Romantismo: diferenças entre revisões

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'''Romantismo''' foi um movimento [[arte|artístico]], [[Política|político]] e [[Filosofia|filosófico]] surgido nas últimas décadas do [[século XVIII]] na [[Europa]] que perdurou por grande parte do [[século XIX]]. Caracterizou-se como uma [[visão de mundo]] contrária ao [[racionalismo]] e ao [[iluminismo]]<ref>[http://www.ub.edu/histofilosofia/gmayos/4presentacio.htm "O Iluminismo frente ao Romantismo no marco da subjetividade moderna"] de G. Mayos (traduzido por Karine Salgado).</ref> e buscou um [[nacionalismo]] que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.

Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento, e o ''espírito romântico'' passa a designar toda uma [[visão de mundo]] centrada no [[indivíduo]]. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de [[escapismo]]. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo [[Iluminismo]] e pela [[razão]], o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela [[subjetividade]], pela emoção e pelo ''eu''.

O termo '''romântico''' refere-se ao movimento estético ou, em um sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objetivo.

O Romantismo é a arte do sonho e fantasia. Valoriza as forças criativas do indivíduo e da imaginação popular. Opõe-se à arte equilibrada dos clássicos e baseia-se na inspiração fugaz dos momentos fortes da vida subjetiva: na fé, no sonho, na paixão, na intuição, na saudade, no sentimento da natureza e na força das lendas nacionais.<ref>Livro Anglo Vestibulares; Português 2: Literatura I; Ano 2001</ref>


== Contexto histórico ==
== Contexto histórico ==
[[Ficheiro:Wappers belgian revolution.jpg|thumb|300px|left|"A Revolução Belga", de Wappers.]]
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== ==[[Categoria:Romantismo| ]]
O culto à natureza e à imaginação já havia começado com os escoceses no [[século XIII]], quando surgiram as primeiras histórias de [[cavaleiro]]s e [[donzela]]s, em [[verso]]. Nessa época, as [[narrativa]]s eram chamadas de [[romance]], palavra que deriva do advérbio latino ''romanice''<ref group="nota"> A palavra romanice foi utilizada, então, para definir um tipo de poema [[épico]]</ref>, que significa "na língua de Roma".<ref>[http://books.google.com.br/books?id=3X6hu3e3KbUC&pg=PA321&lpg=PA321&dq=Massaud+Moises+movimento+romantico&source=bl&ots=vl_Roa66HF&sig=VmCuVt73raHqjW75Q3D3V2QCS2c&hl=pt-BR&sa=X&ei=jeXET-6FCLD06AGJhrmcCg&ved=0CFcQ6AEwBQ#v=snippet&q=cavaleiros&f=false Moisés, Massaud. História da literatura brasileira. Das origens ao romantismo. Volume I, pg. 317. Editora Cultrix (2001).</ref>

A origem do que viria a ser conhecido como "Romantismo", no entanto, fora plantada no [[século XVII]], quando o [[Literatura classicista|"espírito clássico"]] começaria a ser contestado na [[Grã-Bretanha]].<ref group="nota">Filósofos como [[John Locke]] passariam a refutar as ideias de [[Descartes]] (o conhecimento se dá pelas razão) e a defender que a compreensão do mundo só é possível por meio dos sentidos.</ref>

O Romantismo surgiu na Europa em uma época em que o ambiente intelectual era de grande rebeldia. Na política, caíam sistemas de governo [[Despotismo|despóticos]] e surgia o [[liberalismo político]] (não confundir com o liberalismo econômico do Século XX). No campo social imperava o inconformismo. No campo artístico, o repúdio às regras. A [[Revolução Francesa]] é o clímax desse século de oposição.

Alguns autores neoclássicos já nutriam um sentimento mais tarde dito romântico antes de seu nascimento de fato, sendo assim chamados ''pré-românticos''. Nesta classificação encaixam-se [[Francisco Goya]] e [[Manuel Maria Barbosa du Bocage|Bocage]].

O Romantismo surge inicialmente naquela que futuramente seria a [[Alemanha]] e na [[Inglaterra]]. Na Alemanha, o Romantismo, teria, inclusive, fundamental importância na unificação germânica com o movimento [[Sturm und Drang]].

