Raqué (cacique)

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Cacique Raqué[1]
Nome completo Antônio Barbalho da Silva Segundo[2]
Nascimento 3 de outubro de 1950
Baía da Traição,
 Paraíba
Nacionalidade brasileiro(a)
Ocupação Líder indígena

Cacique Raqué, cujo nome de batismo é Antônio Barbalho da Silva Segundo (Baía da Traição, 3 de outubro de 1950), é um líder potiguara da região do litoral norte do estado brasileiro da Paraíba.[2] Pertencente à aldeia dos Galegos, Raqué já foi cacique e chefe do posto da Funai local.[1][nota 1]

Quando não está atuando como cacique, o cacique vive da agricultura de subsistência (mandioca, milho, batata-doce), e fruticultura, sobretudo mamões e cocos.

Líder indígena[editar | editar código-fonte]

Em 2001, Raqué esteve em Brasília representando seu povo para pedir a liberação para o cultivo de camarão, já que alegou dificuldades de obtenção pelo IBAMA. Tomou parte também no movimento indígena na Paraíba, do qual se afastou por alegar ter sofrido pressões políticas e até mesmo ameaças de morte. Por algumas vezes veiculou-se na mídia que ele seria responsável pela introdução e disseminação da prática de arrendamento nas terras indígenas da região.[1]

Certa vez, quando questionado a respeito da existência de arrendatários, afirmou:

Eu confirmo, doutor. Confirmo sem dúvida nenhuma que os brancos que vieram pra aqui não foi, não veio forçado. Foi nós mesmo que chamemos, porque realmente a gente não tinha outra saída pra sobreviver. E hoje todos trabalha. Não é uma coisa, uma mão de obra cara, que eu não vou dizer que é cara. É uma mão de obra regular. Todos ganha o pão. Que não tem outra saída. A saída é essa.[1][nota 2]

O cacique é incentivador da prática do surfe pelos índios nas praias da reserva, o que aconteceu com Diana Cristina de Souza, a Tininha, que com apenas treze anos recebeu a bênção do cacique para se tornar campeã do esporte — a surfista foi a única brasileira a vencer uma prova World Qualifying Series Champions no Costão do Santinho, em Santa Catarina, em 2003.[4][5]

Pai de vários filhos, em 2007 uma de suas filhas rezou o Pai Nosso cristão em tupi para uma seleta platéia de jornalistas e pesquisadores.[6] A iniciativa foi da Secretaria da Educação e Cultura da Paraíba, que fomentou o programa de aprendizado dessa língua aos potiguaras, já que ela caiu em desuso dentro dessa nação indígena desde o final do Século XVII, quando os jesuítas introduziram o português.[6]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Notas e referências

Notas

  1. Raqué ou Raké em tupi significa «guerreiro».[1][3]
  2. Transcrição ipsis litteris da narrativa.

Referências

  1. a b c d e MOONEN, Frans; MAIA, Luciano (1992). «Etno-história dos índios Potiguara» (PDF). /Secretaria da Educação e Cultura da Paraíba. Consultado em 19 de junho de 2013 
  2. a b Procuradoria Geral de Justiça (23 de novembro de 2006). «Juízo Federal da Segunda Vara» (PDF). Diário da justiça. Consultado em 19 de junho de 2013 
  3. GRÜNEWALD, Rodrigo de Azeredo (2005). Toré: regime encantado do índio do Nordeste. [S.l.]: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana. 328 páginas. ISBN : 9788570194213 Verifique |isbn= (ajuda) 
  4. CHAVES, Adriana (16 de setembro de 2003). «Indígena doma onda e rouba cena no mar». Folha de S.Paulo. Consultado em 19 de junho de 2013 
  5. Da redação (11 de outubro de 2008). «Tininha brilha no Arpoador e conquista etapa do WQS no Rio de Janeiro». Globo.com. Consultado em 19 de junho de 2013 
  6. a b GOUVÊA, Hilton. «Tecnologia versus farinha». Jornal A União. Consultado em 19 de junho de 2013 [ligação inativa]
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