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Ruy Duarte de Carvalho

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Ruy Duarte de Carvalho
Nome completo Ruy Alberto Duarte Gomes de Carvalho
Outros nomes Rui Duarte
Nascimento 22 de abril de 1941
Santarém, Portugal
Morte 12 de agosto de 2010 (69 anos)
Swakopmund, Namíbia
Cidadania angolana
Alma mater École des hautes études en sciences sociales
Ocupação poeta, cineasta, antropólogo, romancista
Período de atividade 1970–2010
Prémios Prémio Literário Casino da Póvoa (2008)
Género literário poesia, romance, conto, literatura de viagem
Magnum opus Desmedida (2006)

Ruy Duarte de Carvalho (Santarém, 1941Swakopmund, 2010) foi um escritor, cineasta e antropólogo angolano.[1][2]

Português de nascimento, passou a infância em Moçâmedes, voltando a Santarém, em 1955. Depois do Curso de Regentes Agrícolas, que realizou na então Escola de Regentes Agrícolas de Santarém (atual Escola Superior Agrária), em 1960, foi exercer funções na Estação Experimental do Caraculo, na então Moçâmedes. A seguir trabalhou também nos setores da cafeicultura e da pecuária. Em 1971 resolveu instalar-se em Lourenço Marques, onde foi chefe de produção numa fábrica de cerveja.

Em 1972 parte para Londres, a fim de estudar realização de cinema. Ao regressar seria admitido na Televisão Popular de Angola, como realizador. É autor das longas-metragens Nelisita: narrativas nyaneka (1982) e Moia: o recado das ilhas (1989), após uma série de obras documentais.

Adquirindo a nacionalidade angolana em 1983,[3] voltou a sair da antiga colónia para se doutorar em Antropologia, na École des Hautes Études de Sciences Sociales, em Paris.

A partir de 1976 conciliou a escrita, o cinema e o ensino na Universidade de Luanda. Na década de 2000, leccionou como professor convidado na Universidade de Coimbra e na Universidade de São Paulo, no Brasil. Passou também uma temporada em Berkeley como investigador convidado.

Autor de referência da língua portuguesa, publicou, entre outras obras, Chão de Oferta (1972) e A Decisão da Idade (1976), reunindo em Lavra (2000), a sua obra poética quase completa. Na ficção salienta-se Como se o mundo não tivesse Leste (1977), e Os Papéis do Inglês (2000). Outros registos literários consistem em Vou lá visitar pastores (1999), uma etnografia, e Actas da Maianga - Dizer da(s) guerra(s) em Angola (2003), reunindo crónicas e pensamentos dispersos.

Recebeu o Prémio Literário Casino da Póvoa com Desmedida - Luanda, São Paulo, São Francisco e volta (2008). Também em 2008 o Centro Cultural de Belém realizou um ciclo sobre a sua vida e obra, o primeiro que dedicou a um autor de língua portuguesa.

À data da sua morte residia em Swakopmund, na Namíbia.

Poesia:

  • 1972 Chão de Oferta, Luanda, Culturang ((prémio Motta Veiga de Poesia, Luanda, Angola, 1972)
  • 1976 A Decisão da Idade, Luanda/ Lisboa, União dos Escritores Angolanos/Sá da Costa Editora
  • 1978 Exercícios de Crueldade, Lisboa, “e Etc.”
  • 1980 Sinais Misteriosos... Já se Vê..., Luanda/ Lisboa, União dos Escritores Angolanos/ Edições 70 (menção honrosa, Exposição dos Livros Mais Belos do Mundo, Leipzig)
  • 1982 Ondula, Savana Branca, Luanda/ Lisboa, União dos Escritores Angolanos/ Sá da Costa Editora
  • 1987 Lavra Paralela, Luanda, União dos Escritores Angolanos
  • 1988 Hábito da Terra, Luanda, União dos Escritores Angolanos (prémio Nacional de Literatura, 1989)
  • 1992 Memória de Tanta Guerra, Lisboa, Editora Vega
  • 1997 Ordem de Esquecimento, Lisboa, Quetzal Editores
  • 2000 Lavra Reiterada, Luanda, Edições Nzila
  • 2000 Observação Directa, Lisboa, Livros Cotovia
  • 2005 Lavra (poesia reunida 1972-2000), Lisboa, Livros Cotovia

Narrativa:

  • 1999 Vou lá visitar pastores, Lisboa, Livros Cotovia
  • 2003 Actas da Maianga, Lisboa, Livros Cotovia
  • 2007 Desmedida, Luanda/São Paulo - São Francisco e Volta/Livros Cotovia

Ficção:

  • 1977 Como se o Mundo não Tivesse Leste, Luanda/ Porto, UEA/Limiar
  • 2000 Os Papéis do Inglês, Lisboa, Livros Cotovia
  • 2005 As paisagens Propícias, Lisboa, Livros Cotovia
  • 2009 A Terceira Metade, Lisboa, Livros Cotovia

Ensaio

  • 1980 O Camarada e a Câmara, cinema e antropologia para além do filme etnográfico, Luanda, INALD
  • 1989 Ana a Manda – os Filhos da Rede, Lisboa, IICT
  • 1997 A Câmara, a Escrita e a Coisa Dita – Fitas, Textos e Palestras, Luanda, INALD
  • 1997 Aviso à Navegação – olhar sucinto e preliminar sobre os pastores Kuvale, Luanda, INALD
  • 2002 Os Kuvale na História, nas Guerras e nas Crises, Luanda, Edições Nzila -
  • 2008 A Câmara, a escrita e a coisa dita, Lisboa, Livros Cotovia
  • 1976 - Uma Festa para Viver, 40', p/b, 16mm, TPA
  • 1976 - Angola 76, É a Vez da Voz do Povo (série de 3 episódios documentais, 100’, p/b, 16 mm, TPA)
  • 1976 - Faz Lá Coragem, Camarada, 12O', p/b, 16 mm, TPA
  • 1976 - O Deserto e os Mucubais, 2O', p/b, 16mm, TPA
  • 1979 - Presente Angolano, Tempo Mumuíla (série de 10 episódios documentais, cerca de 6 horas, p/b e cor, 16 mm, TPA)
  • 1982 - O Balanço do Tempo na Cena de Angola, 45', cor, 16 mm, IAC
  • 1982 - Nelisita: narrativas nyaneka, 7O', p/b, 16 mm, IAC
  • 1986 - Videocarta para o meu irmão Antoninho. 40', cor, video, Maritimo futebol clube da Samba.
  • 1989 - Moia: o Recado das Ilhas, 90’, cor, 35 mm, Madragoa Filmes / Gemini Films
  1. Escritor e cineasta angolano Ruy Duarte de Carvalho é encontrado morto Caderno Ilustrada - Portal Folha — acessado em 12 de agosto de 2010
  2. Fischgold, Christian. «Ruy Alberto Duarte Gomes de Carvalho». Vida Lusófonas. Consultado em 17 de maio de 2017 
  3. Morreu o escritor Ruy Duarte de Carvalho - Expresso

Ligações Externas

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