O Romantismo viria a se manifestar de forma bastante variada nas diferentes [[arte]]s e marcaria, sobretudo, a [[literatura]] e a [[música]] (embora ele só venha a se manifestar realmente aqui mais tarde do que em outras artes). À medida que a escola foi sendo explorada, foram surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade. Destes críticos surgiu o movimento que daria forma ao [[Realismo]].

No Brasil, o romantismo coincidiu com a [[Independência do Brasil|Independência política do Brasil]] em 1822, com o [[Primeiro reinado]], com a [[guerra do Paraguai]] e com a [[Abolicionismo|campanha abolicionista]].

== Características ==
O romantismo seria dividido em 3 gerações:
* 1ºgeração — As características centrais do romantismo viriam a ser o lirismo, o [[subjetivismo]], o [[sonho]] de um lado, o exagero, a busca pelo exótico e pelo inóspito de outro. Também destacam-se o nacionalismo, presente da colectânea de textos e documentos de caráter fundacional e que remetam para o nascimento de uma nação, fato atribuído à época medieval, a idealização do mundo e da mulher e a depressão por essa mesma idealização não se materializar, assim como a fuga da realidade e o escapismo. A mulher era uma musa, ela era amada e desejada mas não era tocada.
* 2ºgeração — Eventualmente também serão notados o [[pessimismo]] e um certo gosto pela [[morte]], religiosidade e naturalismo. A mulher era ''alcançada'' mas a felicidade não era atingida.
* 3ºgeração — Seria a fase de transição para outra corrente literária, o realismo, a qual denuncia os vícios e males da sociedade, mesmo que o faça de forma enfatizada e irónica (vide [[Eça de Queirós]]), com o intuito de pôr a descoberto realidades desconhecidas que revelam fragilidades. A mulher era idealizada e acessível.

=== Individualismo ===
Os românticos libertam-se da necessidade de seguir formas reais de intuito humano, abrindo espaço para a manifestação da individualidade, muitas vezes definida por emoções e sentimentos.

=== Subjetivismo ===
O romancista trata dos assuntos de forma pessoal, de acordo com sua opinião sobre o mundo. O subjetivismo pode ser notado através do uso de verbos na primeira pessoa. Trata-se sempre de uma opinião parcelada, dada por um individuo que baseia sua perspectiva naquilo que as suas sensações captam. Com plena liberdade de criar, o artista romântico não se acanha em expor suas emoções pessoais, em fazer delas a temática sempre retomada em sua obra.

=== Idealização ===
Empolgado pela imaginação, o autor idealiza temas, exagerando em algumas de suas características. Dessa forma, a mulher é vista como uma virgem frágil, o índio é visto como herói nacional e a noção de pátria também é idealizada.

=== Sentimentalismo exacerbado ===
Praticamente todos os poemas românticos apresentam [[sentimentalismo]] já que essa escola literária é movida através da emoção, sendo as mais comuns a saudade, a tristeza e a desilusão. Os poemas expressam o sentimento do poeta, suas emoções e são como o relato sobre uma vida.

O romântico analisa e expressa a realidade por meio dos sentimentos. E acredita que só sentimentalmente se consegue traduzir aquilo que ocorre no interior do indivíduo relatado.

Emoção acima de tudo.

=== Egocentrismo ===
Como o nome já diz, é a colocação do [[ego]] no centro de tudo. Vários artistas românticos colocam, em seus poemas e textos, os seus sentimentos acima de tudo, destacando-os na obra. Pode-se dizer, talvez, que o egocentrismo é um subjetivismo exagerado.

=== Natureza interagindo com o eu lírico ===
A natureza, no Romantismo, expressa aquilo que o eu-lírico está sentindo no momento narrado. A natureza pode estar presente desde as estações do ano, como formas de passagens, à tempestades, ou dias de muito sol. Diferentemente do Arcadismo, por exemplo, que a natureza é mera paisagem. No Romantismo, a natureza interage com o eu-lírico.A natureza funciona quase como a expressão mais pura do estado de espírito do poeta.

=== Grotesco e sublime ===
Há a fusão do belo e do feio, diferentemente do arcadismo que visa a idealização do personagem principal, tornando-o a imagem da perfeição. Como exemplo, temos o conto de [[A Bela e a Fera]], no qual uma jovem idealizada, se apaixona por uma criatura horrenda.

