres”). O lançamento se deu num show musical do cantor, ator, poeta e compositor Sylvio Monteiro, numa faculdade, em Belford Roxo. O detalhe é que 300 livros, de uma tiragem de 1000, foram literalmente “lançados” para a plateia do ginásio lotado.

Moduan Matus ou Edgard Vieira Matos, juntamente com seu companheiro Dejair Esteves se autointitularam membros da Poesia Vanguardista da Baixada Fluminense ou Vanguarda da Poesia da Baixada Fluminense.

Moduan participou da I Feira de Poesia da Cinelândia, (de 28 a 31 de agosto de 1980) onde fez vários contatos, passando a participar ativamente de movimentos (marginais, independentes e alternativos) poéticos (presencialmente no Rio ou via correspondência) pelo Brasil e também fora. Fez apresentação de seus poemas no Centro de Arte Calouste Gulbenkian na Mostra de Poetas Hoje, do cartunista Lapi, Jornal O Globo, parte Show, em 30/01/1984; no Circo Voador em 19 e 20/04/1985, entre as Bandas Legião Urbana, Banda 69, Cólera, Plebe Rude e Banda Coquetel Molotov. Acervo Circo Voador 1982-1997 https://issuu.com>catalogo

- Fundou, 1983, com Adalberto Cantalice, Nova Iguaçu, o tabloide cultural alternativo “Teia”.

- Elaborou e participou do esquete caracterizado dos personagens do livro “Desabrigo”, de Antônio Fraga, 3ª edição, ilustrado por Poty Lazzaroto, lançado na Casa de Cultura de NI, dez/1990.

Desenvolveu:

* Oficina sobre Poesia Concreta/Visual na gestão de Marcus de Lontra Costa na Secretaria de Cultura de NI. 2006;

* Oficina de Haicai na gestão de Marcus Vinícius Faustini, na Secretaria de Cultura de NI, Bairro-Escola, 2007/2008;

* Jogral de Poemas de Carlos Drummond de Andrade (mediante ao seu parecer favorável ao Tombamento da Fazenda São Bernardino, em 07 e 08/07/1950), na gestão de Marcus Antônio Monteiro Nogueira, na Secretaria de Cultura de NI., nas Ruínas da citada fazenda, em julho de 2020.

- Poeta convidado do CEP Vintemil e Ricardo Chacal na Arena Jovelina Pérola Negra, Pavuna, em 21/09/2013;

- Fez intervenções poéticas no evento Teia Baixada-Territórios Culturais, de Egeu Laus, em 08, 09 e 10/09/2010;

Foi publicado no livro “Literatura Comentada – Poesia jovem dos anos 70”, organizado por Heloísa Buarque de Hollanda e Carlos Alberto Messeder Pereira.[2] Participou da Antologia dos poetas da Baixada Fluminense organizado pela Fundação Rio Arte. Semifinalista do Prêmio Portugal Telecom (2009); Autor convidado da Programação Oficial da XVIIª Bienal Internacional do Livro – Rio 2015 – Riocentro, para a Roda de Conversa do SarALL, com Bernardo Vilhena, sendo mediadores Écio Salles e Júlio Ludemir. Conquistou prêmios por serviços prestados em literatura e pesquisa na Baixada. Participa do grupo de poetas do fanzine Desmaio Públiko como o terceiro elemento de formação. Coorganizador de Encontro de Poetas & Afins, sarau literário em Nova Iguaçu, desde 2011.

Em 2004, foi homenageado com a Medalha de Mérito "Comendador Soares", conferida pela Câmara Municipal de Nova Iguaçu.[3] Foi Administrador do Complexo Cultural Mário Marques (2005); Superintendente de Cultura (2006/2011); Diretor do Centro de Memória de Nova Iguaçu (2012), Coordenador do Livro, Leitura, Conhecimento e Biblioteca, da Biblioteca Municipal Cial Brito (2019/2021). Recebeu Prêmio João do Vale em 2019, do Centro de Convivência Nordestina, e também o Prêmio Destaque Iguaçuano, na categoria Laranja da Terra, em 2021, da Fundação Educacional e Cultural de Nova Iguaçu - Fenig. Contemplado no Edital do Estado do Rio de Janeiro - Literatura Resiste, como proponente do Projeto Sarau Encontro de Poetas & Afins, em 2023. Premiado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Nova Iguaçu, com o Projeto Boas Práticas Ambientais, 2023.

Filhas: Thalita Indi Vasconcelos Matos; Nicole Carreiro Matos e Marília dos Santos Matos (esta, com Silvana Elisabeth dos Santos (Sil Lis), cônjuge desde 1992).

Obras[editar | editar código-fonte]

Poesia
  • 1980 – “Poemas Concretos”, em parceria com Dejair Esteves.[4]
  • 1981 – “Pedacinhos de substâncias essenciais a vida", em parceria com Dejair Esteves[4]
  • 1982 – “Poesia Baixadense”
  • 1983 – “Chama amar te amar” – Poesia mulher. Apresentação de Heloisa Buarque de Holanda.
  • 1992 – “Lirian Tabosa versus Moduan Matus”, ilustrações do artista plástico Raimundo Rodriguez.
  • 1992 – “Poemas de final de milênio”
  • 1994 – “Os fios estão em todas as partes”
  • 1996 – “Vermelho: um século de poesia”, citações de Leila Míccolis, Maria Amélia Mello, Flávio Nascimento, Douglas Carrara, Carlos Miranda, Ruy Afrânio Peixoto, Cézar Ray, Sil, Sérgio Fonseca, Ney Alberto Gonçalves de Barros e Eder Rodrigues.
  • 2004 – “Acepções do amor”
  • 2008 - "Signos: Poemas-Instalações"
  • 2011 - "Quintais Tropicais - Livro de Haicais"
  • 2011 - "A Palavra - Poemas Visuais" (em movimento no Youtube)
  • 2019 - "Crescentes Luas", infantojuvenil
  • 2019 - "Poemas Anagramáticos"
  • 2021 - "Poemas Baixadenses"

Poemas/Contos:

  • 2016 - "Dois em um: Poemas Travalinguistas (trava-língua) e Contos Minimalistas"

Filosofia:

  • 2008 – “Aforismos afloram”
  • 2019 - "Passwor[l]d: Aforismos

Ensaio:

  • 2021 - "Teoria e Prática da Literatura de Locação Baixadense"

História:

  • 2018 - "História de Nova Iguaçu"

Coletânea:

  • 1997 – “Anos 90 – Poetas na Baixada Fluminense – uma coletânea do fanzine Desmaio Públiko”
  • 2011 - "Poema Caótico - escrito coletivo escrito a 268 mãos"

Crônica:

  • 2000 – “Um olhar pelas janelas da Baixada Fluminense”
  • 2021 - "Um olhar pelas janelas da Baixada II"

Conto:

  • 2006 – “As margaridas estão cada vez mais raras”.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Notícias». Prefeitura de Nova Iguaçu. Consultado em 19 de agosto de 2008 [ligação inativa]
  2. Buarque de Hollanda, Heloísa. «Marginais, Alternativos, Independentes». Programa Avançado de Cultura Contemporânea - UFRJ. Consultado em 19 de agosto de 2008. Arquivado do original em 21 de dezembro de 2005 
  3. «Homenageados com a Medalha de Mérito Comendador Soares». Câmara Municipal de Nova Iguaçu. Consultado em 19 de agosto de 2008 
  4. a b «Poesia Brasileira». Biblioteca Chico Mendes. Consultado em 19 de agosto de 2008. Arquivado do original em 18 de setembro de 2011