Síndrome de congestão pélvica

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Síndrome da congestão venosa pélvica
Síndrome de congestão pélvica
Mioma de útero grande (9 cm) que está causando síndrome de congestão pélvica, como visto na imagem de tomografia computadorizada
Especialidade urologia, ginecologia
Classificação e recursos externos
CID-9 625.5
MeSH D014424
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A síndrome de congestão pélvica, também conhecida como síndrome da congestão venosa pélvica (SCVP), é uma doença crônica com causa atribuída à dilatação das veias varicosas no abdômen inferior.[1][2] A condição pode causar dor crônica, geralmente incômoda e persistente, que pode se agravar por ficar em pé por longos períodos ou por relações sexuais.[1] Dores nas pernas ou na parte inferior das costas também podem ocorrer.[1]

A hipótese é de que a condição seja causada pelo refluxo do sangue para as veias pélvicas como resultado de válvulas defeituosas, mas ainda não há consenso sobre a patogênese da doença.[2] A condição pode ocorrer ou se agravar durante a gravidez.[1] Acredita-se que a presença de estrogênio esteja relacionado à síndrome.[1] O diagnóstico pode ser realizado por ultrassom, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou laparoscopia.[1]

As opções de tratamento precoce é medicamentosa, geralmente com medroxiprogesterona ou anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).[1] A cirurgia de varizes também pode ser considerada em alguns casos.[1] Cerca de 30% das mulheres em idade reprodutiva são afetadas. Estima-se que a síndrome seja a causa de cerca de um terço dos casos de dor pélvica crônica.[3] Embora a insuficiência venosa pélvica tenha sido identificada na década de 1850, ela só foi associada à dor pélvica na década de 1940.[3]

Sinais e sintomas[editar | editar código-fonte]

Durante a síndrome, as pessoas podem sentir dores constantes e prolongadas, mas episódios agudos de dor também ocorrem. Geralmente, as dores se intensificam ao longo do dia e após passar longos períodos de pé, por isso o repouso em leito alivia os sintomas. As dores podem se intensificar, ainda, durante ou após uma relação sexual e antes do início do período menstrual.[4]

A síndrome de congestão pélvica aumenta o útero e torna o endométrio mais espesso. Em 56% das mulheres, cístos nos ovários podem se manifestar,[5] além de sintomas como dismenorreia, dor nas costas, corrimento vaginal, inchaço abdominal, alterações de humor ou depressão e fadiga.[4]

Causas[editar | editar código-fonte]

  1. Meio hormonal pélvico local;
  2. Obstrução do fluxo venoso, como síndrome de May-Thurner, síndrome de quebra-nozes, síndrome de Budd-Chiari ou trombose da veia renal esquerda;
  3. Compressão externa causada por tumores (incluindo miomas, endometriose) ou cicatrizes.[6]

Diagnóstico[editar | editar código-fonte]

Imagem de ultrassom exibindo um mioma de útero grande (9 cm), que está causando síndrome de congestão pélvica.

O diagnóstico pode ser feito por ultrassonografia ou laparoscopia . A condição também pode ser diagnosticada por flebografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética . A ultrassonografia é meio de diagnóstico mais comum.[4] Algumas pesquisas sugerem que a ultrassonografia transvaginal é capaz de fornecer um diagnóstico mais preciso.[7]

Tratamento[editar | editar código-fonte]

As opções de tratamento precoce são medicamentos para a dor, como anti-inflamatórios não esteroides,[4] e supressão da função ovariana.[5]

Um tratamento mais avançado pode ser realizado por um procedimento minimamente invasivo feito por um radiologista intervencionista. Esse procedimento envolve bloquear o fluxo sanguíneo nas varizes usando embolização direcionada por catéter. Geralmente é realizado como um procedimento ambulatorial, sem pernoite em hospital, com aplicação de anestesia local e sedação moderada.[8] A taxa de sucesso é por volta de 80%, medida pelo nível de redução da dor após o procedimento.[8]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h «Pelvic Congestion Syndrome - Women's Health Issues». Merck Manuals Consumer Version. Consultado em 27 de setembro de 2019 
  2. a b Champaneria, R; Shah, L; Moss, J; Gupta, JK; Birch, J; Middleton, LJ; Daniels, JP (janeiro de 2016). «The relationship between pelvic vein incompetence and chronic pelvic pain in women: systematic reviews of diagnosis and treatment effectiveness.». Health Technology Assessment. 20 (5): 1–108. PMC 4781546Acessível livremente. PMID 26789334. doi:10.3310/hta20050Acessível livremente 
  3. a b Brown, CL; Rizer, M; Alexander, R; Sharpe EE, 3rd; Rochon, PJ (março de 2018). «Pelvic Congestion Syndrome: Systematic Review of Treatment Success.». Seminars in Interventional Radiology. 35 (1): 35–40. PMC 5886772Acessível livremente. PMID 29628614. doi:10.1055/s-0038-1636519 
  4. a b c d «Dysmenorrhea». Merck Online Medical Manual. Dezembro de 2008. Consultado em 23 de dezembro de 2010 
  5. a b Phillip Reginald, MD. «Pelvic Congestion» (PDF). The International Pelvic Pain Society. Consultado em 23 de dezembro de 2010 
  6. Rutherford's vascular surgery references. [S.l.]: Elsevier Saunders. 2014. ISBN 978-0323243056 
  7. Whiteley M, Dos Santos S, Harrison C, Holdstock J, Lopez A (outubro de 2014). «Transvaginal duplex ultrasonography appears to be the gold standard investigation for the haemodynamic evaluation of pelvic venous reflux in the ovarian and internal iliac veins in women.». Phlebology. 30 (10): 706–13. PMID 25324278. doi:10.1177/0268355514554638 
  8. a b «Pelvic Pain (Pelvic Congestion Syndrome)». Johns Hopkins. Consultado em 23 de dezembro de 2010