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O Triunfo de Baco

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O Triunfo de Baco
O Triunfo de Baco
Autor Diego Velázquez
Data 1629
Técnica Óleo sobre tela
Dimensões 165 × 225 
Localização Museu do Prado, Madrid

O Triunfo de Baco é uma pintura de Velázquez. Está localizada no Museu do Prado, em Madrid. Representa o deus Baco cercado por bêbados. ( Baco, conhecido como o Deus Dionísio) Também é conhecida como Los borrachos ("Os bêbados").

Velázquez pintou o quadro após chegar em Madrid, vindo de Sevilha, entre 1626 e 1628, logo antes de sua viagem pela Itália. Em Madrid, Velázquez pôde contemplar a coleção de pinturas italianas do rei. O pintor ficou impressionado pelos nus, assim como pelo tratamento da temática mitológica.

A obra foi pintada para Filipe IV de Espanha.

A pintura apresenta uma cena em que aparecem o deus Baco coroando, com uma coroa de folhas de videira, um dos sete bêbados a sua volta. O homem coroado pode ser um poeta inspirado pelo vinho.[1] Outro personagem semi-mitológico observa a coroação. Alguns dos personagens que acompanham a coroação olham para o espectador e sorriem.

Baco é representado como o deus que recompensou ou presenteou o ser humano com o vinho, que temporariamente os livra de seus problemas. Na literatura barroca, Baco é considerado uma alegoria sobre libertação humana da escravidão da vida diária. É possível que Velázquez tenha feito uma paródia da alegoria, por considerá-la medíocre.[1]

Na obra, o deus é representado como uma pessoa, mas sua pele é mais clara que a dos demais, para que possa ser mais facilmente reconhecido.

A cena pode ser dividida em duas partes. À esquerda, há a figura de Baco, bem iluminada, semelhante ao estilo italiano inspirado por Caravaggio. Baco e o personagem atrás dele remetem à mitologia clássica e são representados da maneira tradicional. Nota-se a idealização da face do deus, a luz que o ilumina e um estilo mais classicista.[1] O lado direito apresenta alguns bêbados, homens da rua que nos convidam a entrar na festa, com uma atmosfera bem espanhola, similar ao estilo de José de Ribera. Não há nenhuma idealização neles, que apresentam faces grandes e desgastadas. A luz que ilumina Baco não está presente neste lado, e as figuras são imersas em um chiaroscuro evidente. Ademais, as pinceladas são mais impressionistas.[1]

Velázquez introduz nesta obra um aspecto profano em um assunto mitológico, uma tendência que ele viria a cultivar mais durante os anos seguintes.

Há vários elementos que dão naturalismo à obra, como a garrafa e o jarro que aparecem no chão, próximas ao pé do deus, e o realismo do corpo da divindade. Jogando com o brilho, Velázquez deu relevo e texturas à garrafa e ao jarro, criando algo similar a uma natureza morta. Estes objetos são bastante similares aos que aparecem em pinturas do período sevilhano de Velázquez.

Pode ser observada no quadro a influência de Rubens (alguns[quem?] diriam que Rubens deu conselhos diretos sobre a pintura); Caravaggio, cujas cenas com retratos de Baco são semelhantes; e Ribera, cujos retratos de sábios populares, por vezes parecidos com mendigos, inspiraram Velázquez.

Referências

  1. a b c d L. Cirlot (org.), Museo del Prado II, Col. «Museos del Mundo», Volume 7, Espasa, 2007. ISBN 978-84-674-3810-9, pp. 20-21
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