=== Medievalismo ===
Alguns românticos se interessavam pela origem de seu povo, de sua língua e de seu próprio país. Na Europa, eles acharam no cavaleiro fiel à pátria um ótimo modo de retratar as culturas de seu país. Esses poemas se passam em eras medievais e retratavam grandes guerras e batalhas.

=== Indianismo ===
É o medievalismo "adaptado" ao Brasil. Como os brasileiros não tinham um cavaleiro para idealizar, os escritores adotaram o índio como o ícone para a origem nacional e o colocam como um herói. O indianismo resgatava o ideal do "bom selvagem" ([[Jean-Jacques Rousseau]]), segundo o qual a sociedade corrompe o homem e o homem perfeito seria o índio, que não tinha nenhum contato com a sociedade européia.

=== Byronismo ===
Inspirado na vida e na obra de [[Lord Byron]], poeta inglês. Estilo de vida boêmio, voltado para vícios, bebida, fumo , podendo estar representado no personagem ou na própria vida do autor romântico. O byronismo é caracterizado pelo narcisismo, pelo egocentrismo, pelo pessimismo, pela angústia.

== Romantismo nas belas artes ==
{{Artigo principal|[[Pintura do romantismo]]}}

[[Ficheiro:Eugène Delacroix - La liberté guidant le peuple.jpg|right|thumb|200px|''A Liberdade guiando o povo'', Eugène Delacroix.]]

Segundo [[Giulio Carlo Argan]] na sua obra ''Arte moderna''. O Romantismo e o Neoclassicismo são simplesmente duas faces de uma mesma moeda. Enquanto o neoclássico busca um ideal sublime, objetivando o mundo, o romântico faz o mesmo, embora tenda a subjetivar o mundo exterior. Os dois movimentos estão interligados, portanto, pela idealização da realidade (mesmo que com resultados diversos).

As primeiras manifestações românticas na [[pintura]] ocorreram quando [[Francisco Goya]] passou a pintar depois de começar a perder a audição. Um quadro de temática neoclássica como Saturno devorando seus filhos, por exemplo, apresenta uma série de emoções para o espectador que o fazem se sentir inseguro e angustiado. Goya cria um jogo de luz-e-sombra, linhas de composição diagonais e pinceladas "grosseiras" de forma a acentuar a situação dramática representada. Apesar de Goya ter sido um acadêmico, o Romantismo somente chegaria à Academia mais tarde.

O francês [[Eugène Delacroix]] é considerado um pintor romântico por excelência. Sua tela [[A Liberdade guiando o povo]] reúne o vigor e o ideal românticos em uma obra que estrutura-se em um turbilhão de formas. O tema são os [[Revoluções de 1830|revolucionários de 1830]] guiados pelo espírito da Liberdade (retratados aqui por uma mulher carregando a bandeira da [[França]]). O artista coloca-se metaforicamente como um revolucionário ao se retratar em um personagem da turba, apesar de olhar com uma certa reserva para os acontecimentos (refletindo a influência burguesa no romantismo). Esta é provavelmente a obra romântica mais conhecida.

A busca pelo exótico, pelo inóspito e pelo selvagem formaria outra característica fundamental do Romantismo. Exaltavam-se as sensações extremas, os paraísos artificiais, a natureza em seu aspecto mais bruto. Lançar-se em "aventuras" ao embarcar em navios com destino aos polos, por exemplo, tornou-se uma forma de inspiração para alguns artistas. O pintor inglês [[William Turner]] refletiu este espírito em obras como [[Mar em tempestade]] onde o retrato de um fenômeno da Natureza é usado como forma de atingir os sentimentos supracitados.

== Romantismo na literatura ==
[[Ficheiro:Johann Heinrich Wilhelm Tischbein 007.jpg|left|thumb|Poeta Goethe na Itália.]]

O Romantismo surge na literatura quando os escritores trocam o [[mecenas|mecenato]] aristocrático pelo editor, precisando assim cativar um público leitor. Esse público estará entre os pequenos burgueses, que não estavam ligados aos valores literários [[Classicismo|clássicos]] e, por isso, apreciariam mais a emoção do que a sutileza das formas do período anterior. A história do Romantismo literário é bastante controversa.

