Raquel Castro (realizadora)

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Raquel Castro
Nascimento 1976
Cidadania Portugal
Alma mater
Ocupação realizadora de cinema, curadora, investigadora
Empregador(a) Universidade Lusófona, Universidade Lusófona, Universidade Lusófona

Raquel Castro (Viseu, 1976), é uma realizadora e investigadora portuguesa premiada. É conhecida pelo seu trabalho de investigação sobre paisagens sonoras e por ter criado o Festival Soa em Lisboa.

Percurso[editar | editar código-fonte]

Raquel Castro nasceu em 1976 na cidade de Viseu, de onde saiu com 17 anos. [1][2]

Estudou na Universidade Católica de Lisboa, onde fez o bacharelato em gestão e desenvolvimento social. Seguiu-se a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa onde se mestrou e doutorou em Ciências da Comunicação. [3][4]

O seu interesse pelas paisagens sonoras despertou em 2003, quando percorreu o país com o realizador Tiago Pereira no âmbito do projecto PróMemória, que consistia na realização de uma série de vídeos sobre a etnografia de uma região através do imaginário infantil. Para tal efectuaram recolhas sonoras e visuais das tradições e realizaram ateliers de animação e vídeo com crianças do ensino básico. Começou a pensar na forma como o som se inscrevia nos lugares por onde passava e no inconsciente coletivo das comunidades que visitou e gravou. Nessa busca pela identidade acústica dos sítios por onde passava, Raquel Castro descobriu o conceito de Paisagem Sonora e a Ecologia Acústica, à qual dedicou as suas teses de mestrado e de doutoramento.

É também este seu interesse que a leva a criar, em 2016, o festival de arte sonora Lisboa Soa, cujo objectivo é criar uma experiência auditiva através da ocupação de espaços incomuns escolhidos pela a sua própria sonoridade, como a Estufa Fria, Palácio Sinel de Cordes, Mercado de Santa Clara e o reservatório da Mãe d'àgua.[5][6][7][8], entre muitos outros.

Raquel Castro é também fundadora e diretora simpósio internacional Invisible Places que teve a primeira edição em 2014, em Viseu, e a segunda em 2017, em S. Miguel, Açores.

As suas atividades enquanto investigadora e curadora resultaram em diferentes documentários, como Soundwalkers (2008) e SOA (2020), onde entrevistas, arte e ambientes sonoros se combinam para alargar a consciência sobre som.

Fez a curadorIa do ciclo de exposições de instalações sonoras Sound Art in Public Spaces, apresentado pelas seguintes organizações: Wilde Westen (Bélgica), NovemberMusic (Países Baixos), Spor Festival (Dinamarca), OnassisStegi (Grécia) e Ultima Olso (Noruega) entre 2021 e 2023,no contexto do projeto europeu Sounds Now. Participou ainda como curadora convidada no festival Tsonami (Chile) e colabora regularmente com outras organizações, artistas e festivais.

Os seus contributos valeram-lhe amplo reconhecimento internacional: em Março de 2023, foi nomeada Presidente do Conselho Executivo do World Forum for Acoustic Ecology, a associação internacional de organizações afiliadas e indivíduos que partilham uma preocupação com a qualidade das paisagens sonoras do mundo.

Em 2022, Castro fundou a associação cultural Sonora, com a qual cria e a produz projetos transdisciplinares no cruzamento entre arte, ciência, ecologia e som.


Prémios e Reconhecimento[editar | editar código-fonte]

2007 - Venceu o festival OvarVi~ideo com o documentário Leve Leve Non Caba Ué [9][4][10]

2020 - Com Soa, ganhou o Prémio de Melhor Filme Outros Olhares, atribuído no festival Caminhos do Cinema Português [11]

2021 - Selecionada pela rede europeia Sounds Now para fazer a curadoria do ciclo Sound Art in Public Spaces.

2021 - SOA foi uma das cinco longas-metragens selecionadas pela Academia Portuguesa de Cinema e Netflix no âmbito da Convocatória dirigida a realizadoras, produtoras e guionistas portuguesas. Estreou no catálogo mundial da Netflix em 2022.

2023 -

Filmografia Seleccionada[editar | editar código-fonte]

  • 2003 - Sonotigadores de Tradições (co-realizado com Tiago Pereira)
  • 2004 - A Arte da Memória (co-realizado com Tiago Pereira) [12]
  • 2007 - Leve Leve Non Caba Ué [9]
  • 2008 - Soundwalkers [13][14][10]
  • 2020 - Soa [15][16]

Referências

  1. «Raquel Castro e Tó Trips». Nheko (em inglês). Consultado em 18 de outubro de 2021 
  2. Berlim, Camões. «Raquel Castro». Camões Berlim (em inglês). Consultado em 18 de outubro de 2021 
  3. «Raquel Castro - CICANT Centre for Research in Applied Communication, Culture, and New Technologies». cicant.ulusofona.pt. Consultado em 18 de outubro de 2021 
  4. a b «Raquel Castro». Ciência Vitae 
  5. «Sobre». Lisboa Soa – Festival, Encontro de Arte Sonora. Consultado em 18 de outubro de 2021 
  6. Lusa. «Curadoria artística da Arte Sonora de Raquel Castro vai estar em cinco festivais europeus». PÚBLICO. Consultado em 18 de outubro de 2021 
  7. «Raquel Castro - Monoskop». monoskop.org. Consultado em 18 de outubro de 2021 
  8. «Visão | Documentário "Soa", de Raquel Castro, estreia-se hoje no festival IndieLisboa». Visão. 3 de setembro de 2020. Consultado em 18 de outubro de 2021 
  9. a b FBA, Copyright 2013 João Cunha, Ana Soares /. «Museu da Ciência». Museu da Ciência. Consultado em 18 de outubro de 2021 
  10. a b «Raquel Castro». interact (em inglês). Consultado em 18 de outubro de 2021 
  11. «"O Fim do Mundo" e outros premiados pelo Festival Caminhos regressam ao grande ecrã ⋆ Caminhos do Cinema Português». Consultado em 18 de outubro de 2021 
  12. «d'Orfeu - Tocar de Ouvido». dorfeu.pt. Consultado em 18 de outubro de 2021 
  13. Municipal, São Luiz Teatro. «SOUNDWALKERS». Teatro São Luiz. Consultado em 18 de outubro de 2021 
  14. «Raquel Castro's Soundwalkers - The Wire». The Wire Magazine - Adventures In Modern Music (em inglês). Consultado em 18 de outubro de 2021 
  15. «SOA, de RAQUEL CASTRO - Outros Olhares (2020)». Caminhos do Cinema Português. Consultado em 18 de outubro de 2021 
  16. «Soa». MUBI 
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Ligações Externas[editar | editar código-fonte]