Sampaio (cartunista)

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Sampaio
Sampaio (cartunista)
Nascimento 27 de julho de 1927
São Luiz Gonzaga (Brasil)
Morte 12 de janeiro de 2017 (89 anos)
Porto Alegre
Cidadania Brasil
Progenitores
Filho(a)(s) Maria Lucia Sampaio
Irmão(ã)(s) SamPaulo
Ocupação cartunista
Empregador(a) Diário de Notícias, Revista do Globo, Livraria do Globo

José Miguel Pereira de Sampaio (São Luiz Gonzaga, 27 de julho de 1927Porto Alegre, 12 de janeiro de 2017) foi um cartunista brasileiro que ficou conhecido como Sampaio, nome com o qual assinava seus trabalhos.[1] Sampaio foi um dos precursores da profissionalização do cartunista no Rio Grande do Sul[2] e era irmão do também cartunista SamPaulo.[3]

Criou a ilustração da capa da primeira edição do livro "Anedotário da Rua da Praia", de Renato Maciel de Sá Junior.[4][5]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Era irmão do cartunista SamPaulo, um dos primeiros gaúchos a afirmar a atividade de cartunista como profissão e viveu exclusivamente de sua arte.[3][6]

Iniciou a carreira na década de 1940, na seção de Desenho da Livraria do Globo em Porto Alegre, famoso estúdio de criação gráfica liderado por Ernst Zeuner. Depois tornou-se cartunista de vários jornais gaúchos: "Diário de Notícias", "Folha da Tarde", "Jornal da Semana", "Estado do Rio Grande" e também da "Revista do Globo".[7] Seus cartuns apareceram também na TV Gaúcha e na TV Difusora de Porto Alegre.[8][3]

Estilo[editar | editar código-fonte]

Sampaio ficou conhecido nacionalmente pelos desenhos publicados nos anos 1940-1950 na Revista do Globo. Uma de suas marcas era o desenho de multidões, sendo considerado um dos precursores do estilo utilizado pelo ilustrador britânico Martin Handford que ficou consagrado no livro Where's Wally? (Onde Está Wally? no Brasil), no seu caso ao invés de Wally vê-se um um homem que aparecia sempre escondendo-se em algum canto da cena para urinar. Como destaca Joaquim da Fonseca:[7]

Nos anos 1940-1950 criou, para a Revista do Globo, uma página dupla de humor, manifestando em seus cartuns uma preferência especial por multidões, onde sempre incluía um personagem dissimulado que urinava discretamente em algum canto. Com isso, foi um precursor, em mais de 40 anos, do famoso Wally.
 
FONSECA, Joaquim da (1999). Caricatura: a imagem gráfica do humor. Porto Alegre: Artes e Ofícios. p. 275.

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Cartunista Sampaio - Artista homenageado do XI Salão Internacional de Desenho para a Imprensa de Porto Alegre, em 2004

Em 2004, foi o homenageado do XI Salão Internacional de Desenho para a Imprensa de Porto Alegre.[9]

Em 22 de abril de 2008, no dia do descobrimento do Brasil, a Grafar publicou em Tinta China, o canal oficial da associação Grafistas Associados do Rio Grande do Sul na internet, uma charge de Sampaio sobre o descobrimento.[nota 1]

Acervo[editar | editar código-fonte]

Em julho de 2014, iniciou-se um processo de digitalização do acervo e publicação do material no blog organizado por sua filha, Maria Lucia Sampaio.[10]

Livros publicados[editar | editar código-fonte]

Participações[editar | editar código-fonte]

  • Quatorze bis. (1976). Editora Garatuja.[11]
  • XI Salão Internacional de Desenho para a Imprensa de Porto Alegre (2004). Porto Alegre, Prefeitura de Porto Alegre, Secretaria Municipal da Cultura.[9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. Canal oficial da associação Grafistas Associados do Rio Grande do Sul (Grafar) na internet. Publicado em 22//04/2008 em http://www.grafar.blogspot.com.br/2008/04/datas-descobrimento-do-brasil.html .

Referências

  1. «Morre o cartunista Sampaio: Artista, que trabalhou na Revista do Globo na década de 1940, foi um dos precursores da profissionalização da área no Rio Grande do Sul». Gaúcha ZH - Gente. 12 de janeiro de 2017. Consultado em 14 de fevereiro de 2018 
  2. Morre aos 89 anos o cartunista gaúcho Sampaio. RBS TV. 12 de janeiro de 2017. Consultado em 19 de fevereiro de 2018 
  3. a b c Ricardo Chaves (7 de fevereiro de 2014). «Sampaio e Sampaulo, os irmãos cartunistas». Almanaque Gaúcho. Zero Hora. Consultado em 14 de fevereiro de 2018 
  4. a b MACIEL DE SÁ JUNIOR, Renato (1981). Anedotário de Rua da Praia 2. Rio de Janeiro: Globo. 187 páginas. Consultado em 14 de fevereiro de 2018 
  5. Quinto, Cláudia (2011). Entre memória e humor: Porto Alegre nas crônicas de Renato Maciel de Sá Jr. (Tese de Doutorado). Programa de Pós-Graduação em História, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. p. 70. Consultado em 19 de fevereiro de 2018 
  6. Santiago (26 de agosto de 2004). «Tem café no bule - Cartum: O Brasil dos Gaúchos». Secretaria de Estado da Cultura - Rio Grande do Sul. Consultado em 14 de fevereiro de 2018 
  7. a b FONSECA, Joaquim da (1999). Caricatura: a imagem gráfica do humor. Porto Alegre: Artes e Ofícios. p. 275. 288 páginas. ISBN 9788574210193. Consultado em 14 de fevereiro de 2018 
  8. Carlos Roberto Saraiva da Costa Leite (22 de outubro de 2015). «A charge na Imprensa gaúcha: uma história de combate e resistência». Observatório da Imprensa. Consultado em 14 de fevereiro de 2018 
  9. a b XI Salão Internacional de Desenho para Imprensa de Porto Alegre. Porto Alegre: Prefeitura de Porto Alegre, Secretaria Municipal da Cultura. 2004. 151 páginas. Consultado em 14 de fevereiro de 2018 
  10. Maria Lucia Sampaio (7 de agosto de 2014). «Revista do Globo 1947/1948». Sampaio Cartunista. Consultado em 19 de fevereiro de 2018 
  11. Quatorze bis. Porto Alegre: Garatuja. 1976. pp. 104–115. 184 páginas. Consultado em 14 de fevereiro de 2018 
  12. MACIEL DE SÁ JUNIOR, Renato (1982). Anedotário de Rua da Praia 2 3 ed. Rio de Janeiro: Globo. 289 páginas. Consultado em 14 de fevereiro de 2018 

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