Em primeiro lugar, as manifestações em poesia e prosa popular na Inglaterra são os primeiros antecedentes, embora sejam consideradas "[[pré-Romantismo|pré-românticas]]" em sentido lato. Os autores ingleses mais conhecidos desse pré-Romantismo "extra-oficial" são [[William Blake]] (cujo misticismo latente em ''[[The Marriage of Heaven and Hell]]'' - ''O Casamento do Céu e Inferno'', [[1793]] atravessará o Romantismo até o [[Simbolismo]]) e [[Edward Young]] (cujos ''Night Thoughts'' - ''Pensamentos Noturnos'', 1742, re-editados por Blake em 1795, influenciarão o [[Ultra-Romantismo]]), ao lado de [[James Thomson]], [[William Cowper]] e [[Robert Burns]]. O Romantismo "oficial" é reconhecido nas figuras de [[Samuel Taylor Coleridge|Coleridge]] e [[William Wordsworth|Wordsworth]] (''Lyrical Ballads'' - ''Baladas Líricas'', 1798), fundadores; [[Byron]] (''Childe Harold's Pilgrimage'', ''Peregrinação de Childe Harold'', 1818), [[Percy Bysshe Shelley|Shelley]] (''Hymn to Intellectual Beauty'' - ''Hino à Beleza Intelectual'', 1817) e [[John Keats|Keats]] (''Endymion'', 1817), após o [[Romantismo de Jena]].

Em segundo lugar, os alemães procuraram renovar sua literatura através do retorno à natureza e à essência humana, com assídua recorrência ao "pré-Romantismo extra-oficial" da Inglaterra. Esses escritores alemães formaram o movimento [[Sturm und Drang]] (tempestade e ímpeto), donde surge então, mergulhado no sentimentalismo, o pré-Romantismo "oficial", isto é, conforme as convenções historiográficas. [[Goethe]] (''Die Leiden des Jungen Werther'' - ''[[Os Sofrimentos do Jovem Werther|O Sofrimento do Jovem Werther]]'', 1774), [[Schiller]] (''An die Freude'' - ''Ode à Alegria'', 1785) e [[Herder]] (''Auszug aus einem Briefwechsel über Ossian und die Lieder alter Völker'' - ''Extrato da correspondência sobre Ossian e as canções dos povos antigos'', 1773) formam a Tríade. Alguns jovens alemães, como [[Friedrich Schlegel|Schegel]] e [[Novalis]], com novos ideais artísticos, afirmam que a literatura, enquanto arte literária, precisa expressar não só o sentimento como também o pensamento, fundidos na ironia e na auto-reflexão. Era o Romantismo de Jena, o único Romantismo autêntico em nível internacional.

Em terceiro lugar, a difusão européia do Romantismo tomou como românticas as formas pré-românticas da Inglaterra e da Alemanha, privilegiando, portanto, apenas o ''sentimentalismo'' em detrimento da complicada ''reflexão'' do Romantismo de Jena. Por isso, mundialmente, o Romantismo é uma extensão do pré-Romantismo. Assim, na França, destacam-se [[Stendhal]], [[Victor Hugo|Hugo]] e [[Alfred de Musset|Musset]]; na Itália [[Giacomo Leopardi|Leopardi]] e [[Manzoni]]; em Portugal [[Almeida Garrett|Garrett]] e [[Alexandre Herculano|Herculano]]; na Espanha [[José de Espronceda|Espronceda]] e [[José Zorilla|Zorilla]].

Tendo o liberalismo como referência ideológica, o Romantismo renega as formas rígidas da literatura, como versos de métrica exata. O romance se torna o gênero narrativo preferencial, em oposição à epopéia. É a superação da [[retórica]], tão valorizada pelos clássicos.

Os aspectos fundamentais da temática romântica são o [[historicismo]] e o individualismo. O historicismo está representado nas obras de [[Walter Scott]] (Inglaterra), [[Vitor Hugo]] (França), [[Almeida Garrett]] (Portugal), [[José de Alencar]] (Brasil), entre tantos outros. São resgates históricos apaixonados e saudosos ou observações sobre o momento histórico que atravessava-se àquela altura, como no caso de [[Balzac]] ou [[Stendhal]] (ambos franceses).

