Pax (dirigível)
Pax | |
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Em 1902 | |
Descrição | |
Fabricante | Henri Lachambre |
Quantidade produzida | 01 |
Custo unitário | 175.000 Francos franceses |
Primeiro voo em | 12 de maio de 1902 (122 anos) |
Tripulação | 02 |
Especificações | |
Propulsão | |
Motor(es) | 02 Buchet ( 16cv - 24cv ) |
Notas | |
Projetado por: Augusto Severo de Albuquerque Maranhão |
Pax foi um dirigível semirrígido.[1] Um acidente fatal ocorrido no seu primeiro voo, em 12 de Maio de 1902, em Paris, vitimou seu projetista Augusto Severo de Albuquerque Maranhão e o mecânico Georges Saché.
História
[editar | editar código-fonte]Tinha cerca de 31m de comprimento e um volume de 2493 m³. Possuía uma estrutura leve com duas hélices instaladas nas extremidades. Outras cinco hélices desempenhavam as funções de leme e estabilizador. Os dois motores, de 16 e 24 cv, eram de fabricação da Buchet.[1]
Foi construído por Henri Lachambre em Paris, ao custo foi de 175.000 francos. O balão foi inicialmente projetado para ser inflado com gás de carvão, ter 28m de comprimento e 11,5m no maior diâmetro. A plataforma da gôndola tinha 14 metros de comprimento e era pendurada com fios de metal na "camisa" de rede do balão. A construção utilizou bambu, madeira leve, alumínio e arame de aço. Era impulsionado por duas hélices, uma com 6m de diâmetro na parte de trás e uma com 3,9m de na frente do aeróstato.
Além disso, uma hélice de nacele com um diâmetro de 3m estava localizada na parte traseira, que deveria compensar o arrasto aerodinâmico da mesma. Em vez do leme usual, Severo usava duas hélices de controle, instaladas na frente e na traseira da plataforma, na direção oposta à da viagem. Todas as hélices eram de pá dupla e movidas por dois motores Buchet montados na frente e atrás da plataforma de gôndola. O motor traseiro tinha 24 cv e o dianteiro 16 cv.[1]
Verificou-se que a capacidade de ascensão era pequena e, portanto, as dimensões foram aumentadas para 30m de comprimento e 12,4m de diâmetro. Além disso, foi preenchido com o mais leve hidrogênio para que o balão suportasse o peso dos dois ocupantes e, usou-se lastro. Numa experiência realizada em 4 de Maio, 10 homens tiveram que segurá-lo com uma corda de dez metros enquanto as hélices estavam em funcionamento. Um segundo teste em 7 de Maio mostrou, como no anterior, o funcionamento adequado dos vários mecanismos.
Com boas condições do climáticas, aguardaram durante a tarde de 11 de Maio, até as 5 horas da manhã do dia seguinte. Ambos iniciaram a viagem de Paris a Issy-les-Moulineaux. Depois da decolagem bem sucedida, um dos motores parou a cerca de 400m de altitude, o que foi seguido por uma explosão. Os destroços da aeronave caíram na Avenue du Maine.[3] Este acidente resultou na morte de Augusto Severo e Georges Saché.
Sobre o desastre, Georges Méliès realizou o curta-metragem La Catastrophe du ballon "Le Pax",[4] que agora é considerado perdido.
Galeria
[editar | editar código-fonte]-
Élie-Victor Buchet [5] (esquerda) e Augusto Severo inspecionando um dos motores do Pax.
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Destroços do Pax na Avenue du Maine.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Acidentes e incidentes aéreos
- Aerostação
- Era pioneira da aviação
- Júlio César Ribeiro de Sousa
- Transporte aéreo no Brasil
Notas e referências
- ↑ a b c Invenções Brasileiras - Dirigível semirrígido. Acessado em 17/08/2018.
- ↑ Nesta foto, Alvaro Reis já foi confundido com Santos Dumont. Adicionado em 17/08/2018.
- ↑ This Day in Aviation - 12 May 1902. (em inglês) Acessado em 17/08/2018.
- ↑ IMDB - Catastrophe du ballon 'Le pax' (1902). (em inglês) Acessado em 17/08/2018.
- ↑ Explorations in motoring history: the proceedings of the First United Kingdom History of Motoring Conference, 12th October 1996. Autor: Bryan J. H. Brown. Oxbow Books, 1997, pág. 117, (em inglês) ISBN 9781900188487 Adicionado em 17/08/2018.
- ↑ Gallica - Le Figaro, 12 mai 1903. (em francês) Acessado em 17/08/2018.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Les premiers dirigeables français. Autor: Stéphane Nicolaou. E.T.A.I., 1997, (em francês) ISBN 9782726883181 Adicionado em 17/08/2018.
- My Air-Ships. Autor: Alberto Santos-Dumont. Read Books Ltd., 2013, (em inglês) ISBN 9781447486763 Adicionado em 17/08/2018.
- Santos Dumont e a física do cotidiano. Autor: Alexandre Medeiros. Editora Livraria da Fisica, 2006, pág. 156, ISBN 9788588325715 Adicionado em 17/08/2018.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Tribuna do Norte - Os 'voos' e os sonhos de Augusto Severo. Ramon Ribeiro, 11 de Novembro de 2016. Acessado em 17/08/2018.