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O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá: uma história de amor: diferenças entre revisões

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Dom Gato e dona Andorinha.''"</poem>
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A narrativa da história é feita em [[terceira pessoa]].
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*A Mãe Andorinha
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*O Rouxinol
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*A Cobra Cascavel
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*A Manhã
*A Manhã

Revisão das 19h20min de 4 de janeiro de 2012

Ficheiro:Gato e Andorinha.jpg

O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá: uma história de amor é uma novela escrita por Jorge Amado em 1948, em Paris, onde então residia com sua esposa, Zélia Gattai e seu filho João Jorge, quando este completou um ano de idade, como presente de aniversário. Foi colocada junto aos pertences de João Jorge e ficou perdida até 1976, quando, João, vasculhando seus guardados antigos, a reencontrou e finalmente tomou conhecimento de sua existência. Jorge Amado nunca pensara em publicá-la, mas após ser dada a Carybé por João, o artista plástico, grande amigo de Jorge, e por essa mesma amizade e por gosto, sobre as páginas datilografadas desenhou ilustrações, segundo Jorge "tão belas que todos as desejam admirar". Diante do incentivo indireto, Jorge cedeu à publicação da novela e constata no prefácio "se o texto não paga a pena, em troca não tem preço que possa pagar as aquarelas de Carybé" e, tão brilhantemente:

"O texto é editado como o escrevi em Paris, há quase trinta anos. Se fosse bulir nele, teria de reestruturá-lo por completo, fazendo-o perder sua única qualidade: a de ter sido escrito simplesmente pelo prazer de escrevê-lo, sem nenhuma obrigação de público e de editor."

Amado, Jorge - O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá: uma história de amor, Ed. Record, 1976, página 5.

Por dentro do Livro

É um livro infanto-juvenil inicialmente, mas versátil, é capaz de fazer qualquer leitor refletir sobre diversos fatores íntimos. Na dedicatória, feita em agosto de 1976, Jorge cita os nomes tais quais escritos por ele de seu filho João Jorge, de seu afilhado Nicolas Bay, seus netos Bruno, Mariana, Maria e Cecília, de Zélia Gattai e um dos muitos pseudônimos de um velho leitor seu que insistia em lhe enviar recortes de jornais com variadas matérias, Jarbas Carvalhal, que segundo ele, simbolizava seus leitores brasileiros e estrangeiros.

À página 7 é transcrita a trova de Estêvão da Escuna, poeta popular do Mercado das Sete Pontas, na Bahia:

"O mundo só vai prestar
Para nele se viver
No dia em que a gente ver
Um gato maltês casar
Com uma alegre andorinha
Saindo os dois a voar
O noivo e sua noivinha
Dom Gato e dona Andorinha."

--85.240.18.118 (discussão) 19h20min de 4 de janeiro de 2012 (UTC)== Técnica ==

A narrativa da história é feita em terceira pessoa. Seus tempo e espaço são osciláveis ao longo da novela. Primeiramente passa-se na "eternidade" e, subentende-se, no espaço entre o Céu e a Terra, onde a personagem Manhã atrasa-se para acender o Sol e por conta disso todo o mundo se atrasa e vai reclamar ao pai de todos, o Tempo. Quando Tempo, o Chronos, vai dar uma bronca na Manhã, vê-se enredado pela narrativa da história contada pela filha, que por sua vez ouvira do Vento, e promete-lhe perdoar o atraso e ainda dar-lhe uma rara rosa azul, caso ele apreciasse a história. A história do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá mostra os segundos tempo e espaço da narrativa. Passa-se num Parque onde todos os animais viviam e, como descreve Jorge "... antigamente, nas profundas do passado, quando os bichos falavam..." página 9, ao longo das quatro estações do ano. É composta por 15 capítulos. As principais Figuras de Linguagem da obra são: Metáfora Personificação

Personagens
  • O Gato Malhado
  • A Andorinha Sinhá
  • A Velha Coruja
  • O Reverendo Papagaio
  • A Vaca Mocha
  • O Pai Andorinha
  • A Mãe Andorinha
  • O Rouxinol
  • A galinha Cururu
  • O sapo Carijó
  • A Cobra Cascavel
  • A Manhã
  • O Tempo
  • O Vento
  • E diversos animais do parque.

A História

A narrativa envolve a relação de amor que existe entre dois animais completamente diferentes e inimigos naturais: um gato e uma ave.

Ao longo das estações do ano, partindo da Primavera nasce e se desenvolve um amor puro e sem barreiras para os amantes, mas sofrido pelos preconceitos, não somente pela distância entre as espécies, como também pela má fama do Gato Malhado, que quase todos do Parque diziam ser responsável por inúmeros crimes não solucionados. Os capítulos que abordam a Primavera compõem um terço do livro e descrevem o início do romance e como os animais do Parque viam essa relação.

O capítulo do Verão é curtíssimo; uma única página curta, e tem uma razão clara descrita: 'O Verão dura pouco, assim como a felicidade dos amantes'.

O capítulo do Outono é uma análise feita pelo próprio Gato Malhado sobre os últimos acontecimentos no qual ele escreve um soneto. Dá-se o início da queda do romance com uma carta escrita pela Andorinha Sinhá e entregue pelo Pombo-Correio, na qual ela jurava nunca mais o ver.

O capítulo da estação do Inverno é curto e conta o casamento da Andorinha Sinhá com o Rouxinol.

O último capítulo relata o fim do Gato Malhado que tomou a direção dos estreitos caminhos que conduzem à encruzilhada do mundo, a última lágrima derramada pela Andorinha Sinhá e a rosa azul que o Tempo deu para a Manhã.

Entre os capítulos há vários parêntesis.

A Metáfora

Pode-se dizer que o livro trata, metaforicamente, das diversas relações e situações de cunho sócio-cultural existentes, não só baianas, como brasileira e até mesmo mundial durante a primeira metade do século XX; até mesmo antes dessa época e ainda hoje existentes.

'Baianamente' lembra-se do Elevador Lacerda, que divide e une ao mesmo tempo o Alto e o Baixo da cidade de Salvador. O Gato, no plano baixo, não pode voar e se dar a certos luxos. Em contraponto, a Andorinha vive sobre os demais bichos, tendo um privilégio dado pelo berço, seu lugar de origem.

Adaptações

Na metade de década de 2000 foi produzida uma adaptação teatral de grande sucesso pelo Teatro Folha seguida de outras muitas releituras.


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