A outra vertente, focada no individualismo, traz consigo o culto do egocentrismo, vazado de melancolia e pessimismo ([[Mal do século|Mal-do-Século]]). Pelo apego ao intimismo e a valores extremados, foram chamados de Ultra-Românticos. Esses escritores como [[Lord Byron|Byron]], [[Alfred de Musset]] e [[Álvares de Azevedo]] beberam do [[Sturm und Drang]] alemão, perpetuando as fontes sentimentais.

O romantismo é um movimento que vai contra o avanço da modernidade em termos da intensa racionalização e mecanização. É uma crítica à perda das perspectivas que fogem àquelas correlacionadas à razão. Por parte o romantismo nos mostra como bases de vida o amor e a liberdade.

== Romantismo na música ==
{{Artigo principal|[[Era romântica]]}}

As primeiras evidências do romantismo na música aparecem com [[Ludwig van Beethoven|Beethoven]]. Suas sinfonias, a partir da terceira, revelam uma música com temática profundamente pessoal e interiorizada, assim como algumas de suas sonatas para piano também, entre as quais é possível citar a ''Sonata Patética''.

Outros compositores como [[Chopin]], [[Tchaikovsky]], [[Felix Mendelssohn]], [[Liszt]], [[Grieg]] e [[Brahms]] levaram ainda mais adiante o ideal romântico de Beethoven, deixando o rigor formal do [[Classicismo]] para escreverem músicas mais de acordo com suas emoções.

Na [[ópera]], os compositores mais notáveis foram [[Verdi]] e [[Wagner]]. O primeiro procurou escrever óperas, em sua maioria, com conteúdo épico ou patriótico - entre as quais as óperas ''[[Nabucco]]'', ''[[I Vespri Sicilianni]]'', ''[[I Lombardi nella Prima Crociata]]'' - embora tenha escrito também algumas óperas baseadas em histórias de amor como [[La Traviata]]; O segundo enfocava histórias mitológicas germânicas, caso da Tetralogia do [[Anel do Nibelungo]] e outras óperas como ''[[Tristão e Isolda]]'' e ''[[O Holandês Voador]], ou sagas medievais como ''[[Tannhäuser und der Sängerkrieg aus Wartburg|Tannhäuser]]'', ''[[Lohengrin (ópera)|Lohengrin]]'' e ''[[Parsifal]]''. Mais tarde na [[Itália]] o romantismo na ópera se desenvolveria ainda mais com [[Puccini]].

== Romantismo em Portugal ==
{{Artigo principal|[[Romantismo em Portugal]]}}

Teve como marco inicial a publicação do poema "Camões", de Almeida Garrett, em 1825, e durou cerca de 40 anos terminando por volta de 1865 com a [[Questão Coimbrã]].

A Primeira Geração do Romantismo em Portugal vai de 1825 a 1840. Seus principais autores são [[Almeida Garrett]], [[Alexandre Herculano]], [[Antônio Feliciano de Castilho]]. A Segunda Geração, ultra-Romântica, de 1840 a 1860 e tem como principais autores, [[Camilo Castelo Branco]] e [[Soares de Passos]]. A Terceira Geração, pré-Realista, de 1860 a 1870, aproximadamente, teve como principais autores [[Júlio Dinis]] e [[João de Deus]].

== Romantismo no Brasil ==
{{Artigo principal|[[Romantismo no Brasil]]}}

De acordo com o tema principal, os romances no Brasil podem ser classificados como indianistas, urbanos ou históricos e regionalistas.
No romance indianista, o índio era o foco da literatura, pois era considerado uma autêntica expressão da nacionalidade, e era altamente idealizado. Como um símbolo da pureza e da inocência, representava o homem não corrompido pela sociedade, o não capitalista, além de assemelhar-se aos heróis medievais, fortes e éticos. Junto com tudo isso, o indianismo expressava os costumes e a linguagem indígenas, cujo retrato fez de certos romances excelentes documentos históricos.

Os romances urbanos tratam da vida na capital e relatam as particularidades da vida cotidiana da burguesia, cujos membros se identificavam com os personagens. Os romances faziam sempre uma crítica à sociedade através de situações corriqueiras, como o casamento por interesse ou a ascensão social a qualquer preço.

Por fim, o romance regionalista propunha uma construção de texto que valorizasse as diferenças étnicas, linguísticas, sociais e culturais que afastavam o povo brasileiro da Europa, e caracterizava-os como uma nação. Os romances regionalistas criavam um vasto panorama do Brasil, representando a forma de vida e individualidade da população de cada parte do país. A preferência dos autores era por regiões afastadas de centros urbanos, pois estes estavam sempre em contato com a Europa, além de o espaço físico afetar suas condições de vida.

'''A primeira geração''' (nacionalista–indianista) era voltada para a natureza, o regresso ao passado histórico e ao medievalismo. Cria um herói nacional na figura do índio, de onde surgiu a denominação de ''geração indianista''. O sentimentalismo e a religiosidade são outras características presentes. Entre os principais autores podemos destacar [[Gonçalves de Magalhães]], [[Gonçalves Dias]] e [[Araújo Porto Alegre]]. Gonçalves de Magalhães foi o introdutor do Romantismo no Brasil. Obras: [[Suspiros Poéticos e Saudades]]. Gonçalves Dias foi o mais significativo poeta romântico brasileiro. Obras: [[Canção do exílio]], [[I-Juca-Pirama]]. Araújo Porto Alegre fundou com os outros dois a Revista Niterói-Brasiliense

Entre as principais características da primeira geração romântica no Brasil estão: o nacionalismo ufanista, o indianismo, o subjetivismo, a religiosidade, o brasileirismo (linguagem), a evasão do tempo e espaço, o egocentrismo, o individualismo, o sofrimento amoroso, a exaltação da liberdade, a expressão de estados de alma, emoções e sentimentalismo.

'''A segunda geração''', também conhecida como ''Byroniana'' e ''Ultrarromantismo'', recebeu a denominação de [[mal do século]] pela sua característica de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão.

Entre seus principais autores estão [[Álvares de Azevedo]], [[Casimiro de Abreu]], [[Fagundes Varela]], [[Junqueira Freire]] e [[Pedro de Calasans]]. Álvares de Azevedo fazia parte da sociedade epicuréia destinada a repetir no Brasil a existência boêmia de Byron. Obras: Pálida à Luz, Soneto, Lembranças de Morrer, Noite na Taverna. Casimiro de Abreu escreveu As Primaveras, Poesia e amor, etc. Fagundes Varela, embora byroniano, já tinha em sua poesia algumas características da terceira geração do romantismo. Junqueira Freire, com estilo dividido entre a homossexualidade e a heterossexualidade, demonstrava as idiossincrasias da religião católica do século XIX.

Já as principais características da segunda geração foram o profundo subjetivismo, o egocentrismo, o individualismo, a evasão na morte, o saudosismo (lamentação) em Casimiro de Abreu, por exemplo, o pessimismo, o sentimento de angústia, o sofrimento amoroso, o desespero, o satanismo e a fuga da realidade.

Por fim há a '''terceira geração''', conhecida também como geração [[Condoreirismo|Condoreira]], simbolizada pelo Condor, uma ave que costuma construir seu ninho em lugares muito altos e tem visão ampla sobre todas as coisas, ou Hugoniana, referente ao escritor francês Victor Hugo, grande pensador do social e influenciador dessa geração.

Os destaques desta geração foram [[Castro Alves]], [[Sousândrade]] e [[Tobias Barreto]]. Castro Alves, denominado "Poeta dos Escravos", o mais expressivo representante dessa geração com obras como Espumas Flutuantes e Navio Negreiro. Sousândrade não foi um poeta muito influente, mas tem uma pequena importância pelo descritivismo de suas obras. Tobias Barreto é famoso pelos seus poemas românticos.

As principais características são o erotismo, a mulher vista com virtudes e pecados, o abolicionismo, a visão ampla e conhecimento sobre todas as coisas, a realidade social e a negação do amor platônico, com a mulher podendo ser tocada e amada.

Essas três gerações citadas acima apenas se aplicam para a poesia romântica, pois a prosa no Brasil não foi marcada por gerações, e sim por estilos de textos - indianista, urbano ou regional - que aconteceram todos simultaneamente.

No país, entretanto, o romantismo perdurará até à década de 1880. Com a publicação de [[Memórias Póstumas de Brás Cubas]], por [[Machado de Assis]], em 1881, ocorre formalmente a passagem para o período realista.

=== Principais escritores românticos brasileiros ===
* [[Gonçalves Dias]]: principal poeta romântico e uns dos melhores da língua portuguesa, nacionalista, autor da famosa ''Canção do Exílio'', da nem tão famosa ''I-Juca-Pirama'' e de muitos outros poemas.
* [[Álvares de Azevedo]]: o maior romântico da Segunda Geração Romântica; autor de ''Lira dos Vinte Anos'', ''Noite na Taverna'' e ''Macário''.
* [[Castro Alves]]:grande representante da Geração Condoeira, escreveu, principalmente, poesias abolicionistas como o ''Navio Negreiro''.
* [[Joaquim Manuel de Macedo]], romancista urbano escreveu ''A Moreninha'' e também ''O Moço Loiro''.
* [[José de Alencar]], principal romancista romântico. Romances urbanos: ''Lucíola''; ''A Viuvinha''; ''Cinco Minutos''; ''Senhora''. Romances regionalistas: ''O Gaúcho'', ''O Sertanejo'', ''O Tronco do Ipê''. Romances históricos: ''A Guerra dos Mascates''; ''As Minas de Prata''. Romances indianistas: ''O Guarani'', ''Iracema e o Ubirajara''.
* [[Manuel Antônio de Almeida]]: romancista urbano, precursor do [[Realismo]]. Obras: ''Memórias de um Sargento de Milícias''.
* [[Bernardo Guimarães]]: considerado fundador do ''regionalismo''. Obras: ''A Escrava Isaura''; "O Seminarista"
* [[Franklin Távora]]: regionalista. Obra mais importante: ''O Cabeleira''.
* [[Visconde de Taunay]]: regionalista. Obra mais importante: ''Inocência''.
* [[Machado de Assis]]: estilo único, dotado de fase romântica e realista. Em sua fase romântica destacam-se "A Mão e a Luva" e "Helena". Ainda em tal fase realizava análise psicológica e crítica social, mostrando-se atípico dentre os demais românticos

=== Demais artes ===
Apesar da produção literária ser predominantemente romântica, vive-se no país neste período um grande incentivo ao [[academicismo]] e ao [[neoclassicismo]]. O neoclássico é o estilo oficial do [[Império brasileiro|Império]] recém-proclamado e o grande centro das artes no país é a [[Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro|Escola Imperial de Belas Artes]] do [[Rio de Janeiro]], lar do neoclassicismo no Brasil, sob influência direta da [[Missão francesa]] trazida pelo Príncipe-Regente [[João VI de Portugal|D. João VI]]. Principais características: subjetivismo, evasão, erotismo, senso de mistério e religiosidade.

{{Referências}}

{{Notas}}

== {{Bibliografia}} ==
* ''Manual de Literatura Brasileira'' ('''Sergius Gonzaga''', ''Mercado Aberto'', cap. III, págs. 37-82, 1985, [[Porto Alegre]])
* William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar.''Português: Linguagens,São Paulo, Atual Editora, 2003, cap. XVI.

== {{Ver também}} ==
* [[Anexo:Lista de artistas do Romantismo]]
* [[Romantismo sombrio]]
* [[Walhala]]
* [[Fritz Stern]]
* [[Realismo]]

== {{Ligações externas}} ==
* {{Link|pt|2=http://www.universal.pt/scripts/hlp/hlp.exe/artigo?cod=6_193|3=Enciclopédia Universal}}
* {{Link|pt|2=http://www.janusonline.pt/sociedade_cultura/sociedade_1999_2000_1_28_d.html|3=Literatura romântica portuguesa}}


{{Bom interwiki|no}}

[[Categoria:Romantismo| ]]
[[Categoria:Movimentos culturais]]
[[Categoria:Movimentos culturais]]
[[Categoria:Literatura por movimento artístico]]
[[Categoria:Literatura por movimento artístico]]

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Revisão das 14h01min de 11 de março de 2014

Contexto histórico

"A Revolução Belga", de Wappers.

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